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Segue a greve na Mercedes-Benz de São Bernardo

Os 7.800 metalúrgicos da Mercedes de São Bernardo estão em campanha salarial e há uma semana de greve, pois rejeitaram na sexta-feira, dia 18/5, a proposta de acordo coletivo apresentada pela empresa.

A rejeição da proposta patronal demonstra a enorme disposição de luta dos trabalhadores porque praticamente nos últimos anos não houve campanha salarial, tanto nos governos do PT de Lula e Dilma, como nestes dois anos do governo golpista de Michel Temer, em razão da direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligada à antiga articulação, hoje CNB (Construindo um Novo Brasil), ter capitulado e se integrado ao regime golpista, “virado a página do golpe”, devido sua política de conciliação e colaboração de classes.

Inclusive, com o pretexto da crise, foi aplicado o “Programa de Proteção ao Emprego”, pelos governos petistas e golpistas, com a redução nos anos anteriores dos salários dos metalúrgicos, como os da própria Mercedes, Ford e Volks, etc.  

Ainda hoje a proposta da burocracia sindical é bastante rebaixada:

“A proposta negociada pelo sindicato previa a reposição salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) na data base, em 1º de maio, mais abono, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) paga em duas parcelas (65% em junho e o restante em dezembro), renovação das cláusulas sociais – com a inclusão da salvaguarda da reforma trabalhista – e estabilidade até maio de 2019.” (Diário do Grande ABC, 19/5).

O próprio burocrata do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reconhece o que afirmamos:

“Colocamos o acordo em votação, mas quem decide é o trabalhador. Eles tomaram a decisão acertada, de acordo como que consideram necessário. Já apresentamos a decisão para a empresa e pedimos novas rodadas de negociações. A greve continua´, destacou o diretor administrativo do sindicato, Moisés Selerges.

“Na avaliação do dirigente, a rejeição se deve, em grande parte, ao longo período em que os metalúrgicos tiveram de abrir mão de reajustes por causa da crise. “Há um desejo agora de recuperar as perdas, com reajuste incorporado aos salários`, reforçou Selerges.” (Idem).

Essa política de conciliação e colaboração de classes levou o PT e a burocracia sindical, com a crise do capitalismo iniciada em 2008 e que chegou ao Brasil de forma retardatária em 2013,  a aplainar o terreno para a burguesia nacional e o imperialismo jogarem nas costas dos trabalhadores os custos da crise econômica, promovendo a farsa da Operação Lava Jato como instrumento de perseguição política e instalação de um governo autoritário, rasgando a Constituição da República, instaurando o processo golpista de “impeachment” para a derrubada da ex-presidente Dilma Rousseff e a aprovação da “Reforma Trabalhista”.

Apesar disso, o golpe patina, porque a crise do capitalismo brasileiro é gigantesca, sendo que não conseguiram aprovar a “Reforma da Previdência”, em razão da resistência espontânea e empírica do movimento operário e popular, mesmo que estes, em razão da contenção das direções pelegas e traidoras que dominam as centrais sindicais, ainda não tenham entrado em cena de forma consciente. 

Para tanto, é fundamental a Convocação de um Congresso de base da classe trabalhadora, em São Paulo, com delegados eleitos nos estados da Federação brasileira, para aprovar um programa de lutas pela escala móvel de salários, com o aumento dos salários de acordo com os índices do DIEESE; redução da jornada de trabalho, sem redução do trabalho;  Fundo Desemprego, com os trabalhadores empregados doando 0,5% do salário mensalmente; anulação da “Reforma Trabalhista” e contra a “Reforma da Previdência”, liberdade para todos os presos políticos, como Lula, Zé Dirceu, João Vaccari, defesa das liberdades democráticas e dos direitos civis e sociais, pela derrubada do regime golpista na perspectiva de forjar um partido operário e revolucionário rumo a um governo revolucionário dos trabalhadores da cidade e do campo. 

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