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Estados Unidos manobram para a volta da ditadura militar no Brasil

Os Estados Unidos, ao que tudo indica, passaram a manobrar contra a ditadura Temer/Cunha (afastado apenas formalmente pelo STF golpista), uma espécie de golpe dentro do golpe, com o “vazamento” da conversa (escuta telefônica, "grampo judicial") do ministro do planejamento, Romero Jucá, com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. É fogo amigo!

Em 1968, com o AI-5 (Ato Institucional n. 5), também houve um golpe dentro do golpe. 

O “vazamento” deixou claro o que o mundo inteiro já sabe, ou seja, o universo dos golpistas: mídia, Câmara dos Deputados, Senado Federal, o Poder Judiciário, Supremo Tribunal Federal, Ministério Público Federal, Polícia Federal e as Forças Armadas, ou seja, todas as instituições do estado burguês.

Hoje, o serviçal-mór do imperialimo norte-americano, o usurpador ministro Henrique Meirelles, fará o anúncio das medidas econômicas contra a população trabalhadora e o conjunto da nação oprimida. 

Isso lembra o golpe do Chile, de 1973, quando para impor o plano econômico da Escola de Chicago, foi preciso o Pinochetazzo, o golpe do General Pinochet.

O capitalismo mundial e o brasileiro vivem uma grande crise, sendo que as medidas econômicas visam salvar o capitalismo brasileiro, jogando todos os ônus da crise sobre as costas da população trabalhadora e oprimida da nação.

O imperialismo norte-americano, que vem quebrando o País, assim como fez no Iraque, na Líbia, Ucrânia, etc. etc., quebrando as empreiteiras e as empresas que apoiaram os governos do PT, quebrando a Petrobrás, para entregá-la à Chevron e à Shell, com a farsa da “Operação Lava Jato”, promovida por um juiz suspeito de ser agente da CIA,  com condenações sem provas (caso do companheiro Zé Dirceu, só para exemplificar), baseadas em “confissões” e “delações premiadas”, como na época de Hitler, prisões e torturas na Nova Guantánamo, que se tornou Curitiba, no Estado do Paraná, deve ter chegado a um consenso de que a ditadura Temer/Cunha é frágil para impor as medidas econômicas e preparam a entrada em cena abertamente das Forças Armadas que são um instrumento preparado contra o povo.

O comandante do Exército no Brasil se disse indignado com o Partido dos Trabalhadores, em razão do profissionalismo e do respeito à Constituição pelas Forças Armadas, mas ousamos discordar General, recentemente, foi divulgado na imprensa que "As Forças Armadas deixaram claro que estão prontas", ou seja, "que "apenas" intervirão se caos social se instalar." Além disso, também recentemente o comandante do III Exército, no Rio Grande do Sul, conforme também noticiado na imprensa, havia sido transferido porque havia criticado o governo da Presidenta Dilma, e por causa de ter permitido homenagens póstumas, em Santa Maria, ao coronel Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-CODI, do II Exército, em São Paulo, onde dezenas de pessoas foram torturadas até à morte e algumas sobreviveram, como a própria presidenta Dilma, na época da outra ditadura, a de 1964. É assim, submissão ao poderio econômico e militar estrangeiro e repressão do inimigo interno, o povo.

Como nos ensinou o falecido médico, historiador e dirigente do Partido Comunista Brasileiro, Leôncio Basbaum, em sua obra “História Sincera da República, de 1961 a 1967”, pág. 121, Editora Alfa-Omega, 1977:

“Até há poucos anos, a segurança nacional era antes de tudo a segurança da pátria contra um possível inimigo externo. As manobras militares imaginam um inimigo vindo do exterior, por mar ou por terra e toda a estratégia de defesa era então revista, pelo menos teoricamente. Era uma estratégia defensiva. Mas nestes últimos anos, sobretudo depois que as personalidades civis e militares norte-americanas começaram a fazer conferência na ESG (Escola Superior de Guerra – Nota de Ignácio Reis), o conceito de “segurança nacional” se refere sobretudo a um inimigo interno”.

Essa é a doutrina da “Segurança Nacional”, elaborada pelo General Golbery do Couto e Silva, do “Grupo da Sorbonne” a dita “inteligentsia” do Exército, teoria essa baseada no nazista Hermann Goering, que trata o povo brasileiro como inimigo interno.

Assim, as chamadas “forças de segurança”, ao invés de se colocarem para a defesa da pátria, são aliadas de nossos inimigos externos, os imperialismos norte-americanos, europeus e asiáticos e da burguesia nacional entreguista, estando voltadas contra o povo brasileiro, o inimigo interno.

A equipe econômica, para justificar as medidas de ataque aos trabalhadores, superestimou o deficit nas contas públicas, chamando-o de rombo, dobrando de 97 bilhões para 170,5 bilhões de reais.

Todavia, o Brasil não tributa dividendos e não tem imposto sobre grandes fortunas (está na Constituição Federal, mas não foi regulamentado). Nos Estados Unidos, este imposto é de 20% a 40%; na Inglaterra de Margareth Tchatcher era de 38%. O imposto sobre herança no Brasil é de 3%, enquanto no Chile,  tradicionalmente, desde da ditadura de Pinochet,  paraíso neo-liberal da Escola de Chicago, é de 12%. Economistas fazem cálculos de que se o Brasil tivesse imposto sobre grandes fortunas, taxando apenas 5%, conseguiria fácil, fácil, 90 bilhões de reais, quantia bem superior aos 18 bilhões que o ex-ministro Joaquim Levy queria retirar do sangue e suor dos trabalhadores. Mas o problema é que esse tipo de solução implicaria tirar dinheiro da burguesia! O negócio do capitalismo é o lucro, é a exploração dos trabalhadores! Agora os golpistas querem tirar o couro dos trabalhadores e da nação oprimida! 

