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Plenária da Macro PT ABCDMRR

Ontem, dia 20, às 14:30 horas, foi realizada a Plenária da MACRO ABCDMRR do Partido dos Trabalhadores (abrange as sete cidades do Grande ABC: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Maúa, Ribeirão Pieres e Rio Grande da Serra), com a presença do Deputado Federal Paulo Teixeira, e das lideranças da Região, como o presidente do PT na cidade, Braz Marinho, a Deputada Estadual Ana do Carmo, os vereadores Toninho da Lanchonete, José Cloves,  Zé Ferreira, e Paulo Dias, de São Bernardo do Campo, Zé Antônio, de Diadema, e de outros municípios, a dirigente do diretório estadual do PT, Zaninha, a professora Vera do Carmo,  a dentista, servidora pública municipal  e ex-dirigente do Sindicato dos Servidores Públicos de São  Bernardo do Campo, Simone Bazilevski, o ex-dirigente do Sindicato dos Químicos do ABC, Expedito,  e o diretor do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, Cadu Bazilevski, entre outra lideranças presentes.

A reunião/plenária contou com aproximadamente 200 militantes, sendo que 10% destes foram de militantes que participaram pela primeira vez de uma reunião do PT, porque fizeram suas filiações recentemente. Fazem parte dos novos 16.600 novos militantes do PT, que atualmente conta com 1milhão e setecentos e quarenta mil filiados (1.740.000).

Iniciando os trabalhos, Zaninha informou que a Reunião da MACRO ABCDMRR era uma decisão do Diretório Estadual do PT, que instituiu o dia mensal de mobilização, para reverter a má situação do partido no estado paulista e  enfrentar a direita e o conservadorismo do governo do PSDB. Assim como no ABCDMRR, foram realizadas reuniões/plenárias em todas as cidades do Estado paulista.

O Deputado Paulo Teixeira iniciou a sua exposição, primeiro mostrando sua carteirinha do partido, que comprova que está filiado desde 82; brincou que o partido era meio desorganizado, que na verdade se filiou um ano antes.

Prosseguiu sua explanação, falando da crise mundial iniciada em 2008, que provocou a queda dos preços das chamadas commodities, isto é, produtos primários como minério de ferro, carne e soja, o que prejudica bastante o nosso País. Hoje o Brasil mais compra do que vende. Informou que no Brasil há 52 de milhões de trabalhadores com carteira assinada, sendo que deste, 20 milhões obtiveram a carteira assinada durante os governos do PT. Disse também, que o PT tirou 40 milhões de pessoas da linha da pobreza. E que infelizmente ainda há 12 milhões de trabalhadores terceirizados, que ganham menos do que os outros trabalhadores, que não têm plano de saúde, ou seja, que não têm os mesmos direitos dos demais trabalhadores, e que na maioria das vezes são abandonados por seus patrões, sem receber os seus direitos e pagamentos.

No que tange à redução da maioridade penal, Paulo desfez alguns mitos, demonstrando que menos de um 1% dos assassinatos são cometidos por menores, ou seja, quem comete assassinatos são os adultos. Outro mito, o de que menor no Brasil não vai preso, esclareceu que se um menor com 12 anos que  cometer um assassinado ele é internado na Febem (hoje Fundação Casa – nota de Ignácio Reis), ficando até os 21 anos. Observou que a reincidência no caso dos menores é de apenas 16%, enquanto no caso dos adultos é de mais de 70%. Informou que 36% dos assassinatos são contra os menores, ou seja, os jovens são as vítimas. Colocou, ainda, também a questão da discriminação, ao dizer que são presos no Brasil, preto, pobre e petista (PPP). Expressou, ainda, que o PT pretende buscar um acordo no parlamento, fazendo uma concessão para tanto, ou seja, concordar com a redução da maioridade penal, nos casos de crimes hediondos, sendo que, posteriormente, Juliana Gandra, da Juventude do PT, colocou de forma apaixonada a necessidade de se defender o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), sem concessões.

Na explanação do Deputado Paulo Teixeira, este observou o conservadorismo do Poder Judiciário, sendo que em virtude disso, o organizador do movimento pró-formação da tendência socialista operária revolucionária do PT, o advogado, João Neto Juca,  ao final da reunião, quando se abriu a palavra aos presentes, observou que há entes públicos, além do Poder Judiciário,  como a Polícia Federal, o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público, que são demais conservadores, reacionários, porque seus membros não são controlados pela cidadãos, porque não são eleitos, estando sempre controlados pela direita, a burguesia e o imperialismo, bem como agora estão engajados no processo golpista em marcha contra a presidente Dilma, via “impeachment” ou golpe militar. Pela importância desses órgãos, os seus membros deveriam ser submetidos ao sufrágio universal, devem ser eleitos, como deve ser numa verdadeira democracia, como concebida pelos filósofos revolucionários, como Jean-Jacques Rousseau, e desenvolvida em o “Estado e a Revolução” e colocada em prática por Vladimir Lênin, ou seja, como adotada nas democracias soviéticas, dos conselhos (ou assembleias populares, como na Bolívia, em 1971, aqui na América do Sul) de operários e camponeses, como na Revolução Russa de 1917, Húngara de 1919, Cubana, 1959, etc.

Ao final, Paulo Teixeira deu um abraço em João Neto Juca, que foi seu veterano na Faculdade de Direito da USP (Paulo ingressou na faculdade com apenas 17 anos, tendo sido calouro de João, que na época tinha 21 anos e cursava o 4º  ano; hoje têm respectivamente, 54 e 58 anos). João Neto Juca (que, conforme nos informou foi o primeiro a defender por escrito, no Jornal do Centro Acadêmico XI de Agosto, a formação de um núcleo estudantil do PT na faculdade) brincou com Paulo, dizendo que com relação ao período anterior de sua filiação, que o PT não registra, que servirá de testemunha, e que agora o Paulo procure outra testemunha, porque têm de ser pelo menos duas.  

Mas o ponto alto da Reunião/Plenária da MACRO ABCDMRR foi a intervenção do Sr. Ângelo, de 86 anos, que colocou a necessidade de fazermos uma reflexão no sentido de uma auto-crítica, tendo em vista o descontentamento com a atuação do partido no último período, bem como a necessidade da luta pelo socialismo. Apesar de seu “portunhol” (manteve o sotaque castelhano, bem acentuado), Sr. Ângelo deixou isso bem claro, ou seja, a necessidade de uma auto-crítica e da luta pelo Socialismo, posição com a qual o movimento pela tendência socialista operária revolucionária do PT, concorda plenamente.

IGNÁCIO REIS

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