Pular para o conteúdo principal

Evento Acadêmico Internacional Léon Trotsky comemora em Cuba os 100 anos da Internacional Comunista

Realizou-se, na Casa México, em Havana, Cuba, de 6 a 8 de maio, o “Evento Acadêmico Internacional Léon Trotsky: vida e contemporaneidade. Uma abordagem crítica”, em Comemoração aos 100 anos da Internacional Comunista, promovido pelo Instituto Cubano de Investigação Cultural Juan Marinello, sendo que companheiros da TML compareceram ao encontro.

Concorreram mais de 190 trabalhos, sendo que destes foram selecionados aproximadamente 40 trabalhos, abordando a trajetória política do grande revolucionário bolchevique russo do ponto de vista filosófico, econômico e político.

Estiveram presentes quase todas as correntes que se reivindicam trotskistas, como representantes do Secretariado Unificado (mandelistas), da Corrente Marxista Internacional, cliffistas e spartarkistas, etc., vindos da Bélgica, França, Inglaterra, Itália, Suíça, Turquia, Canadá, Estados Unidos, México, Porto Rico, Argentina, Brasil, Venezuela, etc. Os brasileiros eram maioria, aproximadamente 10 brasileiros estiveram presentes, ficando os norte-americanos bem perto, em segundo lugar.  

O Evento reflete a importância que adquiriu o trotskismo no movimento operário internacional, firmando-se como o marxismo de nossos dias. Recentemente, a própria imprensa burguesa imperialista europeia reconheceu isso ao dizer que Trotsky tinha virado moda na Europa, o que decerto modo provocou a reação com o “Trotsky” da Netflix, filme totalmente falso e reacionário: coisa bem imperialista, ou seja, reação em toda linha!

Assim, também em Cuba se reflete e repercute a influência do trotskismo, como demonstra a realização do próprio Evento Acadêmico Internacional Leon Trotski, como também a exposição de Caridad Massón Sena, diretora do Instituto Cubano de Investigação Cultural Juan Marinello, sobre membro do Partido Comunista Cubano, o padeiro negro trotskista, Sandalio Junco, depois fundador do primeiro partido trotskista cubano, o Partido Bolchevique Internacionalista, assassinado por agentes stalinistas, em 1942. Sandalio conheceu um dos pricipais dirigentes do Partido Comunista do México, Julio Antonio Mella, e manteve ligação com o mesmo. Ainda vivem, em Cuba, militantes do POR-T posadista, proscrito em 1962.

Embora considerando a limitação do Evento, pelo caráter acadêmico, a realização do mesmo se reveste de muita importância para os militantes revolucionários trotskistas do Partido Comunista Cubano e dos que estão fora do mesmo, inclusive para o movimento comunista internacional na sua luta contra a restauração capitalista na Ilha e pelo prosseguimento da Revolução Cubana, agora na sua forma política, o que impulsionará a revolução para a arena mundial, conforme a Teoria da Revolução Permanente, de Karl Marx e Leon Trotsky.

No evento, participaram camaradas da Província de Havana (Estado para nós. Havana é uma cidade e há uma grande província com o mesmo nome, que é uma das 15 províncias de Cuba, que nem São Paulo e Estado de São Paulo), da Província de Matanzas e da segunda cidade de Cuba, Santiago de Cuba, que dista de Havana aproximadamente 900 km (Cuba é uma ilha comprida, com aproximadamente 110.000 km2, possuindo 11 milhões de habitantes. É maior que Portugal, aproximadamente 92.000 km2, possuindo 10,5 milhões de habitantes).

No último dia do Evento, foi apresentado um vídeo em que Esteban Volkov Bronstein, neto de Trotsky,  foi entrevistado por Alan Woods, da Corrente Marxista Internacional, onde além de saudar a realização do Evento Leon Trotsky, o neto de Trotsky elogiou a obra do famoso escritor cubano Leonardo Padura sobre Trotsky, publicada no Brasil com o título de “O homem que amava cachorros”.

