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General no Ministério da Defesa: avança o golpe militar no Brasil

O golpista Michel Temer nomeou o general Joaquim Silva e Luna para o Ministério da Defesa num claro sinal do avanço do golpe militar no Brasil.

O renegado Raul Jungmann, traidor da classe trabalhadora, passou para o recém criado ministério da Segurança Pública, ou seja, passou a ser o chefe de polícia.

Até o ultrarreacionário O Estado de S. Paulo viu nisso um retrocesso institucional, conforme o título de seu editorial de ontem, dia 28/2:

“O cerne da questão está no fato de que a natureza do cargo de ministro de Estado é política. Por isso, é um equívoco nomear um militar para a chefia do Ministério da Defesa.”

Antes do general Joaquim Silva e Luna assumir o Ministério da Defesa, o general Sérgio Westphalen Etchegoyen, ministro da Segurança Institucional, já estava assumindo grande poder no seio do governo golpista, sendo que agora, com a intervenção militar no Rio de Janeiro, em razão da população estar rebelada devido ao desmoronamento do Estado burguês fluminense, os militares estão se assenhoreando do poder.

Assim aconteceu com Adolf Hiltler na Alemanha em 1933, quando foi nomeado chanceler, primeiro ministro, pelo presidente alemão Paul von Hindenburg, e com Augusto Pinochet, em 1973 no Chile, quando foi nomeado comandante do Exército por Salvador Allende. Ou seja, eles vão assumindo “pacificamente”, como quem não quer nada, e depois fazem todo tipo de barbaridade, como a História tem demonstrado. 

É bom lembrarmos algumas “proezas” do Exército desde o ano passado, quando há praticamente um ano, matou a tiros de fuzil, na cabeça, um adolescente de 17 anos, na Grande Vitória, em Cariacica, no Estado do Espírito Santo, na madrugada do dia 10/2, por volta da 1 hora da madrugada. A família encontrou  6 balas de fuzis, sendo que 2 foram levadas pelos militares facínoras e assassinos.

“Quando o Exército viu que a família dele correu pra rua gritando, que era menino de família, eles subiram no carro e forma embora,  afirmou Tatiana” (prima do adolescente assassinado, ao Portal G1, hoje 11/02/2017).

O menino estudava na 6 série, na Escola Estadual Eulália Moreira, portanto era estudante secundarista, e trabalhava com os irmãos de 21 e 14 anos vendendo mel na feira, morando com os mesmos e com o pai portador de doença degenerativa.

Como sempre, os militares facínoras e covardes alegaram “confronto” e a polícia também genocida do povo pobre e negro sempre elabora Boletins de Ocorrência de “resistência”.

Recentemente, a ditadura golpista de Michel Temer armou uma grave provocação, dirigida pelo ministro golpista da Justiça (acusado de cometer plágio de obras jurídicas nacionais e estrangeiras de forma recorrente, e agora indicado para o Supremo Tribunal Federal também golpista), com a participação ativa do Exército e da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que mata mais de 500 pessoas pobres e negras por ano, armada até os dentes pelo Enclave sionista e terrorista de Israel.

Os golpistas infiltraram o capitão do Exército Willian Pina Botelho entre os manifestantes antes da manifestação dos 100 mil na Paulista, no domingo passado, dia 4/9. O agente provocador apresentou-se em uma rede social como o codinome de Balta. Aí armou a provocação entregando para a Polícia Militar 26 manifestantes, os quais foram presos antes da manifestação. Todavia, no dia seguinte um Juiz  libertou imediatamente os manifestantes em razão da ausência de provas. Essa a atuação do juiz é uma exceção, porque de forma geral o poder judiciário vem participando ativamente do golpe. É uma exceção que confirma a regra. Logo em seguida o provocador foi desmascarado, sendo revelada a sua verdadeira identidade de capitão do Exército.   

Desde o ano passado, os golpistas seguem encarcerando e massacrando a população pobre e negra do Brasil, pois praticamente perdemos 200 pessoas assassinadas pelos golpistas nos presídios do nordeste brasileiro (os presos brasileiros são na sua maioria jovens negros e pobres, trabalhadores empurrados para situação desesperada de miséria e desemprego)  e nas ruas de Vitória, no Estado do Espírito Santo, sem falar do genocídio nas periferias das cidades brasileiras contra o povo pobre. O Brasil tem a terceira população carcerária do mundo, com aproximadamente 700.000 presos.

