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PSTU percorre a trajetória de Benito Mussolini

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), por meio de seu principal dirigente, Eduardo Almeida, exige a prisão de Lula, defendendo uma política que ultrapassa os limites da classe operária, passando para o campo da reação burguesa e do imperialismo.

A trajetória do PSTU  não é inédita, não é a primeira vez que isso acontece. Só para exemplificar, na nossa grande imprensa atual são conhecidas as pessoas que foram de esquerda e hoje servem à reação, como Miriam Leitão, Demetrio Magnoli, Reinado Azevedo, Willian Waack, etc.

Todavia, o maior símbolo destes trânsfugas e traidores é Benito Mussuloni:

“No início da sua carreira de jornalista e político foi um tenaz propagandista do socialismo italiano, em defesa do qual escreveu artigos no jornal esquerdista Avanti, de que era redator-chefe.” (Wikipédia).

“Até os dia atuais, Mussolini é considerado um dos socialistas mais proeminentes da Itália. Em setembro de 1911, participou de uma manifestação, liderada pelos socialistas, contra a Guerra Ítalo-Turca na Líbia. Ele amargamente denunciou a estratégia, que classificou como “guerra imperialista”, da Itália de capturar a capital da Líbia, Tripoli, uma ação que lhe valeu um período de cinco meses na prisão.” (Idem).

Depois, “Usando as sua milícias chamadas de camicie nere (“camisas negras”) para instigar o terror e combater abertamente os socialistas...” (Idem).

Bastante semelhança com o Eduardo Almeida, não é não? O que vocês acham? 

Em agosto passado, o PSTU, em São Bernardo do Campo, aliou-se ao Ministério Público do Trabalho (que é um braço do Ministério Público Federal que vocês já conhecem o horror que é), e, como nos tempos da ditadura, cancelaram as eleições no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Bernardo do Campo, onde concorriam a Chapa 1, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e a Chapa 2, da CSP-Conlutas e da Intersindical.

A eleição foi tutelada pelo Ministério Público do Trabalho e pela Justiça do Trabalho, em razão da CSP-Conlutas, liderada pelo PSTU ter se socorrido dos mesmos, isto é, da Justiça burguesa. Estes órgãos permanentes de poder da burguesia são ocupados por membros que não se submeteram ao sufrágio universal, ao voto, ao controle do povo, ou seja, são ocupados por usurpadores.

Assim, o PSTU e a direção da CSP-Conlutas seguem, objetiva e concretamente, do lado dos golpistas, cumprindo hoje o mesmo papel dos pelegos na época da ditadura militar, sem se importarem para a aplicação do “Plano uma ponte para o futuro” de Michel Temer, que implicará, se os golpistas não forem derrotados, na escravização e recolonização do Brasil, com o fim da CLT, aposentadoria aos 75 anos, 80 horas semanais, fim dos programas sociais, como Minha Casa Minha Vida,  Bolsa Família, FIES, PRONATEC, etc.,  fim do Sistema Único de Saúde, privatização da Petrobrás, da Caixa Econômica Federal, assalto ao FGTS pelos banqueiros, fim da estabilidade do servidor público, entrega da Petrobrás para a Chevron e a Shell, enfim, um retrocesso sem precedentes para a classe trabalhadora brasileira, um retrocesso de mais de 300 anos. O Brasil do Século XXI poderá voltar ao Século XVII, só que ao invés do portugueses, vamos ter os norte-americanos. Seremos mais ou menos o 51o Estado dos Estados Unidos, uma espécie de Porto Rico, já que Temer assumiu não como presidente, mas como "governador americano", pelas posições de seu usurpador ministro das relações exteriores, o seu "chanceler", José Serra.

Além disso, o PSTU e a CSP-Conlutas tentam passar uma imagem de combativos, mas no movimento sindical são conhecidos os acordos traidores da diretoria do Sindicato do Metalúrgicos de São José dos Campos com a Embraer e a General Motors, onde tal diretoria permitiu, sem luta, demissões em massas nessas empresas e acordos rebaixados do ponto de vistas das reivindicações dos metalúrgicos.

Ainda, são conhecidas as traições nas greves dos metroviários pela diretoria anterior, ligada ao PSTU (parece que os metroviários já deram um pé na bunda desses traidores, parece que na nova diretoria eles não estão, ou estão em minoria), quando eram encerradas precocemente, com acordos nocivos aos trabalhadores com o governo tucano do Estado de São Paulo. Sem falar que a diretoria do Sindicato ligada ao PSTU permitiu que os metroviários fizessem horas extras para ajudar na mobilização coxinha e da extrema-direita, nas domingueiras da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).