Também no último dia, a diretora do Museu  Casa Léon Trotsky, no México, a advogada, Dra. Gabriela Pérez Noriega, fez um pronunciamento. O Museu editou especialmente e distribuiu gratuitamente para o Evento e aos comunistas cubanos os Escritos Latino-americanos e a obra A Revolução Traída, de Leon Trotsky

Ainda no último dia, foi apresentado um vídeo com Alan Woods, da Corrente Marxista Internacional, no qual o conhecido trotskista britânico, fez uma pronunciamento político internacionalista, saudando aos participantes do Evento.

No final, o organizador do Evento, Frank Garcia Hernández, do Instituto Cubano de Investigação Cultural Juan Marinello, agradeceu a presença e a participação de todos os camaradas e, em seguida, foi cantada a Internacional.

Ainda, cumpre destacar que tivemos oportunidade de abraçar o senhor, na época jovem, que entregou o livro de Trotsky, que foi encontrado entre os livros de Che Guevara, na Bolívia. Além disso, agradecemos especialmente aos dirigentes do Instituto Cubano de Investigação Cultural Juan Marinello, Frank Garcia Hernández e Caridad Massón Sena, pela acolhida e tratamento fraternal.  

Já está programado para os dia 18, 19 e 20 de novembro de 2019 outro em Evento em Havana, Cuba, em prosseguimento à Comemoração dos 100 anos da Internacional Comunista: “O comunismo como horizonte. Problemas culturais, experiências históricas e desafios teóricos-práticos”.



Impressões sobre Cuba
Como permanecemos 18 dias em Cuba, preferimos dizer impressões sobre o País, pois poderemos manifestar alguma visão equivocada, além do que, como marxistas revolucionários, tentamos fazer uma análise concreta da situação concreta, de forma mais objetiva e aproximada possível, sem pretensão de sermos os donos da verdade.

Visitamos 3 Províncias (Estado para nós. Havana é uma cidade e há uma grande província com o mesmo nome, que é uma das 15 províncias de Cuba, que nem São Paulo e Estado de São Paulo), Havana, Mayabeque e  Matanzas (como já dissemos, Cuba é uma ilha comprida, com aproximadamente 110.000 km2, possuindo 11 milhões de habitantes. É maior que Portugal, aproximadamente 92.000 km2, possuindo 10,5 milhões de habitantes).

Cuba sofre muito com o bloqueio econômico dos Estados Unidos. Cuba é um país pobre, mas nas cidades, as ruas são limpas e seguras (Cuba nos pareceu mais segura que alguns países ricos europeus, sul-americanos e caribenhos que conhecemos).

A economia cubana além do açúcar, possui a famosa indústria do tabaco, do charuto, juntamente com a do rum. As empresas de turismo dirigidas e administradas pelo Estado cubano se sobressaem, sendo que de forma complementar algumas das grandes redes hoteleiras estão associadas ao Estado cubano (o Estado detém a propriedade dos hotéis, com a participação de algumas grandes redes hoteleiras internacionais). A cidade de Varadero, na Província de Matanzas, destaca-se com seus resorts maravilhosos. Possui, ainda, indústria petrolífera, mas a qualidade de seu petróleo não é boa, sendo o mesmo utilizado apenas como combustíveis. Possui também indústria de refrigerantes e água.

Observamos, ainda, que Cuba importa alimentos do México e da Espanha e automóveis da China e da França. A famosa frota de carros americanos antigos segue praticamente intacta e bem conservada (ao contrário do que dizem os detratores de Cuba, sendo que orgulhosamente o povo cubano esclarece que a frota de carros antigos é bem conservada porque os cubanos têm bons mecânicos, que substituem as peças, fazendo adaptações ), com os carros da década de 50 e 60 do Século passado transitando pelas ruas de Havana junto à frota de carros modernos, como os da Renault, da Fiat e os carros chineses, por exemplo. 