O Exército, como nos ensinou o falecido médico, historiador e dirigente do Partido Comunista Brasileiro, Leôncio Basbaum, em sua obra “História Sincera da República, de 1961 a 1967”, pág. 121, Editora Alfa-Omega, 1977:

“Até há poucos anos, a segurança nacional era antes de tudo a segurança da pátria contra um possível inimigo externo. As manobras militares imaginam um inimigo vindo do exterior, por mar ou por terra e toda a estratégia de defesa era então revista, pelo menos teoricamente. Era uma estratégia defensiva. Mas nestes últimos anos, sobretudo depois que as personalidades civis e militares norte-americanas começaram a fazer conferência na ESG (Escola Superior de Guerra – Nota da TML), o conceito de “segurança nacional” se refere sobretudo a um inimigo interno”.

Essa é a doutrina da “Segurança Nacional”, elaborada pelo General Golbery do Couto e Silva, do “Grupo da Sorbonne” a dita “inteligentsia” do Exército, teoria essa baseada no nazista Hermann Goering, que trata o povo brasileiro como inimigo interno.

Constata-se, pois, que as forças da repressão voltaram a agir na ditadura de 2016, como na época da ditadura de 1964, o que mostra a gravidade da situação política que estamos vivendo.

Os militares  começaram as provocações por meio do III Exército do Sul, atacando a ex-presidente Dilma Rousseff saudando um notório torturador da ditadura militar de 1964. Na ocasião o General golpista foi afastado.

Depois, seguiram dizendo que estavam de prontidão, passando agir abertamente depois da burguesia nacional e do imperialismo norte-americano de 2016, com o pretexto das Olímpíadas vem se agravando e crescendo a intervenção militar com a barbárie dos presídios, com a explosão da violência urbana com os motins das polícias militares golpistas.

Como constou do Blog da Liga Bolchevique Internacionalista, em seu manifesto contra a intervenção militar no Rio de Janeiro:

“(...) os Marxistas Revelucionários da LBI defendem em alto e bom som: “Abaixo a intervenção militar no Rio de Janeiro, fora as tropas do Exército das ruas!”. A classe trabalhadora e o povo pobre não pode continuar indefeso contra a violência organizada do Estado capitalista e seus bandos mafiosos. Precisa organizar comitês de autodefesa pela expulsão do aparato repressivo das favelas, pela destruição das polícias e contra a intervenção das FFAA no Rio de Janeiro. Para Trotsky, “inclusive as frações mais avançadas (do exército) não passarão aberta e ativamente para o lado do proletariado até que vejam com seus próprios olhos que os operários querem lutar e são capazes de vencer (“Aonde vai a França?”). Ou seja, a unidade do proletariado mesmo com os setores mais avançados do exército só se dará em situações pré-revolucionárias. No caso específico do Exército, defendemos um programa de reivindicações transitórias destinadas aos soldados e cabos, a fim de que rompam com a hierarquia militar subordinando-se a uma clara estratégia de destruição revolucionária do aparato repressivo do Estado burguês (difusão de imprensa política nos quartéis, direito a sindicalização, formação de sindicatos vermelhos, etc.). Frente a intervenção militar defendemos a unidade dos trabalhadores da cidade e do campo pela via da construção de Greve Geral que se inicie pela mobilizações das bases operárias e populares neste dia 19 de Fevereiro, tendo como eixo o fim imediato da intervenção militar. Estrategicamente é necessário expropriar a burguesia para que sobre os escombros desse Estado burguês corrupto e assassino se construa um poder de novo tipo, capaz de erguer um modo de produção social que garanta condições dignas de vida para o conjunto dos que trabalham e não que sirva para acumular capital a fim de engordar os bolsos de um punhado de parasitas mafiosos!” 

Nós da TML, fazemos um apelo aos camaradas e companheiros que estão no exterior, que inclusive estão fazendo manifestações contra o golpe em todos os países da Europa, o que impulsionou uma grande reunião recentemente em Amsterdã, na Holanda, e aqueles que estão fazendo manifestação nos Estados Unidos, assim como as organizações internacionalistas que denunciem agora o golpe militar.

Assim, é fundamental que o movimento operário e popular convoque um Congresso de base da classe trabalhadora em São Paulo, com delegados eleitos democraticamente nos Estados, como embrião de poder operário e popular, bem como organize comitês de autodefesa, as milícias operárias e populares, a partir dos sindicatos operários, de trabalhadores, de camponeses pobres e das organizações estudantis, com a perspectiva do armamento do proletariado para fazer frente à guerra civil que se avizinha.

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