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Argentina: eleito um governo pró-imperialismo americano

O empresário Mauricio Macri, do partido Mudemos, pró-imperialista, foi eleito com 12.903.301 votos (51,40%),  no dia de 22 de novembro, presidente da Argentina, derrotando Daniel Scioli, da coligação Frente para a Vítória, representante do kirchnerismo do Partido Judicialista (peronista), o qual obteve 12.198.441 de votos (48,60%),  após 12 anos de governo, que se iniciou com Nestor Kirchner, marido da ex-presidenta, Cristina Fernandes de Kirchner. 

Embora tenha dito que  “vamos governar para todos”, na verdade ele vai defender os interesses do imperialismo americano, do setor financeiro internacional. O candidato do kirchnerismo, Daniel Scioli, também tinha um programa de governo bem semelhante ao de Maurício. A Argentina ficou naquela situação: se ficar o bicho come, se correr o bicho pega. A política pró Estados Unidos acirrará a disputa inter-imperialista, pois a política anterior do kirchernerismo foi associada, no comércio exterior, ao imperialismo chinês, que inclusive vendeu duas usinas nucleares à Argentina. Como agente do imperialismo americano já começou as escaramuças contra os governo bolivariano da Venezuela, como noticiou  o Portal da Globo.com  “Ele também confirmou que pedirá na próxima cúpula do Mercosul, em Assunção, em dezembro, que se aplique a Cláusula Democrática do bloco sobre a Venezuela "pela perseguição de opositores"."Vamos fazer como dissemos em campanha Vamos invocar a cláusula democrática contra a Venezuela, que corresponde pelos abusos e a perseguição de opositores", afirmou.”

Além disso, defenderá os interesses do imperialismo americano e do sionismo, ainda de acordo com o Portal da Globo.com:

“Acordo com o Irã

Macri afirmou, em sua primeira entrevista coletiva após a sua eleição, que proporá ao Congresso derrogar o Memorando com o Irã, assinado pela mandatária Cristina Kircher em 2013 para investigar o atentado contra o centro judeu Amia em 1994.

O dirigente pró-mercado considerou que esse acordo, amplamente criticado pela oposição e por Israel,(...)."

A política a ser desenvolvida por Macri é francamente pró-imperialista americana de austeridade, ou seja, vai ser uma guerra contra o povo trabalhador e oprimido argentino, sinalizando com o aumento da repressão contra o povo pobre das periferias, estabelecendo uma verdadeira guerra civil contra o povo argentino:

“Conservador, Macri defende a abertura de investimentos estrangeiros, a diminuição da inflação para um dígito em dois anos e o levantamento dos limites das exportações do setor agropecuário, além da eliminação da banda cambial – ele considera que o preço do dólar deve ser fixado "pelo mercado". Também diz que vai criar uma agência nacional contra o crime organizado e desenvolver um sistema de estatísticas criminais.” (idem).

A vitória de Macri é resultado da política nacionalista burguesa do kirchnerismo, incapaz de levar avante uma luta consequente contra o imperialismo, expropriando verdadeiramente os monopólios imperialistas e realizando a revolução agrária. Outro fator é a política de capitulação dos partidos operários e pequeno-burgueses de esquerda ao  nacionalismo burguês kirchenerista-justicialista (peronista), como PTS e Partido Obrero, sendo que este último tem desenvolvido uma política abertamente eleitoreira e social-democrata,  da política de Frente de Izquierda, divulgada  em seu jornal Prensa Obrera (“Llevemos a la izquierda al Congresso”), ou seja, frente-populista.

Assim, a classe operária argentina deverá travar uma luta terrível contra os ataques anunciados pelo presidente eleito, sendo que, no calor dessa luta, deverá formar um partido operário marxista revolucionário, com seção argentina da Internacional Operária Comunista, no sentido de um governo operário e popular, para a realização das tarefas democráticas, independência nacional, expulsão do imperialismo, revolução agrária, com a expropriação dos meios de produção, fábricas e bancos, terra, latifúndios, empresas agrícolas, estabelecendo o monopólio do comércio exterior e a economia planificada.

Erwin Wolf

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