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A mobilização dos trabalhadores franceses pela greve geral

A Tendência Marxista-Leninista, publica abaixo o artigo do Groupe Marxista Internationaliste (GMI), da França, "Greve geral até a retirada", onde faz um balanço da mobilização do dia 31 de março, na qual mais de 1 milhão de trabalhadores franceses fizerem greve nos setores público e privado, e segue propondo a greve geral para a retirada do projeto de lei que ataca os direitos trabalhistas, apresentado pelo governo francês, do Presidente François Hollande, do primeiro-ministro Manuel Valls, e da ministra do trabalho, Myriam El Khomri. A tradução portuguesa é de responsabilidade exclusiva da TML, a qual sugere, por segurança, que seja consultado o Sítio do GMI, em razão da nossa insuficiência linguística.

O Groupe Marxiste Internationaliste, da França, faz parte do Coletivo Revolução Permanente (CoReP), juntamente com o Gruppe Klassenkampf, da Aústria, Revolução Permanente, do Peru, e o Movimento ao Socialismo, da Rússia (em processo de integração ao CoReP). A TML é simpatizante do CoReP.



Greve geral até a retirada 

Os acontecimentos de 31 de março para a retirada do projeto de lei reuniu mais de um milhão de manifestantes com greves nos setores público e privado.

"O governo deve escutar", diz a Internsindical (organizações trabalhistas – Nota da TML/Brasil) no final da jornada de ação. Mas o governo anuncia nada além de novas consultas sobre o projeto. Em sua declaração conjunta, direções CGT, FO, FSU, Solidaires, UNEF, UNL e FIDL (organizações sindicais francesas mais a União Nacional dos Estudantes Franceses – UNEF – Nota da TML/Brasil) apelam para chamar uma greve geral, para ter "disponibilidade para se reunir com o governo e fazer propostas”.

A Coordenação Nacional reuniu-se em 4 e 5 de abril representantes de 70 universidades e instituições de ensino superior renovado à justo título "o seu apelo à retirada total e sem negociar projeto de lei do trabalho "e afirma: "apesar das tentativas Valls de dividir o movimento convidando algumas organizações trabalhistas detém, nós não aceitamos que negociem em nosso nome. "

Porém, todas as direções sindicais  continuam a negociar com o governo como eles tinham preparado antes o projeto de lei! No entanto, no dia 6 de abril, o presidente da UNEF fora a uma entrevista com o dois ministros Vallaud-Belkacem e El Khomri e disse: "Em vista do desacordo que persiste sobre o projeto de lei do Trabalho e dado o fato de que temos um quadro de diálogo que, esperamos,vai permitir que as coisas mudem de forma positiva, mas sem compromissos da fazenda, parece muito importante que os jovens permaneçam mobilizados. "

Em nenhum momento, o governo comprometeu-se a retirar o projeto. Ao contrário, avança para a votação da lei no parlamento, confiando na cumplicidade da cúpula sindical. Em seguida,  que "neste quadro de diálogo permite mudar as coisas de forma positiva “, segundo a UNEF? A que servem "As reuniões com o governo", dos líderes da CGT, FO e da Solidaires?

O 5 de abril, estudantes do ensino médio e estudantes manifestaram-se novamente. Eles foram violentamente cobrados pelos CRS de muitas cidades. Mais de uma centena foram presos e ficaram várias horas sob custódia, sendo liberados após protestos em frente às Delegacias de Polícia. O cassetete de um lado, o palavrório dos líderes sindicais do outro!

Os dirigentes sindicais apelaram para as jornadas de ação em 17 de março, 24 de março, 31 de março, agora 09 de abril e novamente no dia 28 de Abril. A coordenação dos  estudantes  de 4 e 5 abril, aprovou o programa em 9, 12, 14 e 20 de abril porque, diz ela ", essas datas diferentes devem ser um ponto de apoio para avançar para a greve renovável (greve renovável a cada 24 horas). "  Ainda não greve geral até a retirada ...

As jornadas de ação, as greves renováveis  não preparam a greve geral, mas a evita. A greve  geral não é a pressão sobre o governo, nem colaboração com ele: é a mobilização resoluta de todos juntos para vencer. É a força gigantesca da classe trabalhadora e da juventude na formação para levantar-se em face do governo.

Já, em 2003, como em 2010, durante a grande mobilização em defesa das pensões, líderes trabalhistas e seus assistentes políticos organizaram dias jornadas de ação à repetição, das greves renováveis, situação por situação, deixando assim os governantes esperando tranquilamente a exaustão e o desânimo para vencerem. Os burocratas sindicais e os seus adjuntos PCF, PdG, LO, NPA, POID ... hoje estão prontos para nos jogar na mesma divisão. 

"A jornada de dia de 5 de abril e as diversas iniciativas, tais como a ocupação noturna de la place de la République (Praça da República – Nota da TML/Brasil), em Paris, ajudando a fortalecer o desafio climático da contestação. E as manifestações do sábado 9 de abril trará novos participantes nesta luta. Isso tem que ser um sucesso e pode ser”, escreveu LO em seu editorial de 4 de abril. "A jornada de sábado nove de abril, chamada pelas organizações da juventude e pela Intersindical CGT-FO-FSU-Solidaires deve ser uma nova oportunidade para amplificar movimento", declarou o NPA em 5 de abril.

Mas nem LO nem o NPA, nem POID, etc. Não disseram uma palavra de combate para impor que os dirigentes sindicais cessem o diálogo social com o governo e apelem à greve geral para derrotá-lo. Portanto, se a greve geral não for realizada, não será culpa dos trabalhadores e da juventude por falta de vontade de se mobilizarem bastante. Porém, não há outra forma de obter a retirada total do projeto de lei El Khomri.

Exigir de cada sindicato e cada assembleia geral, que os dirigentes sindicais se pronunciem pela greve geral!

Greve geral até a retirada do projeto de lei Holland-Valls-El Khomri!

Assembleias gerais democráticas em toda parte! Coordenação local e nacional dos comitês de greve eleitos pelos estudantes e trabalhadores!

Defesa pelos sindicatos e assembleias gerais das ocupações e manifestações contra a polícia!

6 de abril de 2016

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