Pular para o conteúdo principal

40 anos sem Vladimir Herzog

Há quarenta anos Vladimir Herzog era assassinado em 25 de outubro de 1975, no Doi- Codi, em São Paulo.

Vlado, como era carinhosamente chamado pelos amigos, colegas e camaradas, nasceu  em 27 de junho de 1937, Osijek, Croácia, no Reino da Yugoslávia, sendo de família judaica, sendo que ainda pequeno foi para a Itália, tendo de aprender rapidamente o italiano, pois seu pai era obrigado a se fingir de mudo, para não ser perseguido pelo regime fascista de Mussolini.

Vlado foi assassinado por perseguição direta do facínora ex-governador do Estado de São Paulo, José Maria Marin, hoje preso nos Estados Unidos.

Vlado ficou conhecido como jornalista, quando foi assassinado era responsável pelo Jornal da TV Cultura, em São Paulo, mas ele tinha outra paixão: o cinema. Vlado sempre quis ser cineasta. O filme Doramundo, do cineasta João Batista de Andrade, teve o roteiro original de Vladimir Herzog.

No dia  de novembro, o Sindicato dos Jornalista do Estado de São Paulo  (SJSP), em parceria com o Sindicato dos Arquitetos, prestaram uma homenagem ao jornalista e cineasta, exibindo o filme “30 Vlado, 30 anos depois”, do cineasta João Batista de Andrade, que esteve presente e fez um palestra sobre o seu documentário. Foi a retomada do Cineclube dos Sindicatos que possuem vários cineastas como associados.

O documentário exibiu os depoimentos de vítimas da repressão como Rodolfo Konder, Paulo Markum e sua esposa Dilea Frate, Rodolfo Konder, Pola Galé, Sérgio Gomes e Duque Estrada  e outros.

Na época, os agentes da repressão diziam: “O pessoal do hotel da rua Tutóia está esperando a turma da TV Viet Cultura.” O Doi-Codi ficava na rua Tutóia.”, conforme artigo da jornaista, Rose Nogueira, também vítima da repressão, no Jornal “Unidade”, de outubro/novembro de 2015, Órgão Oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais. no Estado de São Paulo.

Leandro Konder, em seu depoimento, mencionou que embora o Partido Comunista tivesse uma política reformista, não tendo participado da luta armada, sofreu feroz repressão. 

Realmente, o PC teve 12 dos 13 membros do seu Comitê Central assassinados.

Um dos diretores do Sindicato dos Arquitetos presente, falou que seu pai havia sido membro do PC, bem como lembrou que o velório de Carlos Marighella foi feito na sede do Sindicato, desafiando a repressão da época. Inclusive, a próxima atividade do Cineclube do Sindicato dos Arquitetos com o Sindicato dos Jornalistas será a exibição de um documentário exatamente sobre Carlos Marighella, no próximo dia dia 8 de dezembro.

Por falar e homenagear o grande baiano, Carlos Mariguella, aproveitamos a oportunidade para homenagear também ao Colégio Central da Bahia, em Salvador. Embora meu pai não tenha sido militante, ele foi simpatizante do PC da Bahia, liderado por Carlos Garcia. Estudou como Marighella no Colégio da Bahia, hoje Colégio Central da Bahia, não tendo sido contemporâneo do mesmo, mas de Jacob Gorender. O Colégio da Bahia formou vários quadros do PC. Além disso, artistas e cientistas como o cineasta Glauber Rocha, o pintor Calasans Neto  e o cientista e médico ginecologista Elsimar Coutinho. O Colégio da Bahia era tão bom, que, na prática, formava seus alunos em filosofia, história e sociologia. Ensino público, gratuito, laico e de qualidade.
João Neto

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Brasil, os imperialismos e a guerra na Ucrânia

O presente texto é uma resposta à contribuição do simpatizante de nossa tendência, Leonardo Silva, para a I Conferência da Tendência Marxista-Leninista. Abordaremos alguns aspectos da conjuntura nacional e da internacional, sobretudo os relativos ao governo Lula e guerra na Ucrânia. Leia mais: Contribuição do camarada Leonardo Silva I Conferência da Tendência Marxista-Leninista Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Revolução Russa completa 105 anos O governo Lula Como havíamos previsto desde as eleições, o governo Lula é um governo democratizante de conciliação e colaboração de classes, apoiado por uma frente ampla burguesa, ou seja, uma frente popular, uma frente populista. Além disso, previmos que a política econômica do governo Lula daria continuidade à política econômica de Paulo Guedes, ou seja, à política de Bolsonaro. Como prova disse, basta ver o salário-mínimo de fome anunciado pelo governo Lula: R$ 1.320,

II Encontro Internacional Leon Trótski

Transcrevemos abaixo a Comunicação “Os imperialismos”, aprovada e apresentada pelo camarada João Batista Aragão Neto, membro de nossa tendência, no Simpósio Temático 4 – Posições sobre a guerra na Ucrânia e o imperialismo hoje, do II Encontro Leon Trótski, realizado em São Paulo, no Brasil,  na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), de 21 a 25 de agosto de 2023, dando continuidade ao I Encontro, realizado em Havana, Cuba, em 2019, em comemoração aos 100 anos da Internacional Comunista, onde também o camarada esteve presente. Leia mais: I Conferência da Tendência Marxista-Leninista Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Revolução Russa completa 105 anos Reformismo eleitoreiro só leva à derrota O III Encontro está previsto para o ano que vem na Argentina. Fornecemos, mediante contribuição solidária, o Livro com as comunicações do I Encontro, em Cuba, em 201

Todo apoio à luta pela libertação da Palestina!

O grupo Hamas da Palestina, no dia 7 de outubro, lançou um ataque ao enclave sionista e terrorista de Israel. O ataque matou 250 israelenses, sendo que Israel revidou matando 232 palestinos. Agora as notícias dão conta de que no conflito já morreram aproximadamente 1.100 pessoas dos dois lados. Leia mais: II Encontro Internacional Leon Trótski O Brasil, os imperialismos e a guerra na Ucrânia Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Ministério da Frente Ampla e a anulação do programa do governo Lula Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Israel é uma enclave sionista e terrorista criado, em 1947, pela ONU (Organização das Nações Unidas), um covil de bandidos como Lênin disse de sua antecessora, a Sociedade das Nações. Ou seja, os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a Alemanha, os países imperialistas é que criaram artificialmente Israel, para servir de ponta de lança e polícia política no Oriente Médio.  O enclave terrorista e sionista deve ser desmante