As medidas estão de acordo com o plano do imperialismo norte-americano, apresentado pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB, partido que vem desde a ditadura militar), chamado de “Uma ponte para o futuro” (provavelmente outra ditadura militar), visando recuperar o terreno perdido para a China e Rússia (principalmente agora como anunciou a Folha de S. Paulo, dia 21/5, que “Com mais carnes, balança comercial do Brasil com China melhora”) e implementar a recolonização do Brasil, com o fim da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), fim do salário mínimo (será mantido formalmente, como, por exemplo, é hoje o salário família), arrocho do funcionalismo público, generalização da terceirização/precarização do trabalho, redução brutal das aposentadorias e pensões, aumento do trabalho escravo tanto na cidade como no campo, fim dos programas sociais (Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Pronatec, Pró-uni, Fies, etc., privatização da Petrobrás (entrega para a Chevron e a Shell), da Caixa Econômica Federal, Correios, etc. etc., aumento da população carcerária (hoje em torno de 700.000 pessoas), achacamento dos estados da federação para implementarem política semelhante, com arrocho do funcionalismo público estadual, fim do ensino público, laico e gratuito, ataque e destruição da cultura e a ciência e tecnologia porque estas são revolucionárias, com o fim dos respectivo ministérios (foram restabelecidos apenas formalmente, em razão dos protestos da população, é apenas uma manobra, na prática estão destruídos até porque os novos ministros nazi-fascistas são contra a cultura e a ciência e tecnologia), o aumento do genocídio da população jovem, pobre e negra nas periferias das grandes cidades pelas polícias militares estaduais, etc. etc., e sobretudo repressão, como estão fazendo com os estudantes, os quais, neste momento ocupam escolas pelo país inteiro, demonstrando que as massas trabalhadoras, populares e estudantis são mais poderosas do que todos os aparatos repressivos, como a Polícia Federal (a polícia política do golpe), a Força Nacional, as polícias militares estaduais, aparatos esses que precisam ser dissolvidos, e as Forças Armadas, sendo que estas últimas, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, em confronto com as massas se dividem, porque são formadas na base principalmente por filhos de trabalhadores e de camponeses, e também de estudantes.

O imperialismo norte-americano patrocina golpes em quase toda América do Sul neste momento. Na Argentina, com Macri, que embora eleito, governa por decreto, passando por cima do parlamento; no Brasil, com a ditadura Temer/Cunha; no Chile, na Venezuela, etc. Como dissemos, o imperialismo norte-americano busca recuperar o terreno perdido para os imperialismos da China e a Rússia, o que vai aumentar as disputas, o que poderá provocar até a III Guerra Mundial (a TML entende que não se deve falar em Guerra Fria, porque a China e Rússia não são mais estados operários, mas sim imperialistas, e a Guerra Fria era entre países imperialistas e o bloco soviético, na época estados operários, sendo que a situação de hoje assemelha-se mais à da época da I Guerra Mundial, onde havia disputa de blocos de países imperialistas, como observou Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária – PCO, em suas análises políticas da semana).

O programa do imperialismo norte-americano inevitavelmente vai se chocar contra os os operários, os trabalhadores, os camponeses, e os jovens e os estudantes, o conjunto da nação oprimida, em razão dos ataques às conquistas sociais, sendo imprescindível neste momento a luta contra a ditadura Temer, por liberdades democráticas, pela liberdade de manifestação e expressão, liberdade de organização, liberdade dos presos políticos, pois os militantes e lutadores da classe trabalhadora e dos movimentos sociais e populares estão sendo condenados sem provas, como o companheiro Zé Dirceu, os camponeses estão sendo assassinados, os estudantes sendo reprimidos e presos, e ocorre o genocídio da população jovem, pobre e negra das periferias das cidades pelas polícias militares nos estados da federação.   

Esse confronto, com certeza levará à guerra civil contra os trabalhadores e a nação oprimida, podendo abrir uma situação revolucionária, com a ação direta das massas, derrubando de forma revolucionária a ditadura do capital, a ditadura Temer/Cunha, destruindo o estado burguês, sendo imprescindível para essa hipótese a construção desde já de uma partido operário marxista revolucionário e a construção de uma Internacional operária e revolucionária, que defenda a instauração de um governo revolucionário operário e camponês, para a expulsão do imperialismo, expropriação das fábricas, bancos, empresas, reforma e revolução agrária, fim dos latifúndios, expropriação das empresas agrícolas, monopólio do comércio exterior, economia planificada, rumo a socialismo.

Todavia, no momento atual há necessidade de unificar a luta, porque as manifestações espontâneas, que estão acontecendo pelo País inteiro, precisam ser organizadas e centralizadas, por meio da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo, preparando-se a greve geral, com comandos eleitos nas fábricas, nas empresas, nos bancos, nas repartições públicas, nos campos, nas empresas agrícolas, nas escolas e nas universidades. Além disso, os trabalhadores precisam organizar comitês de autodefesa a partir dos sindicatos, as milícias operárias e populares. 

- Abaixo a repressão aos movimentos populares e sociais!

- Pelas liberdades democráticas!

- Pela liberdade de manifestação e expressão!

- Pela liberdade dos presos políticos!

- Pelo fim da polícia federal (a polícia política do golpe) e das polícias militares!

- Abaixo a ditadura Temer/Cunha!

- O povo na rua derruba a ditadura!

- Por um governo operário e camponês!

Tendência Marxista-Leninista, por um partido operário marxista revolucionário

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