O imperialismo norte-americano, a exemplo do que está fazendo no Brasil, também ataca o governo eleito da Venezuela do presidente Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV).
A oposição burguesa pró-imperialista do MUD (Mesa de la Unidad Democrática), liderada por Henrique Caprilles, “colheu” (deve ter forjado) as assinaturas para o referendo revogatório, exigidas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), visando derrubar o governo nacionalista burguês, bolivariano, do presidente Maduro.
A Venezuela depende demais do petróleo, sendo que com a crise mundial está numa situação econômica muito grave, com inflação galopante e desabastecimento, etc.
O imperialismo norte-americano patrocina golpes em quase toda América do Sul neste momento. Na Argentina, com Macri, que embora eleito, governa por decreto, passando por cima do parlamento; no Brasil, com a ditadura Temer/Cunha; no Chile, na Venezuela, etc. Os Estados Unidos buscam recuperar o terreno perdido para os imperialismos da China e a Rússia, o que vai aumentar as disputas, o que poderá provocar até a III Guerra Mundial (a TML entende que não se deve falar em Guerra Fria, porque a China e Rússia não são mais estados operários, mas sim imperialistas, e a Guerra Fria era entre países imperialistas e o bloco soviético, na época estados operários, sendo que a situação de hoje assemelha-se mais à da época da I Guerra Mundial, onde havia disputa de blocos de países imperialistas, como bem observou Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária – PCO, em suas análises políticas da semana).
A Tendência Marxista-Leninista não tem ilusões com relação ao governo nacionalista burguês, bolivariano, de Nicolás Maduro, entendendo que programa bolivariano não ultrapassa os marcos do capitalismo, constituindo numa alternativa burguesa de gerência do capitalismo em profunda crise, não apontando para nenhuma ruptura revolucionária. O nacionalismo burguês é incapaz de levar uma luta contra o imperialismo até o fim, e a tendência é sempre capitular. Apenas o proletariado, organizado politicamente de forma independente, em seu partido político, é capaz de liderar, com o apoio dos camponeses e do conjunto da nação oprimida, a luta contra o imperialismo e a burguesia.
A TML apesar das diferenças com relação ao governo Maduro, faz frente única com o mesmo, lutando contra o golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano, porém defende a organização independente do proletariado venezuelano, no sentido da construção imediata de um partido operário revolucionário, para que este levante o programa da revolução proletária, lute por um governo operário e camponês, liderado pela classe operária, em alianças com os camponeses pobres e a maioria oprimida nacional, colocando o armamento do proletariado para realização das tarefas democráticas de expulsão do imperialismo e reforma e revolução agrária, ou seja, em defesa da expropriação da burguesia, das fábricas, das empresas, dos bancos, expropriação do campo, dos latifúndios, das empresas agrícolas, monopólio do comércio exterior, economia planificada, rumo ao socialismo.
Ignácio Reis
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