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A ilusão na denúncia contra Bolsonaro

© foto: Fernando Bizerra Jr.

A Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou criminalmente Bolsonaro, sob a acusação de tentar se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022 para Lula. Tal fato fez com que o Partido dos Trabalhadores, bem como os demais partidos pequeno-burgueses da "esquerda" democratizante se posicionassem semeando ilusões na justiça burguesa, no Estado burguês.

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Inclusive, o termo "esquerda", como é utilizado hoje, é estranho ao marxismo, o qual utiliza, para as classes sociais preponderantes, as categorias burguesia, proletariado, pequena-burguesia (campesinato pobre). Esse setor do movimento popular segue jogando areia nos olhos dos trabalhadores, esquecendo que a democracia burguesa é a democracia formal, ou seja, a ditadura do capital. Esse setor é a pequena-burguesia democratizante.

O Partido dos Trabalhadores e essa "esquerda" democratizante se esquecem que os representantes do Estado burguês em suas três esferas, executivo, legislativo e judiciário recentemente estiveram, como sempre, irmanados contra o povo, liderando o golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016.

O setor democratizante sempre elege um herói, mas como disse Brecht, pobre é o país que procura um herói, como fazem com o Alexandre de Morais, sem lembrar que este foi secretário de segurança do golpista Michel Temer. Semeia a ilusão até de que as vítimas, o povo trabalhador explorado, o proletariado e os camponeses pobres, podem se aliar aos exploradores, aos seus inimigos e até a seus carrascos, à burguesia industrial, comercial e financeira, ou seja, aos banqueiros, industriais, aos camponeses ricos, ao agronegócio. Além disso, fazem acordo com o setor mais reacionário do parlamento, designado eufemisticamente de “Centrão”.

A política democratizante se recusa a apontar uma política independente aos trabalhadores, sendo que apenas aplaina o terreno da reação, adotando uma política contra os interesses da classe trabalhadora, com um salário mínimo de fome, carestia dos produtos  alimentícios, descontrole inflacionário, aumento dos juros, fome e miséria, bem como o genocídio a população pobre e negra das periferias das cidades, enquanto enriquecem a burguesia, os banqueiros, os industriais e o agronegócio, propiciando, ainda, a volta do crescimento da popularidade de Bolsonaro, o que poderá levar à repetição de tragédias históricas conhecidas.

Nunca se pode perder de vista que a emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores, como ensinou Karl Marx.

Nessa conjuntura, urge a formação de uma frente única dos trabalhadores, por meio dos  partidos políticos, como PT, PSOL, PCB, PCdoB, PCO, PSTU, das organizações e centrais dos trabalhaodres, como CUT, Força Sindical, CST-Conlutas, Intersidical, MST, MTST, CMP, e das organizações estudantis, como UNE, UEEs, DCEs, em defesa do salário mínimo de acordo com os índices do DIEESE; escala móvel de salário com reajustes e aumentos de acordo com a inflação; escala móvel de trabalho, com redução das horas de trabalho para 36 horas, sem redução do salário; do ensino público e gratuito; reforma e revolução agrária, terra para quem nela trabalha; independência nacional, expulsão do imperialismo, rumo ao Socialismo.

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