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PSDB busca o consenso da burguesia para derrubar Temer

Os setores mais pró imperialismo norte-americano, liderados pel PSDB/DEM buscam conseguir o consenso para derrubar Temer e o PMDB em razão do agravamento da crise econômica.

O PMDB tornou-se a bola da vez, com as prisões dos ex-governadores do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e Anthony Garotinho (este já foi liberado).

Agora o Tribunal Superior Eleitoral golpista provavelmente irá condenar a Chapa Dilma/Temer para apear o último do poder.

Desde que os golpistas assumiram o governo a crise econômica vem se agravando, sendo que em setembro/2016 houve um rombo recorde das contas públicas de 26,6 bilhões de reais, com os índices econômicos se deteriorando, com os Estados da federação brasileira se desmanchando e falindo, como o Rio Grande do Norte, Roraima, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, com mais de 200 mortes na barbárie dos presídios e nos motins das polícias militares.

Os marxistas revolucionários criticam a esquerda pequeno-burguesa que flerta e apoia os motins reacionários da polícia, os quais devem ser combatidos.  Os movimentos dos policiais militares não são greves mas motins reacionários. Suas reivindicações são para terem melhores condições de atacar e assassinar a população pobre e negra das periferias das cidades, promovendo o verdadeiro genocídio que assistimos diariamente.

Como nos ensinou Leon Trotsky, “A polícia é um inimigo cruel, inconciliável, odiado. Não há nem que se pensar em ganhá-los para a causa...” (León Trotsky, Historia da Revolução Russa, Capitulo VII, Cinco dias - 23 a 27 de fevereiro de 1917, 1930).

Paralelamente aos motins reacionários das polícias, os militares que desde as Olimpíadas haviam ocupado o Rio de Janeiro, agora tomaram e ocuparam  Vitória, no Estado do Espírito Santo e voltaram ao Rio de Janeiro, iniciando um verdadeiro Estado de Sítio no País.

O objetivo da burguesia e do imperialismo norte-americano é aumentar a escalada golpista, seguir com a guerra civil declarada contra os trabalhadores, para acabar com os direitos trabalhistas (“Reforma trabalhista”) e a aposentadoria (“Reforma da Previdência”), visando escravizar e recolonizar o Brasil. Inclusive seguem preparando a prisão de Lula.

Neste momento, o PSDB/DEM avaliam que o governo Temer, em razão de sua impopularidade e também do ritmo lento do ministro da fazenda Henrique Meirelles em impor as medidas econômicas de ajuste, há necessidade de substitui-lo de forma indireta no Congresso Nacional, elegendo Fernando Henrique Cardoso, o qual colocará na fazenda o brasileiro naturalizado norte-americano, Armínio Fraga, agente do mega-especulador grego George Soros, que patrocinou o golpe nazista na Ucrânia, com apoio do Enclave terrorista e sionista de Israel. Tanto que o golpista ex-ministro das relações exteriores, José Serra,  desembarcou do governo Temer e se posicionou no Senado, provável teatro das operações do golpe dentro do golpe. Outros tucanos também devem desembarcar do governo Temer em breve.

Todavia, o PSDB e o DEM ainda não conseguiram um consenso na sua facção pró imperialista porque o PSDB de São Paulo, que controla o Estado e a Prefeitura, liderado pelo governador Geraldo Alckmin, é contra. Alckmin se apresenta ainda como candidato para 2018.

Então, resta pouco para os golpistas entrarem num consenso.  Assim, ao que tudo indica, o governo do golpista Temer está com os dias praticamente contados.

A classe operária precisa combater as ilusões eleitoreiras e parlamentaristas dos partidos pequeno-burgueses e reformistas, que só semeiam a confusão e jogam areia nos olhos dos trabalhadores.

Os trabalhadores não podem ter ilusão nos partidos burgueses que apoiam o golpe como a Rede Sustentabilidade, de Marina Silva e da Neca Setúbal (Banco ItaúUnibanco), no PDT, no PSB, e em oportunistas como Ciro Gomes, assim como partidos pequeno-burgueses como PSTU que apoia o golpe ou como o PSOL, da Luciana Genro, que defende a ultrarreacionária Operação Lava Jato, supostamente promovida pela CIA e o Departamento de Estado norte-americano e concebida de forma macarthista contra o movimento operário e popular, e de Marcelo Freixo, que defende as também reacionárias UPPs. Além disso, a atuação parlamentar do PSOL serve de linha auxiliar do PSDB.

Além disso, a corrente majoritária do PT, a CNB (Construindo um Novo Brasil, antiga articulação), desenvolve uma política de integração ao golpe, como ficou claro na eleição das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, quando esta deliberou “liberar” os parlamentares do partido para votar nos golpistas. Isso também ocorreu na Câmara Municipal de São Paulo, quando os vereadores do PT votaram em Milton Leite, do PSDB, e na Câmara Municipal São Bernardo do Campo, quando os vereadores do PT votaram em Pery Cartola, também do PSDB. A mesma coisa aconteceu na Assembleia Legislativa, onde os parlamentares do PT estão apoiando o governo Alckmin, do PSDB, com exceção dos deputados João Paulo Rillo, Carlos Neder e José Américo.

A partir dessas atitudes da direção majoritária do PT, as bases do partido têm desenvolvido uma forte mobilização interna contra essa posição de conciliação e colaboração de classes, tendo em vista as eleições das chapas e as eleições de delegados nas eleições internas até abril,  o que prenuncia uma forte crise no 6º Congresso do partido em junho.

As eleições municipais do ano passado foram antidemocráticas, fraudulentas e sangrentas com 45 atentados e 29 assassinatos. Isso deve piorar ainda mais, se houver eleições presidenciais em 2018.  Se a crise continuar se acentuando, a burguesia e o imperialismo, com certeza, vão suspender as eleições, proscrevendo os partidos operários e de esquerda e atacando as organizações populares, sociais e sindicais, pois uma aventura militar não está descartada, ainda mais com o avanço do Estado de Sítio, embora haja o risco de uma revolta popular como aconteceu com a deposição de Getúlio em 1954.

As eleições com governos golpistas são sempre controladas e quem sempre ganha são os partidos golpistas, como depois de 1964, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) sempre ganhavam.

Não devemos ter ilusão no Congresso Nacional (Senado Federal e Câmara dos Deputados) e muito menos no reacionário Supremo Tribunal Federal, todos golpistas.

Os operários, os trabalhadores, os camponeses pobres, os estudantes precisam promover uma frente única para romper a paralisia do movimento operário e popular, para que as organizações de massas como o PT, a CUT, o MST e o MTST rompam com sua política de colaboração e conciliação de classes na perspectiva de um governo operário e camponês.

Para tanto é imprescindível a organização de comitês de autodefesa, as milícias operárias e populares, a partir dos sindicatos, bem como a organização e convocação de um Congresso de base da classe trabalhadora, em São Paulo, com delegados eleitos nos Estados da federação brasileira, visando elaborar um plataforma de lutas para derrotar o governo golpista.

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