Há, em Cuba, duas moedas: o peso para os cubanos e o CUC para os estrangeiros, que tem o valor do Euro. O peso cubano vale 24 vezes menos do que o CUC para os estrangeiros.

O Estado cubano fornece alimentação para toda a população. Além disso, recebem, por mês, em torno de 8 CUC, isto é, 40 reais. Os dirigentes cubanos recebem por volta de 17 CUC, mais ou menos 85 reais.

A saúde e a educação são prioridades em Cuba. Possuem hospitais (sobressaindo os pediátricos) e empresas de saúde. Cuba possui 15 Províncias (Estados), sendo que todas têm uma universidade. As crianças brincam nas ruas e nas praças até às 21 horas (o Sol se põe por volta das 20 horas). Elas vão às escolas e aos museus uniformizadas, com as blusas com cor branca e saias e calças curtas bordô, com gravatinhas. Já os adolescentes usam uniformes com blusa branca e saia e calça marron.  Em Havana, destacam-se os Museus da Revolução e das Belas Artes, o nacional e o internacional.
O clima cubano, de Havana, é quente, com médias de 32 e 34 graus, mas com uma brisa caribenha deliciosa.

O povo cubano é que nem o brasileiro, principalmente o do Rio de Janeiro e da Bahia, apenas com a diferença de que, no lugar do samba, eles adoram a salsa. Até de segunda-feira à tarde já começam a dançar salsa.  O tipo físico também é bastante semelhante ao brasileiro.




1º de maio em Cuba
Como o Evento sobre Leon Trotsky em Havana era dia 6 de maio, chegamos antes, em 29 de abril, para participar do 1º de maio.

Milhares de cubanos participaram do desfile de 1º de maio em Havana, sendo que em todo o país 6 milhões participaram das comemorações. Estavam presentes delegações de muitos países. A brasileira tinha militantes do Partido dos Trabalhadores, do Partido da Causa Operária, do Movimento Sem Terra, etc. Próximos a nós, estavam companheiros do PT de Fortaleza e do PT do Rio Grande do Sul, com faixas Lula Livre. Cumpre destacar, ainda, a presença de entusiasmado camarada da Coreia do Sul (isso mesmo, a Coreia capitalista), manifestando sua solidariedade e defendendo incondicionalmente Cuba.

As nossas fotos do 1º de maio em Cuba foram divulgadas, na época, pelas redes sociais do Coletivo Jornalistas Livres, o qual agradecemos.

Em defesa da Revolução cubana
Os revolucionários têm um enorme desafio hoje em Cuba, ou seja, a luta contra a restauração capitalista na Ilha.

No último período, a atuação da burocracia cubana (Lênin dizia da URRS, na época o Estado operário mais revolucionário da História que era um "Estado operário com deturpações burocráticas", imagine o Estado cubano de hoje!), agora liderada por Raul Castro, irmão mais novo de Fidel, tomou um curso restauracionista, colocando em risco a existência do Estado Operário Cubano, como aconteceu com a URSS, o Leste Europeu, a China e o Vietnã (a Indochina como um todo).

O governo cubano recentemente, apenas para exemplificar, empreendeu duas negociações francamente contrarrevolucionárias com o governo de Barak Obama: a aproximação com os Estados Unidos e o patrocínio, juntamente com o Papa, das negociações do governo colombiano, do facínora Juan Manuel Santos, com das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs), o que está permitindo a perseguição aos ex-guerrilheiros, pelo governo colombiano e pelo imperialismo norte-americano. Agora ex-guerrilheiros estão correndo risco de extradição para os Estados Unidos. Anteriormente, a burguesia colombiana já havia feito um “acordo” com a guerrilha, desarmando-a, apenas para melhor reprimir aos seus membros. Filme velho!

Não negamos ao Estado operário que negocie, inclusive com países imperialistas. A Rússia soviética, de Lênin e Trotsky, celebrou a paz de Brest-Litovski, com a Alemanha imperialista, dos Hohenzollern.

