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Da prisão de manifestantes a prisão de Lula. Qual será a resposta da esquerda?

O Movimento pró-formação da Tendência Marxista-Leninista (TML) no PT dentro de seu espírito democrático e socialista revolucionário, sempre abre seu espaço no Blog para todas as tendências revolucionárias do movimento operário, como agora, publicando abaixo o artigo do coirmão, Coletivo Marxista do PT:

Da prisão de manifestantes a prisão de Lula. Qual será a resposta da esquerda?

Por Coletivo Marxista do PT

Dois mil e dezesseis( 2016) se iniciou como o ano anterior, com a luta contra o aumento das tarifas do transporte coletivo, que no cenário de alta geral de preços é um dos aumentos que mais pesam direta ou indiretamente no bolso da classe trabalhadora. A resposta do Estado, principalmente em São Paulo, foi uma repressão brutal as manifestações com prisão de manifestantes 

No centro-oeste, embalados pela luta dos secundaristas paulistas que em 2015 ocuparam escolas contra a "reorganização" do tucano Alckimin, os secundaristas de Goias também ocuparam escolas contra as privatizações do também tucano Perillo. E como o PSDB faz em São Paulo, no Paraná e todos os lugares que governa, a resposta por lá foi repressão e prisão de manifestantes. 

E por fim, no ultimo dia 4 de março foi a vez de Lula ser preso para depor pela Operação Lava-Jato da Policia Federal. Uma nota sobre essa operação: Dirigida por um Juiz com comprovadas ligações com o PSDB,  essa operação,  criada para apurar denuncias contra um cartel de empreiteiras que a anos vinham saqueando a Petrobrás,hoje tem distribuído anistia jurídica aos empresários corruptores que disserem qualquer coisa que justifique um show midiático da PF contra Lula e o PT.

Nunca é demais destacar as diferenças aqui. De um lado, jovens manifestantes lutando de forma sincera e corajosa por seus direitos, enfrentando a repressão das policias estaduais comandadas por tucanos que contam com o apoio do governo federal petista. De outro lado, Luis Inácio Lula da Silva, ex-presidente do sindicato dos trabalhadores metalurgicos do ABC Paulista, fundador e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores, que usou o seu enorme prestígio junto a classe trabalhadora, para promover a política de alianças que além de estar destruindo o PT, bloqueou a conquista de reivindicações históricas como a Reforma Agrária, ameaça os avanços sociais e econômicos promovidos por seu próprio governo( Ajuste Fiscal), alem de abrir caminho para retrocessos históricos, como a redução da maioridade penal,  lei da terceirização, lei anti-terrorismo e a reforma da previdência.  

Certo ou errado, o fato é que Lula tem o apoio das maiores organizações sociais e politicas da classe trabalhadora brasileira, além de ser ele próprio, inegavelmente, um líder de massas. Apesar de nanicos de esquerda como PSOL e PSTU ainda alimentarem ilusões na justiça burguesa, o fato é que essa ligação histórica de Lula com as organizações dos trabalhadores é o ÚNICO motivo, dessa perseguição promovida contra ele. E é nesse sentido que ela se iguala com a prisão dos manifestantes, tratam-se de seguidas  afrontas a todas as organizações de trabalhadores, em outras palavras, estão nos chamando para a briga, e a pergunta é: Qual será nossa resposta?

Esses ataques estão longe de ser novidade para a esquerda, mesmo excluindo o período da Ditadura Militar, desde a promulgação da nossa "constituição cidadã" em 1988, ano após ano, aumenta o número de sindicalistas processados pelo Estado, lideres comunitários do campo e da cidade presos ou assassinados( com participação ou acobertamento do Estado) além da escalada de violência na repressão a manifestações de rua desde 2013, sem contar também a perseguição a blogueiros de esquerda e etc. A prisão de Lula, representa, ao menos simbolicamente, o ápice da escalada de repressão aos trabalhadores, que provavelmente só se iguala aos anos imediatamente anteriores ao golpe militar de 64. E a tendência é só piorar, caso Dilma sancione a lei anti-terrorismo. 

A única forma de responder e deter as forças da reação, é com a articulação de uma rede de solidariedade de classe entre os trabalhadores, mas essa unidade não pode começar por cima, com os grandes nomes, e sim por baixo, com os lutadores anônimos. Para cada manifestante preso, deve haver uma onda de paralisações em fábricas, para cada desocupação violenta na cidade ou no campo, deve haver uma onda de manifestações, e para cada sindicalista processado, uma onda de ocupações. E o mesmo deve se aplicar aos dirigentes partidários perseguidos, como Lula. 

Precisamos fazer a burguesia entender que o ataque a um de nós, é um ataque a todos nós!

A única luta definitiva contra a corrupção, é a luta contra o capitalismo. E para isso, precisamos reconquistar o PT para os trabalhadores! 

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