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Greve dos petroleiros: um balanço necessário

A greve dos petroleiros encerrou-se com uma manobra da justiça burguesa, que por meio do Tribunal Superior do Trabalho (TST) “suspendeu” até 6 de março as demissões dos funcionários da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), uma subsidiária da Petrobras.

As direções burocráticas e pelegas da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) submeteram-se à manobra da justiça burguesa, desmobilizando os trabalhadores, traindo a luta, quando estava ao alcança da mão a vitória, pois havia estoque de combustível apenas para mais dez dias, o que impediu que as demissões e o fechamento da Fafen fossem barrados, como também fosse erguido um enorme obstáculo à privatização da Petrobras, constituindo-se numa enorme derrota do governo golpista e fascista de Bolsonaro. 

As medidas de destruição do País adotadas pelo governo pró-imperialista e nazifascista de Jair Bolsonaro terão maior impacto a partir deste ano, tudo com o objetivo de escravizar e recolonizar o Brasil de forma brutal, conforme os interesses dos Estados Unidos de Trump.

A crise econômica do regime golpista e fascista vem aumentando, com o dólar disparando e o aumento geral dos preços e do custo de vida. A situação está ficando cada vez mais insustentável, sendo que o Estado burguês vai se decompondo, como demonstra o motim reacionário da Polícia Militar no Estado do Ceará. Não se pode falar em greve de policiais, pois se trata de motim. Greve é de trabalhador. Os policiais não são trabalhadores, mas cães de guarda da burguesia. Conforme Trotsky:

“Durante todo o dia as massas populares circulavam de bairro em bairro violentamente perseguidas pela polícia, contidas e rechaçada pelas forças da cavalaria e por alguns destacamentos da infantaria. Gritavam: 'Abaixo a polícia!', e ouvia-se frequentemente um hurra aos cossacos. Era um detalhe significativo. A multidão demonstrava um ódio furioso contra a polícia. A polícia montada era recebida com vaias, pedras, pedaços de ferro. Muito distinta era a atitude dos operários com relação aos soldados... A polícia é um inimigo cruel, inconciliável, odiado. Não há nem que se pensar em ganhá-los para a causa...” (León Trotsky, História da Revolução Russa, Capitulo VII, Cinco dias - 23 a 27 de fevereiro de 1917, 1930).
Cumpre assinalar o revisionismo do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) e da Tendência pelo Partido Operário Revolucionário (TPOR) que apoiam o reacionário motim da PM do Ceará.

As direções burocráticas e pelegas do movimento de massas, como da FUP e da FNP, com sua política de conciliação e colaboração de classes tentam canalizar o descontentamento dos trabalhadores e da maioria da população oprimida com ilusões na justiça, no parlamento e nas eleições burguesas, semeando ilusões de que esse caminho permitirá a resolução dos problemas sociais e políticos das massas. Não que a participação no parlamento não seja correta, mesmo num regime golpista, autoritário e anti-democrático como o de Bolsonaro, mas as denúncias no parlamento devem estar subordinadas às lutas dos trabalhadores e da maioria oprimida da nação, nos lugares de trabalho, nas fábricas, empresas, bancos, campo, e nos lugares de estudo, nas universidades e nas escolas, e nas ruas. Assim, a canalização do descontentamento popular na justiça, no parlamento e nas eleições burguesas torna-se apenas uma válvula de escape para entorpecer a luta dos trabalhadores, ou seja, a maior enganação, cretinismo parlamentar.

Na verdade, essa política, objetivamente, apenas trai as lutas dos trabalhadores,  como voltou a acontecer agora com a greve dos petroleiros, aplainando o caminho para os ataques da política burguesa e pró-imperialista do golpista nazi-fascista Bolsonaro, no sentido da privatização da Petrobras, o que, com certeza, caso ocorra, levará à destruição do País.

Assim, cumpre à vanguarda dos trabalhadores romper com essa política de conciliação de classes e combater as direções burocráticas e pelegas, forjando uma nova direção classista, operária e revolucionária, defendendo a frente única dos partidos e das organizações operárias e de massas, como o PT, PCdoB, PSOL, PCO, PCB, CUT, CTB, INTERSINDICAL, CSP-Colutas, MST, MTST, UNE, etc., com o objetivo de convocar um Congresso de base da classe trabalhadora, visando preparar uma greve geral por tempo indeterminado (e não paralisações simbólicas de 1 dia, apenas como válvula de escape do descontentamento dos trabalhadores), a formação de comitês de autodefesa dos trabalhadores, a partir dos sindicatos;  pela anulação das “Reformas Trabalhista e Previdenciária”; contra a aprovação das "Reformas Tributárias e Administrativas", anunciadas para este ano; contra o desmatamento da Floresta Amazônica; pela escala móvel de reajuste de salários de acordo com os índices do DIEESE; redução da jornada de trabalho para 35 horas, sem redução de salário; pela Reforma e Revolução Agrária, com terra para quem nela trabalha e fim dos latifúndios; expulsão do imperialismo; e Fora Bolsonaro e todos os golpistas!

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