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A pobreza triplica e aumenta risco de novo golpe no Brasil

A crise do regime golpista de Bolsonaro aprofunda-se, combinando a crise econômica com as crises sanitária e ambiental. Segundo o Portal G1, em 05/04/2021, “A pobreza triplicou no país. Segundo um levantamento da Fundação Getúlio Vargas, no meio do ano passado eram 9,5 milhões de brasileiros dentro da população pobre. Já agora em março, esse número chega a mais de 27 milhões que sobrevivem com até R$ 246 por mês. Dia após dia, a comida está sumindo do prato dos brasileiros”.

No dia 2 de abril, a burguesia preocupada em salvar o governo de Bolsonaro, lançou o “Manifesto pela consciência democrática”, assinado pelos principais líderes golpistas, ou seja, ela buscar salvar o governo golpista da acelerada desagregação, com a queda de quase todo o seu ministério recentemente, até mesmo dos ministros militares.

Outra alternativa que a burguesia está preparando é um nove golpe (um autogolpe de Bolsonaro e dos militares), tanto que há rumores de que Bolsonaro está cogitando decretar o “Estado de Sítio”, conforme matéria de Isadora Peron, no “Portal Valor Econômico”,  de 19/03/2021.

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A crise assume proporções gigantescas. No País, hoje, estamos chegando a  16% de desempregados, ou seja, 33 milhões de desempregados (mudaram a metodologia da apuração do desemprego, que, em razão do fechamento das empresas, que não mais fornecem dados, as estatísticas não são mais minimamente confiáveis), mas provavelmente, se considerarmos o sub-emprego, trabalho “intermitente”, os “bicos”, etc., esse número ultrapassa os 40 milhões de desempregados, o que tem aumentado as pessoas abaixo da linha da pobreza. Além disso, a Covid-19 matou mais de 325 mil brasileiros, sendo que estamos nos aproximando de 5.000 mortes diárias.

A economia recuou 5% (“mercado financeiro” fala em 5,95%),  enquanto a inflação está voltando com toda força.  A gasolina e o gás de cozinha sobem praticamente todo dia. Paralelamente, há o genocídio da população pobre e negra da periferia das cidades, notabilizando-se a cidade do Rio de Janeiro, combinado com o encarceramento em massa da população. O desmatamento e queimada do Pantanal, Cerrado e da Floresta Amazônica seguem implementados pelo governo golpista, sendo que tais ecossistemas correm o risco de se tornarem desertos.

Por outro lado, o movimento dos trabalhadores encontra-se com enorme dificuldade de desenvolver e generalizar as suas lutas devido à maioria das direções burocráticas e pelegas dos sindicatos e centrais sindicais e dos partidos operários e populares, como PT, PSOL, PCdoB, etc., os quais impõem a sua política de conciliação e colaboração de classes, apesar da luta empírica das próprias massas e da combatividade das frações e tendências classistas bastante minoritárias no seio do movimento de massas, como, por exemplo, ocorreu recentemente com a heroica greve dos Correios que durou 35 dias, mesmo em meio à Pandemia.

A greve dos Correios demonstrou que apesar da direção majoritária burocrática e pelega do movimento dos trabalhadores, há uma enorme disposição de luta das massas, as quais poderão a qualquer hora irromper no cenário político brasileiro de forma avassaladora, em razão do aprofundamento das crises econômica, sanitária e ambiental, sendo certo que a burguesia, hoje dividida em diversas frações (Bolsonaro e militares, Centrão e seus diversos partidos), teme isso porque colocará em risco a sua dominação, ou seja, pois aproxima-se o momento em que os debaixo que não se conformam com a dominação da burguesia e os de cima não conseguem mais governar, como nos ensinou Lênin.

Portanto, não está descartada a possibilidade de um “autogolpe” preventivo por parte da burguesia e dos militares. Para agravar esse fato, Lula apresenta-se como candidato pelo PT com uma política de conciliação e colaboração de classes, defendendo a gestão pública e privada (economia mista) de nossas empresas públicas, como acontece hoje com o Banco do Brasil.

Apesar da radicalização social, como aponta o PCO, há um enorme risco do desenvolvimento de uma política “frente-populista”, de conciliação e colaboração de classes, como foram e são os governos do PT, os quais aplainam e aplainaram o terreno para golpes da burguesia, sendo que, para tanto, setores desta flertam com o PT, como é o caso da bilionária Luíza Trajano.

Concordamos com os camaradas do PCO quanto ao risco de novo golpe, porém discordamos que a alternativa no momento seja a corrida eleitoral, pelo contrário entendemos que o que está colocado é a Frente Única da Classe Trabalhadora já, com a mobilização dos trabalhadores, camponeses pobres e estudantes, com base num programa de transição para a revolução socialista.

Para que sejam superadas as direções burocráticas e pelegas do movimento dos trabalhadores no sentido de um caminho de independência de classe, sem aliança com com a burguesia, há a necessidade de ser forjada uma Frente Única dos Trabalhadores Já, sendo esta a nossa principal bandeira para essa superação, para que o conjunto dos trabalhadores tenha condições de impor na prática a unidade da classe de forma independente da burguesia e de seus colaboradores e conciliadores, para expulsar esses pelegos e burocratas da direção do movimento de massas e principalmente derrotar aos golpistas.

Assim sendo, a TML defende, de forma intransigente, a Frente Única dos Trabalhadores, dirigindo-se diretamente aos dirigentes minoritários e às bases classistas e revolucionárias dos partidos operários e das organizações de massas, como o PT, PCdoB, PCO, PSTU, PCB, CUT, CTB, INTERSINDICAL, Força Sindical, CSP-Conlutas, UNE, UEEs, MST, MTST, etc, pelas bandeiras de vacina parta todos e auxílio emergencial de 1 salário mínimo; pela escala móvel de salários, de acordo com os índices do DIEESE; redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; anulação das “Reformas Trabalhista e Previdenciária”; contra a “Reforma Administrativa”; fim do desmatamento e queimadas do Pantanal, Cerrado e da Floresta Amazônica; desmantelamento do aparato repressivo; fim do encarceramento em massa da população; reforma, revolução agrária e fim do latifúndio; expulsão do imperialismo; expropriação dos meios de produção, empresas, fábricas, bancos, campo; Fora Bolsonaro e todos os golpistas!;  na perspectiva de um governo operário e camponês, rumo ao Socialismo.

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