Raul Castro segue preparando Miguel Diaz-Canel  para ser seu sucessor e vem aumentando as medidas restauracionistas,  porque “abre espaço para o mercado e ao investimento privado.” (Folha de S. Paulo – digital, 23/7). Ou seja, “reconhecerá o mercado, a propriedade privada.” (Idem). “Raul Castro vem promovendo as mudanças desde 2008, que permitiram o surgimento dos negócios privados, denominados por ‘conta própria.´” (Idem). “Desde essa data até maio de 2018, os empreendimentos privados englobam 591.000 pessoas, o que equivale a 13% da força de trabalho do país. Em muitos casos, trata-se de pequenas e microempresas.” (Idem).

Além disso, a Constituição cubana foi alterada, com retrocessos:

“A proposta inicial de Constituição continha demais disso toda uma série de mudanças que, ainda que aparentemente menores ou de detalhe, tomados em seu conjunto representavam uma série de concessões claras que a distanciavam de uma concepção comunista ou socialista. Por mencionar alguns:

No preâmbulo, já não se falava de que o sujeito da revolução (“nós, cidadãos cubanos”) estava inspirado “pelos que promoveram, integraram e desenvolveram as primeiras organizações de operários e de camponeses, difundiram as ideais socialistas e fundaram os primeiros movimentos marxista e marxista-leninista”.

No mesmo preâmbulo, eliminava-se a afirmação de que  “nós” estivemos “decididos a ... com o Partido Comunista a frente, a continuar com o objetivo final de edificar a sociedade socialista;”.

Eliminavam-se as seguintes afirmações: “de que os regimes sustentados na exploração do homem pelo homem determinam a humilhação dos explorados e a degradação da condição humana dos exploradores; de que só no socialismo e no comunismo, quando o homem tenha sido libertado de todas as formas de exploração: da escravidão, da servidão e do capitalismo, alcança-se a inteira dignidade do ser humano.”

Ainda que mantinha a afirmação de que “O socialismo e o sistema político e social revolucionário, estabelecidos por esta Constituição, são irrevogáveis”, eliminava-se a frase que seguia: “e Cuba não voltará jamais ao capitalismo.”

Demais disso, os acréscimos sobre o mercado, eliminava-se a afirmação acerca da "supressão da exploração do homem pelo homem".

Reconhecia demais disso, pela primeira vez, a propriedade privada “sobre determinados médios de produção.”  (Jorge Martin, “Em defesa da revolução cubana”, pág. 23, Centro de Estudios Socialistas Karl Marx, México).

Não há dúvida que tais concessões apontam no sentido da via chinesa ou vietnamita de restauração do capital.

O próprio imperialismo norte-americano, por meio de Obama, no Comunicado de 17 de dezembro de 2014, detectava o curso restauracionista cubano:

“° A nova política faz com que seja mais fácil para as pessoas que vivem nos Estados Unidos brindar capacitação comercial às empresa privadas cubanas e aos pequenos agricultores, demais disso de proporcionar apoio adicional para o crescimento do nascente setor privado de Cuba. Estudar-se-ão diferentes medidas adicionais dirigidas a fomentar o crescimento dos empreendimentos e do setor privado em Cuba.”  (Jesús Pastor Garcia Brigos, “Construcción Socialista e Atualização do modelo econômico”, pág. 208, Editorial de Ciencias Sociales, La Habana, 2017).

