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Revolta nos Estados Unidos contra os assassinatos de negros

Estourou uma revolta nos Estados Unidos motivada pelo assassinato dos negros, Philando Castile, 32, em Minnesota, e Alton Sterling, 37, em Louisiana.

Essas mortes se somam as de Freddie Gray, em Baltimore, e de Michael Brown, em Ferguson.

A Revolta está ocorrendo em diversas cidades dos Estados Unidos, sendo que em Dallas, Micah Xavier Johnson, um soldado do exército, um veterano de guerra, um ex-militar, em represália matou 5 cinco policiais brancos, na quinta-feira, dia 7 de julho, em um protesto.

Sobre a questão da polícia e do exército, apresentamos um ensinamento  de Trotsky:

“Durante todo o dia as massas populares circulavam de bairro em bairro violentamente perseguidas pela polícia, contidas e rechaçada pelas forças da cavalaria e por alguns destacamentos da infantaria. Gritavam: 'Abaixo a polícia!', e ouvia-se frequentemente um hurra aos cossacos. Era um detalhe significativo. A multidão demonstrava um ódio furioso contra a polícia. A polícia montada era recebida com vaias, pedras, pedaços de ferro. Muito distinta era a atitude dos operários com relação aos soldados... A polícia é um inimigo cruel, inconciliável, odiado. Não há nem que se pensar em ganhá-los para a causa...” (León Trotsky, Historia da Revolução Russa, Capitulo VII, Cinco dias - 23 a 27 de fevereiro de 1917, 1930).

Além disso, é preciso desde já deixar ressaltado e bem claro que, como marxistas, somos contra o terrorismo individual, como ensinou Leon Trotsky, em seu texto “Por que os marxistas se opõem ao terrorismo individual”, de novembro de 1911:

“Para nós o terror individual é inadmissível precisamente porque apequena o papel das massas em sua própria consciência, as faz aceitar sua impotência e volta seus olhos e esperanças para o grande vingador e libertador que algum dia virá cumprir sua missão.

(...)

Porém a fumaça da explosão se dissipa, o pânico desaparece, um sucessor ocupa o lugar do ministro assassinado, a vida volta à sua velha rotina, a roda da exploração capitalista gira como antes: só a repressão policial se torna mais selvagem e aberta. O resultado é que o lugar das esperanças renovadas e da excitação artificialmente provocada vem a ser ocupado pela desilusão e a apatia.”

Colocada essas premissas fundamentais, vamos desenvolver nossa análise.

A polícia americana é semelhante as SS nazistas.

Terrel Carter, um escritor negro e líder comunitário, que trabalhou na polícia, foi entrevistado por Marcelo Ninio, da Folha de S. Paulo, em Washington, em 9/7,  e esclareceu que:

“A violência policial contra pessoas de cor sempre aconteceu, mas ganhou maior visibilidade com as redes sociais e os celulares, algo que o mundo está vendo mais.”

(...)

Incomodado com a cultura racista e o código de silêncio que encontrou na polícia, Carter só ficou cinco anos de farda. O chamado “perfil racial” (ação baseada em critérios raciais) não é algo explícito, diz ele, mas amplamente praticado pela polícia.

“Ninguém diz isso abertamente, mas os focos da ação policial são sempre os bairros de maioria negra”, afirma. “O que me foi ensinado quando eu estava na polícia é que, se você quiser fazer uma prisão para melhorar as estatísticas e ser promovido, nesses bairros é sempre mais fácil.”

Os EEUU é um país racista. Como disse Malcolm X, não existe capitalismo sem racismo. É necessário acabar com o capitalismo, com o imperialismo americano, para que consigamos por fim ao racismo. Não conseguimos mais respirar! Enquanto não fizermos isso, mais jovens negros morrerão como em Ferguson, como em Baltimore e nas diversas cidades americanas.

Os trabalhadores americanos negros e brancos precisam, nesta conjuntura, com os ataques nazi-fascistas da polícia americana, como em Ferguson e Baltimore, discutir e organizar grupos de autodefesa. O Socialist Workers Party (Partido Socialista dos Trabalhadores) dos Estados Unidos, no final dos anos 1930, numa conjuntura semelhante a que vivemos hoje, discutiu com Trotsky a formação de grupos de autodefesa. Trotsky ensinou que:

“As palavras de ordem do Partido devem ser lançadas lá onde possuímos simpatizantes e operários que nos defenderão. Mas um partido não pode criar uma organização de defesa independente. A tarefa consiste em criar esses organismos nos sindicatos. Devemos possuir grupos de camaradas bem disciplinados, com dirigentes prudentes...”

Os operários e trabalhadores americanos brancos e negros devem, a partir de suas entidades sindicais e populares, organizar grupos de autodefesa, espalhando-os pelas cidades americanas, visando à dissolução da polícia SS racista e nazista americana.

A classe trabalhadora americana precisa organizar o seu partido operário marxista revolucionário e a Internacional operária e revolucionária para lutar pela Revolução Socialista Americana e Mundial, as quais colocarão na ordem do dia a dissolução da polícia SS nazista das cidades americanas, e sepultará para sempre o capitalismo e o racismo, como nos ensinou Malcolm X, não só nos Estados Unidos, o que também impulsionará a derrubada do capitalismo em nível mundial. 

Tendência Marxista-Leninista, por um partido operário marxista revolucionário

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