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Apesar da queda de Levy segue a política do ajuste fiscal

O ministro Joaquim Levy foi substituído no ministério da fazenda por Nelson Barbosa (ex-ministro do planejamento).

A saída de Levy não significa o fim do ajuste fiscal.

Nelson Barbosa assume o ministério da fazenda com a disposição de implantar um ajuste fiscal lento e gradual. “Barbosa jamais acreditou no plano fiscal de Levy, a ferro e fogo no curto prazo. Aos poucos alardeou seu programa de tapar o buraco de modo “gradual” e de “reequilibrar a economia” com algum incentivo ao crescimento, o que agradou a Dilma e derrubou Levy.” (Folha de S.Paulo, 20/12).  Todavia, tal plano é uma utopia reacionária, está fadado ao fracasso, como o próprio ajuste fiscal de Levy (a terceirização, as MPs 664 e 665 que reduzem pensões, aposentadorias, e o seguro-desemprego, etc.) que somente poderia ter sucesso com a consumação do golpe da burguesia nacional e do imperialismo americano em marcha. E a burguesia sabe disso: “Uma política sem grandes voos heterodoxos ou ortodoxos pode resultar em algum tipo sarneyzação econômica, piora contínua sem estouros. Assim, vai se comer o “arroz com feijão” de Barbosa. Em seguida ele mesmo será canibalizado, destino comum dos breves ministros da economia do Brasil dos tempos de crise e bagunça, que imaginávamos passados.” (Idem).

A situação política pode estar vivendo uma virada, pois na quarta-feira, no dia 16 de dezembro, houve a entrada em cena da classe operária organizada com milhões de manifestantes em todas as principais cidades brasileiras contra o golpe. Além disso, em São Paulo, os estudantes e professores obtiveram um grande vitória, derrotando a “reorganização escolar” do governo Geraldo Alckmin, que nada mais é do que o ajuste fiscal em nível estadual, com fechamento de escolas e demissões de professores. A mobilização dos estudantes e professores, que estão ocupando escolas, derrotou o ajuste fiscal de Alckmin.

Todavia, não podemos achar que já derrotamos o golpe. Isso é uma ilusão perigosíssima. Apesar de ter sido um passo de gigante, este foi o primeiro passo. É preciso desarmar os golpistas para derrotá-los.

O golpe em marcha entrou num impasse com a entrada em cena da classe operária organizada, mas não foi derrotado.

É necessário cobrir o Brasil de comitês de luta contra o golpe em todas as cidades, em todos os bairros operários e populares. Não tem Natal, nem Fim de Ano e nem Carnaval. Tem é organização e luta!  Os golpistas não passarão!

Assim, neste momento devemos centrar a nossa luta contra o ajuste fiscal, ou seja, a terceirização, as MPs 664 e 665 que reduzem pensões, aposentadorias, e o seguro-desemprego, etc., pela escala móvel de salários (reajuste automático de salários de acordo com a inflação); redução da jornada de trabalho, sem redução de salários;  fim das demissões, estabilidade no emprego; não aos cortes dos programas sociais, como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, PRÓ-UNE, PRONTATEC, FIES, etc., fim do congelamento dos vencimentos dos funcionários públicos, e em defesa da Petrobrás, expropriação da Samarco (Vale + BHP Billiton).

A luta pelas reivindicações operárias caminhará no sentido da  realização das tarefas democráticas, independência nacional, expulsão do imperialismo, revolução agrária, com a expropriação dos meios de produção, fábricas e bancos, terra, latifúndios, empresas agrícolas, estabelecendo o monopólio do comércio exterior e a economia planificada, liberando as forças produtivas nacionais e destravando a nossa economia.

- Cobrir o Brasil de comitês de luta contra o golpe!
- Fora Cunha!
- Abaixo o golpe da burguesia e do imperialismo americano!
- Abaixo o ajuste fiscal!

Erwin Wolf
Ignácio Reis

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