Pular para o conteúdo principal

A importância do voto nestas eleições do Sindicato

Publicado em Terça, 18 Agosto 2015 11:31
Escrito por Paulo Zocchi (*)

As eleições para a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo acontecem num momento de grandes dificuldades para a categoria. Desde abril, enfrentamos demissões em massa em importantes empresas de comunicação, como Editora Abril, Grupo Estado, portal Terra, A Tribuna (de Santos) e Rede Anhanguera de Comunicação (de Campinas). Nas campanhas salariais em curso, os patrões pressionam para que os salários não recebam a reposição integral da inflação, impondo aos jornalistas um duplo castigo: o aumento da carga de trabalho, resultado do corte nas equipes, e uma redução do salário real.

A diretoria do Sindicato, que tomou posse em 15 de abril, passou seu tempo desde então em uma atividade incessante para ajudar a categoria a enfrentar esse cenário terrível. Fizemos idas às empresas, reuniões com jornalistas, protestos nas portas de veículos de comunicação, passagens em redações para debater com os colegas e iniciamos ações judiciais visando bloquear demissões em massa. Em diferentes situações, nesse curto período, obrigamos o Estado de S. Paulo, a Abril, a Tribuna e a RAC a negociar no Tribunal Regional do Trabalho, numa linha de defesa dos empregos. Nestes dias de eleição, o jornal Correio Popular, de Campinas, está proibido pela Justiça de demitir jornalistas.

Em meio a essa tempestade, somos obrigados a refazer a eleição no Sindicato. Havíamos realizado a eleição em março, com chapa única. Nosso Sindicato tem uma forma democrática de condução do processo eleitoral: ele se abre com uma assembleia, aberta a todos os sindicalizados, que elegem livremente uma Comissão Eleitoral, composta por jornalistas que não serão candidatos. Naturalmente, a comissão encaminha o processo tendo como base o estatuto do sindicato.

Em março, colegas de oposição tentaram inscrever uma chapa, que ficou longe de atender às exigências do estatuto: na lista apresentada, havia diversas pessoas com atraso nas mensalidades (o que impede a candidatura), várias sem tempo mínimo de sindicalização, número insuficiente de candidatos em sete das dez regionais do Sindicato no interior e litoral e havia um integrante que sequer era sindicalizado. A chapa não foi registrada. O grupo de oposição, porém, não concordou. Recusando-se a levar o problema a uma assembleia (direito que o estatuto prevê), para resolver a questão internamente ao Sindicato, a oposição fez uma queixa ao Judiciário. Com base no fato de que, em 2012, a então Comissão Eleitoral aceitou uma chapa que não atendia às exigências do estatuto, a Justiça anulou a eleição, determinou um novo pleito, e explicitou que sua base seria o estatuto (agora, todos estariam avisados, segundo a sentença). Isso foi feito, mas, novamente, a oposição não conseguiu formar uma chapa que atendesse ao estatuto. Resultado: de novo, temos uma eleição com chapa única.

Felizmente, algo de bom saiu dessa situação: a Chapa 1 - Unidade e Luta, conseguiu se reforçar com dez novos membros. Isso permite melhores condições à próxima diretoria do Sindicato para desenvolver o seu trabalho. Queremos prosseguir na construção de uma entidade aberta, democrática, que seja uma ferramenta útil aos jornalistas para defenderem sua profissão: um espaço de debate e reflexão, e também de organização e mobilização da categoria.

Mesmo com chapa única, o voto dos sindicalizados é essencial para fortalecer o Sindicato em seu papel de defesa dos interesses coletivos. Compareça às urnas nestes dias 18, 19 e 20 de agosto. Vote nas eleições por um Sindicato mais forte, mais atuante, mais presente. Nos próximos anos, estaremos juntos, em defesa dos jornalistas e do bom jornalismo.

(*) Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

II Encontro Internacional Leon Trótski

Transcrevemos abaixo a Comunicação “Os imperialismos”, aprovada e apresentada pelo camarada João Batista Aragão Neto, membro de nossa tendência, no Simpósio Temático 4 – Posições sobre a guerra na Ucrânia e o imperialismo hoje, do II Encontro Leon Trótski, realizado em São Paulo, no Brasil,  na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), de 21 a 25 de agosto de 2023, dando continuidade ao I Encontro, realizado em Havana, Cuba, em 2019, em comemoração aos 100 anos da Internacional Comunista, onde também o camarada esteve presente. Leia mais: I Conferência da Tendência Marxista-Leninista Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Revolução Russa completa 105 anos Reformismo eleitoreiro só leva à derrota O III Encontro está previsto para o ano que vem na Argentina. Fornecemos, mediante contribuição solidária, o Livro com as comunicações do I Encontro, em Cuba, em 201

Todo apoio à luta pela libertação da Palestina!

O grupo Hamas da Palestina, no dia 7 de outubro, lançou um ataque ao enclave sionista e terrorista de Israel. O ataque matou 250 israelenses, sendo que Israel revidou matando 232 palestinos. Agora as notícias dão conta de que no conflito já morreram aproximadamente 1.100 pessoas dos dois lados. Leia mais: II Encontro Internacional Leon Trótski O Brasil, os imperialismos e a guerra na Ucrânia Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Ministério da Frente Ampla e a anulação do programa do governo Lula Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Israel é uma enclave sionista e terrorista criado, em 1947, pela ONU (Organização das Nações Unidas), um covil de bandidos como Lênin disse de sua antecessora, a Sociedade das Nações. Ou seja, os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a Alemanha, os países imperialistas é que criaram artificialmente Israel, para servir de ponta de lança e polícia política no Oriente Médio.  O enclave terrorista e sionista deve ser desmante

Lula e PT num beco sem saída

O governo Lula e o PT, ao chegar o primeiro ano de governo, encontram-se num beco sem saída A política econômica do governo Lula/Alckmin aprofunda a política do Ministro de Bolsonaro, Paulo Guedes, submetida à sabotagem e ao controle do Banco Central, independente do povo. O salário mínimo continuará a ser um salário de fome, com um aumento de apenas R$ 92, de 6,97%, passando de R$ 1.320 para R$ 1.412. Além disso, segue a política de privatização da Petrobras, com de áreas de para exploração de petróleo e gás, na quarta-feira, 13 de dezembro. Quinze empresas arremataram 192 dos 602 blocos leiloados. Jazidas das bacias de Santos e Campos atraíram gigantes estrangeiras como Petronas, BP, Chevron, Shell e TotalEnergies. A Petrobras participou também em parcerias com a Shell (30%) e CNOOC chinesa (20%). Leia mais: Diretor da ONU renuncia denunciando genocídio em Gaza Todo apoio à luta pela libertação da Palestina! II Encontro Internacional Leon Trótski O Brasil, os imperialismos e a guerra