Os próprios cubanos, como o ex-dirigente do PC cubano, hoje pesquisador titular do Instituto de Filosofia, Jesús Partor Garcia Brigos, já mencionado acima, reconhecem isso:

“Está colocada objetivamente a possibilidade de reversão do sentido socialista de desenvolvimento da sociedade cubana, com sua inseparável consequência: nosso desaparecimento como nação independente, o retorno a uma situação muito pior que a anterior a 1959 (data da Revolução Cubana – nota da TML), ainda que nos encontremos com quem diz o contrário, por ignorância, ingenuidade ou má intenção... e em Cuba à altura de 2017 não há ignorantes, e não podemos nos permitir “ingenuidades” após mais de 50 anos de transformações revolucionárias.” (Jesús Pastor Garcia Brigos, “Construcción Socialista e Atualização do modelo econômico”, pág. 124, Editorial de Ciencias Sociales, La Habana, 2017.)

A obra citada de Garcia Brigos, apesar da advertência acima, reflete a posição que prepondera hoje no PC cubano.

Todavia, constata-se que houve enorme resistência no seio do PC  e da sociedade cubana, como nos informa Jorge Martin:

“Sem embargo, o mais interessante foi que durante o período de discussão houve uma forte crítica a muitas destas propostas e se levantou uma resistência por parte daqueles militantes comunistas e trabalhadores em geral que consideravam, corretamente, que estas modificações representavam um retrocesso e uma ameaça para a revolução cubana.

Foi essa resistência o que finalmente levou à comissão encarregada a revertir muitas destas modificações no texto final que se pôs em votação. Assim, por exemplo:

“Os que promoveram, integraram e desenvolveram as primeiras organizações de operários, camponeses e estudantes; difundiram as ideias socialistas e fundaram os primeiros movimentos revolucionários, marxistas e leninistas” voltaram a reaparecer no preâmbulo.

A frase acerca “de que Cuba não voltará jamais ao capitalismo como regime sustentado na exploração do homem pelo homem, e que só no socialismo e no comunismo o ser humano alcança sua dignidade plena” reapareceu na versão final.

Entre os objetivos do PC se voltou a incluir “o avanço até a sociedade comunista.”

Outros aspectos importantes, como a propriedade privada e o papel do mercado na economia se mantiveram com respeito à proposta inicial. Sem embargo, as modificações que se fizeram ao rascunho inicial são significativas e refletem a oposição que essas concessões ao mercado e a rebaixar o caráter comunista do texto haviam gerado.” (Idem, pág. 24).

Ainda, conforme Jorge Martin, citando Camila Harnecker:

“Camila Piñeiro Harnecker criticou tanto aos que advogam por mecanismos de mercado para incentivar a produção como aos que como Pedro Campos propõem que os trabalhadores sejam proprietários diretos das empresas na quais trabalham. Em um interessante artigo publicado na revista Temas, Camila Piñeiro argumenta que “a participação dos trabalhadores na administração das empresas não só contribuiria a seu desenvolvimento, senão que também seria uma fonte de motivação bem importante.”

Em sua brilhante análise da degeneração estalinista da URSS, Leon Trotsky insistiu na mesma ideia quando disse que “a economia planificada necessita da democracia operária da mesma maneira que o corpo humano necessita de oxigênio.” (Idem, pág, 17).

Em 1921, Lênin e os bolcheviques promoveram a NEP (Nova Política Econômica), quando fizeram algumas concessões restritas ao mercado, mas sem perder de vista a luta pela Revolução Internacional, depositando esperanças na Revolução Alemã que ocorreu em 1923, mas infelizmente não se tornou vitoriosa, o que acabou agravando as condições do Estado operário soviético, propiciando a reação termidoriana representada pelo stalinismo, a qual foi a responsável pela restauração do capitalismo na Rússia.

É certo que a ascensão de Trump nos Estados Unidos desacelerou um pouco o curso restaracionista em Cuba, mas os revolucionários e os comunistas cubanos não têm tempo a perder.

A experiência cubana também demonstra o equívoco da Teoria stalinista do socialismo em um só país, em razão da economia cubana ser de transição, onde a lei do valor entra em contradição com a lei da economia planificada, conforme ensinamentos do maior economista soviétivo, Eugênio Preobrajensky, em sua obra "A Nova Econômica", comprovando mais uma vez a atualidade da Teoria da Revolução Permanente, de Trotsky, na perspectiva da Revolução Mundial.