Agora para piorar as coisas defendem a prisão de Lula, aliam-se à repressão policial.

Trotsky nos ensinou qual o caráter de classe da polícia, o que serve para seus aliados:

“Durante todo o dia as massas populares circulavam de bairro em bairro violentamente perseguidas pela polícia, contidas e rechaçada pelas forças da cavalaria e por alguns destacamentos da infantaria. Gritavam: 'Abaixo a polícia!', e ouvia-se frequentemente um hurra aos cossacos. Era um detalhe significativo. A multidão demonstrava um ódio furioso contra a polícia. A polícia montada era recebida com vaias, pedras, pedaços de ferro. Muito distinta era a atitude dos operários com relação aos soldados... A polícia é um inimigo cruel, inconciliável, odiado. Não há nem que se pensar em ganhá-los para a causa...” (León Trotsky, Historia da Revolução Russa, Capitulo VII, Cinco dias - 23 a 27 de fevereiro de 1917, 1930).

Bem a Tendência Marxista-Leninista a partir de agora vai tratar ao PSTU e seus militantes como inimigos da classe operária, como a Frente Única do movimento operário, liderada pelos trotskistas, tratou aos fascistas tupiniquins, os integralistas, na Praça da Sé em 1934, na “revoada dos camisas verdes” :

“Companheiras, companheiros trabalhadores, camaradas! Estamos aqui para impedir que eles tomem esta praça. Porque se hoje os fascistas tomarem esta praça, amanhã tomarão o Estado …"

Foi então que a fuzilaria começou. Os integralistas, que compunham o grupo mais adiante, começaram a atirar sobre a concentração democrática e antifascista. Pessoas tombaram mortas ou feridas. Houve correria, gritos e sangue por todo o lado. A tragédia havia começado.

Nesse dia, o Movimento Integralista Brasileiro foi derrotado, impedido de fazer uma demonstração de força que, se bem sucedida, teria alterado profundamente a história do País. De fato, o Estado brasileiro, sob a presidência de Getúlio Vargas, passava então por uma crise aguda, extremamente abalado pela revolução de 30, e apoiado sobre um frágil equilíbrio de forças.

A derrota do integralismo só foi possível graças à unidade das forças democráticas e operárias do país, então agrupadas na Frente Única Antifascista (FUA). O jovem que iniciou o comício da Sé – e um dos seus principais organizadores – era também o secretário-geral da FUA. Era, na ocasião, presidente da Coligação Proletária dos Sindicatos, que agrupava 80 entidades sindicais – algo extraordinário na época – e era dirigente da Liga Comunista Internacionalista (LCI, trotskista), juntamente com Mário Pedrosa, Livio Xavier e outros. Seu nome: Fúlvio Abramo.” (Fúlvio Abramo, in “Entrevista a José Arbex Júnior”.

A posição do PSTU é tão grave e anti-operária que a Liga Bolchevique Internacionalista (LBI), que tem uma política de seguidismo ao morenismo (a LBI só viu o golpe de estado às vésperas), a repudiou. 

O Partido da Causa Operária (PCO) foi o primeiro a denunciar essa travessia do PSTU rumo ao fascismo.

Essa posição do PSTU havia sido defendida anteriormente pelo Movimento Negação da Negação (MNN) uma seita, um grupelho insignificante, mas bastante perigoso. Já o PSTU tem uma certo peso, o que torna ainda mais perigosa essa posição. 

Assim entendemos que o PSTU é um partido inimigo da classe operária, devendo ser duramente combatido.  

Por último, que não venham nos acusar de ultra-esquerdirmo, de defender a “Teoria” stalinista do social-fascismo, da época do “terceiro período” da III Internacional já stalinista. A “Teoria do social-fascismo” era esquerdista porque impediu a frente única do proletariado alemão, impediu a frente do Partido Comunista (PC) e do Partido Socialista (PS) contra a ascensão de Hitler, do nazismo na Alemanha, ao dividir os operários alemães, chamando o PS de social-fascista. Isso é bem diferente do caso brasileiro, onde concretamente o PSTU alia-se com a reação policial burguesa. O Partido Socialista alemão não estava aliado à reação na época. 

Tendência Marxista-Leninista, por um partido operário marxista revolucionário

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