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Impedir Lula é renovar apoio a Bolsonaro

*Por Leonardo Silva/ © foto: Ricardo Stuckert

A escalada da crise política e sanitária, com os mais de 3000 mortos por dia e a deliberada sabotagem da vacinação somado à politicagem barata de governadores elementos da direita tradicional, torna o Brasil um imenso campo de concentração e extermínio, onde o bolsonarismo tem aplicado sua política genocida. Como já denunciado pela TML, a crise sanitária se soma à degradação completa das condições de vida do povo, em que paira o desemprego de mais de 16% e a fome que volta a assolar o país.

Poucas lideranças na esquerda, a exceção do próprio Lula, denuncia o golpe de 2016 como a pedra angular dessa verdadeira bomba atômica jogada pelo imperialismo no Brasil. Bolsonaro que é a continuação do golpe, fruto da campanha odiosa da direita pela derrubada do governo do PT, foi eleito numa grande operação de fraude cuja base estava na prisão e condenação do ex-presidente Lula e seu impedimento de concorrer às eleições de 2018.

Essa operação foi ostensivamente apoiada por toda a direita, representante da burguesia, com vistas a eleger Bolsonaro e preservar o status quo do golpe mesmo que com toda a crise que representa a extrema direita e o ônus político que ela causa ao regime.  Diante da ameaça cada vez mais imprevisível de uma comoção popular já presentes em países vizinhos como o Paraguai, já aparecem sinais traduzidos em saques a supermercados e o governo reage com aparatos herança da ditadura, como a Lei de Segurança Nacional e as GLOs (garantia da lei e da Ordem), fazendo presos políticos como o companheiro Rodrigo Pilha (PT-DF).

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A cisão aberta pelo agravamento da crise da lava-jato e as pressões das organizações populares permitiram que as condenações fraudulentas ao líder do Partido dos Trabalhadores fossem anuladas, feitas em uma tentativa de salvaguardar a proscrição da Lava-jato. Mas a ameaça de reverter o quadro vem novamente, quando o ministro Fux decide pautar para o próximo dia 14 a ação promovida pela procuradoria geral da República do governo golpista de Bolsonaro para revogar a decisão. Essa ameaça revela que a guerra contra Lula e o PT está iniciada, e que não haverá vitória sem luta e a campanha por Lula presidente deve ser iniciada desde já.

Devemos dizer claramente que a tentativa da direita golpista de barrar novamente Lula, é uma renovação aberta de apoio ao Bolsonaro, porque a polarização política só permitirá o confronto entre as forças populares e a extrema-direita apoiada pela burguesia cujos representantes oficiais do chamado “centrão” foram engolidos pela dissolução política causada pelo Golpe.

Devemos dizer claramente que a tentativa de barrar Lula não será apenas um novo apoio à Bolsonaro como também participação na política genocida aplicada no país durante a pandemia que mata mais de 3 mil, política na qual todos os representantes da direita golpista que assinaram a nota cínica denominada “Manifesto pela consciência Democrática” tem suas digitais. 

Desmascaremos os pilantras da Globo e da imprensa capitalista, da direita e da Frente Ampla que fazem demagogia democrática mas tramam por Lula fora das eleições em declaração de guerra contra o povo por trás do Bolsonarismo dispostos a levar o neoliberalismo até as últimas consequências.

Devemos impor a candidatura de Lula com um programa dos Trabalhadores do Campo e da Cidade para quebra imediata da patente das vacinas e a sua aplicação pelo SUS, por um governo popular que liquide a extrema-direita e todos os atos do golpe, reverta todas as privatizações para o controle dos Trabalhadores e não da especulação parasitária. Fora Bolsonaro, eleições gerais e Lula presidente!

Goiânia, 5 de abril de 2021

Leonardo Silva é professor
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Tendência Marxista-Leninista defende a formação de um partido operário marxista revolucionário e a luta por um governo operário e camponês, como também por uma Internacional operária e revolucionária, visando a implantação do Socialismo no Brasil, em toda América Latina e no mundo.

Este espaço está aberto para a manifestação democrática dos movimentos operário e popular. Contato por meio dos militantes da TML que distribuem o boletim Luta de Classes e o jornal Revolução Permanente. Junte-se a nós!

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