A Tendência Marxista-Leninista defende a necessidade da formação de um partido operário marxista revolucionário em Cuba, tarefa essa colocada aos trotskistas cubanos que encontram-se no Partido Comunista Cubano e os que estão fora dele, que lute por uma revolução política, sob a bandeira da luta contra a desigualdade social, por abaixo os privilégios da burocracia, maior igualdade no salário, em todas as formas de trabalho, legalização de todos os partidos operários, economia planificada, monopólio do comércio exterior, industrialização, reorganização das fazendas coletivas, de acordo com a vontade e interesses dos trabalhadores deste setor, a política internacional deve ser reformulada e ceder lugar à política revolucionária do  internacionalismo proletário,  colocando a necessidade de reconstruir a Internacional comunista, operária e revolucionária.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

II Encontro Internacional Leon Trótski

Transcrevemos abaixo a Comunicação “Os imperialismos”, aprovada e apresentada pelo camarada João Batista Aragão Neto, membro de nossa tendência, no Simpósio Temático 4 – Posições sobre a guerra na Ucrânia e o imperialismo hoje, do II Encontro Leon Trótski, realizado em São Paulo, no Brasil,  na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), de 21 a 25 de agosto de 2023, dando continuidade ao I Encontro, realizado em Havana, Cuba, em 2019, em comemoração aos 100 anos da Internacional Comunista, onde também o camarada esteve presente. Leia mais: I Conferência da Tendência Marxista-Leninista Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Revolução Russa completa 105 anos Reformismo eleitoreiro só leva à derrota O III Encontro está previsto para o ano que vem na Argentina. Fornecemos, mediante contribuição solidária, o Livro com as comunicações do I Encontro, em Cuba, em 201

Todo apoio à luta pela libertação da Palestina!

O grupo Hamas da Palestina, no dia 7 de outubro, lançou um ataque ao enclave sionista e terrorista de Israel. O ataque matou 250 israelenses, sendo que Israel revidou matando 232 palestinos. Agora as notícias dão conta de que no conflito já morreram aproximadamente 1.100 pessoas dos dois lados. Leia mais: II Encontro Internacional Leon Trótski O Brasil, os imperialismos e a guerra na Ucrânia Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Ministério da Frente Ampla e a anulação do programa do governo Lula Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Israel é uma enclave sionista e terrorista criado, em 1947, pela ONU (Organização das Nações Unidas), um covil de bandidos como Lênin disse de sua antecessora, a Sociedade das Nações. Ou seja, os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a Alemanha, os países imperialistas é que criaram artificialmente Israel, para servir de ponta de lança e polícia política no Oriente Médio.  O enclave terrorista e sionista deve ser desmante

Lula e PT num beco sem saída

O governo Lula e o PT, ao chegar o primeiro ano de governo, encontram-se num beco sem saída A política econômica do governo Lula/Alckmin aprofunda a política do Ministro de Bolsonaro, Paulo Guedes, submetida à sabotagem e ao controle do Banco Central, independente do povo. O salário mínimo continuará a ser um salário de fome, com um aumento de apenas R$ 92, de 6,97%, passando de R$ 1.320 para R$ 1.412. Além disso, segue a política de privatização da Petrobras, com de áreas de para exploração de petróleo e gás, na quarta-feira, 13 de dezembro. Quinze empresas arremataram 192 dos 602 blocos leiloados. Jazidas das bacias de Santos e Campos atraíram gigantes estrangeiras como Petronas, BP, Chevron, Shell e TotalEnergies. A Petrobras participou também em parcerias com a Shell (30%) e CNOOC chinesa (20%). Leia mais: Diretor da ONU renuncia denunciando genocídio em Gaza Todo apoio à luta pela libertação da Palestina! II Encontro Internacional Leon Trótski O Brasil, os imperialismos e a guerra