O movimento golpista da burguesia nacional e do imperialismo, apoiado em suas “instituições” permanentes, como o poder judiciário, a polícia federal, o tribunal de contas da União, o ministério público, que são por demais conservadores, reacionários, porque seus membros não são controlados pelos cidadãos, não são eleitos, estão engajados em desfechar o golpe via “impeachment” ou golpe militar porque, ao que parece, estão chegando a um consenso em torno do nome do vice-presidente, Michel Temer, do PMDB, que concretamente já apresentou um plano de governo com críticas à condução da política econômica do governo Dilma, num golpe “parlamentar” a la Paraguai, embora os militares continuem se movimentando, tanto em São Paulo, com acampamentos, como em Minas Gerais, fazendo propaganda golpista até em feiras livres, sendo que no Rio Grande do Sul, foi transferido para exercer cargo burocrático o general Antônio Hamilton Mourão, Comando Militar Sul, o qual fez “declarações dadas a oficiais da reserva na qual fez duras críticas à classe política, ao governo e convocou os presente para “o despertar de uma luta patrótica.” e ainda “fez uma homenagem póstuma ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, morto no dia 15 deste mês, acusado de torturar presos durante o regime militar”, isso só falando dos estados mais importantes.
Além disso, assistimos ao aumento dos ataques fascistas, como os três atentados à bomba às sedes do Partido dos Trabalhadores, ao atentado à bomba ao Instituto Lula e à tentativa de linchamento do João Pedro Stédile, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST, na semana passada em Fortaleza, o que coloca a necessidade de organizar os comitês de autodefesa a partir dos sindicatos. Sem falar da tentativa de cassação do Partido da Causa Operária (PCO) pelo tribunal da burguesia.
Em reunião do Diretório Nacional, em São Paulo, ontem, dia 29 de outubro, “Seis correntes do PT, mais à esquerda, apresentaram uma proposta de resolução cobrando mudanças radicais nos rumos da economia, “para gerar empregos e recompor salários”, mas foram derrotas.” (Estado de S. Paulo, 30/10), Além disso, “a segunda maior corrente do Partido – da qual faz parte o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo-, anunciara a disposição de apresentar à direção do PT documento propondo que o partido fechasse questão contra Cunha.” (idem).
O pior é que o PT decidiu apoiar o ajuste fiscal, suavizando críticas a Cunha e Levy.
Essa estratégia de colaboração de classes impulsiona e acelera o andamento do golpe da burguesia nacional e do imperialismo, dando fôlego a Cunha para ultimar os preparativos para derrubar Dilma. É uma política suicida. O PT está apertando a corda no próprio pescoço. Poderá colocar sua própria base social contra o partido.
O PT precisa dar uma virada em sua política, rompendo com a colaboração de classes, rompendo com os todos os partidos e setores burgueses, como o golpista PMDB, adotando política de independência de classe, uma estratégia de luta por um governo operário e camponês,
Além disso, taticamente, devemos ampliar a frente única antigolpista do PT, PCdoB, PCO, CUT, CTB, e os movimentos populares e sociais, como MST, MTST e UNE, fazendo uma chamamento especial às direções e aos militantes do PSOL, PSTU, PCB, PPL, MRT/LER-QI, LBI, POR e do MNN, da CSP-Conlutas, Força Sindical, CGTB, levantando bem alto as reivindicações transitórias da classe operária de barrar a terceirização e as MPs 664 e 665 (que reduzem pensões, aposentadorias, e o seguro-desemprego, etc.), escala móvel de salários (reajuste automático de salários de acordo com a inflação); redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; fim das demissões, estabilidade no emprego; não aos cortes dos programas sociais, e fim do congelamento dos vencimentos dos funcionários públicos, e em defesa da Petrobras.
Erwin Wolf
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