A crise do regime golpista de Bolsonaro aprofunda-se, combinando a crise econômica com as crises sanitária e ambiental. No dia 2 de abril, a burguesia preocupada em salvar o governo de Bolsonaro, lançou o “Manifesto pela consciência democrática”, assinados pelos principais líderes golpistas, ou seja, ela buscar salvar o governo golpista da acelerada desagregação, com a queda de quase todo o seu ministério recentemente, até mesmo dos ministros militares.
A crise assume proporções gigantescas. No País, hoje, estamos chegando a 16% de desempregados, ou seja, 33 milhões de desempregados (mudaram a metodologia da apuração do desemprego, que, em razão do fechamento das empresas, que não mais fornecem dados, as estatísticas não são mais minimamente confiáveis), mas provavelmente, se considerarmos o sub-emprego, trabalho “intermitente”, os “bicos”, etc., esse número ultrapassa os 40 milhões de desempregados, o que tem aumentado as pessoas abaixo da linha da pobreza. Além disso, a Covid-19 matou mais de 325 mil brasileiros, sendo que estamos nos aproximando de 5.000 mortes diárias.
A economia recuou 5% (“mercado financeiro” fala em 5,95%), enquanto a inflação está voltando com toda força. A gasolina e o gás de cozinha sobem praticamente todo dia. Paralelamente, há o genocídio da população pobre e negra da periferia das cidades, notabilizando-se a cidade do Rio de Janeiro, combinado com o encarceramento em massa da população. O desmatamento e queimada do Pantanal, Cerrado e da Floresta Amazônica seguem implementados pelo governo golpista, sendo que tais ecossistemas correm o risco de se tornarem desertos.
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Por outro lado, o movimento dos trabalhadores encontra-se com enorme dificuldade de desenvolver e generalizar as suas lutas devido à maioria das direções burocráticas e pelegas dos sindicatos e centrais sindicais e dos partidos operários e populares, como PT, PSOL, PCdoB, etc., os quais impõem a sua política de conciliação e colaboração de classes, apesar da luta empírica das próprias massas e da combatividade das frações e tendências classistas bastante minoritárias no seio do movimento de massas, como, por exemplo, ocorreu recentemente com a heroica greve dos Correios que durou 35 dias.
Para agravar esse fato, Lula apresenta-se como candidato pelo PT com uma política de conciliação e colaboração de classes, defendendo a gestão pública e privada (economia mista) de nossas empresas públicas, como acontece hoje com o Banco do Brasil. Apesar da radicalização social, como aponta o PCO, há um enorme risco do desenvolvimento de uma política “frente-populista”, de conciliação e colaboração de classes, como foram e são os governos do PT, os quais aplainam e aplainaram o terreno para os golpes da burguesia, sendo que setores desta flertam com o PT, como é o caso da bilionária Luíza Trajano.
Assim, tem preponderado a política de conciliação e colaboração de classes da maioria das direções burocráticas e pelegas, as quais sistematicamente boicotam a luta dos trabalhadores, como, por exemplo, acontece com a bandeira da greve geral, que sempre é substituída por “paralisação de 1 dia”, para servir apenas de válvula de escape do descontentamento dos trabalhadores e como manobra para conter o movimento. Ou boicotam de outras formas, como agora, na luta dos trabalhadores da Ford, recusam-se a ocupar as fábricas para lutar pelos empregos e pelos direitos dos trabalhadores.
Essa política é ditada pelo programa de conciliação e colaboração de classes da maioria das direções do PT, PSOL, PCdoB, os quais estão fazendo frente com os golpistas no Congresso Nacional, subordinando a luta dos trabalhadores aos interesses da burguesia, ao cretinismo parlamentar e ao eleitoralismo, dando sustentação ao fascista Bolsonaro, a troco de cargos no parlamento, como ficou claro nas últimas eleições das Mesas no Congresso Nacional (Senado Federal e Câmara dos Deputados).
Para que sejam superadas as direções burocráticas e pelegas do movimento dos trabalhadores no sentido de um caminho de independência de classe, sem aliança com com a burguesia, há a necessidade de ser forjada uma frente única dos trabalhadores, sendo esta a nossa principal bandeira para essa superação, para que o conjunto dos trabalhadores tenha condições de impor na prática a unidade da classe de forma independente da burguesia e de seus colaboradores e conciliadores, para expulsar esses pelegos e burocratas da direção do movimento de massas.
Assim sendo, a TML defende, de forma intransigente, a frente única dos trabalhadores, dirigindo-se diretamente aos dirigentes minoritários e às bases classistas e revolucionárias dos partidos operários e das organizações de massas, como o PT, PCdoB, PCO, PSTU, PCB, CUT, CTB, INTERSINDICAL, Força Sindical, CSP-Conlutas, UNE, UEEs, MST, MTST, etc, pelas bandeiras:
Vacina para todos e auxílio emergencial de 1 salário mínimo por trabalhador; pela escala móvel de salários, de acordo com os índices do DIEESE; redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; anulação das “Reformas Trabalhista e Previdenciária”; contra a “Reforma Administrativa”; fim do desmatamento e queimadas do Pantanal, Cerrado e da Floresta Amazônica; desmantelamento do aparato repressivo; fim do encarceramento em massa da população; Fora Bolsonaro e todos os golpistas!; na perspectiva de um governo operário e camponês, rumo ao Socialismo.
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