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Resistência aos militares golpistas aprofunda a crise do regime e racha o Supremo

A entrada em cena dos militares, com a intervenção no Rio de Janeiro, aprofundou a crise do regime golpista, em razão  da enorme resistência da população aos ataques, atrocidades e assassinatos do Exército da população pobre e negra do Rio de Janeiro (praticamente todos os dias estão ocorrendo assassinatos no Rio de Janeiro, com pessoas morrendo com “balas perdidas”), amplificada com a revolta contra o assassinato pelas forças da repressão da vereadora do PSOL Marielle Franco, que provocou gigantescos protestos pelo Brasil inteiro.

Ainda, apesar da política de conciliação e colaboração de classes do Partido dos Trabalhadores (PT), a Caravana de Lula contra a sua prisão e em defesa do direito de se candidatar à presidência da República, tem sido mais uma ingrediente da crise do regime golpista civil-militar brasileiro. 

Assustado, o Supremo Tribunal Federal, que juntamente com o Ministério Público Federal, vinha sendo a ponta de lança do golpe, acabou rachando ao meio, na votação relativa ao habeas corpus impetrado pela defesa de Lula contra a sua condenação pela Justiça Federal, orquestrada pela operação Lava Jato, concebida pelo imperialismo norte-americano, por meio do Departamento do Estado, CIA, FBI, embaixada e consulados. Inclusive, a defesa de Lula juntou aos autos do processo provas dessa “colaboração”.  Por maioria, o Supremo Tribunal Federal concedeu liminar (decisão provisória) no habeas corpus impetrado pelos advogados de Lula até o julgamento final do mérito no dia 4 de abril vindouro.

Essa divisão do Supremo é resultado do impasse das frações burguesas e do imperialismo frente à resistência das massas (inclusive diversas universidades e faculdades brasileiras estão colocando em sua grade curricular a disciplina: O golpe de estado de 2016), que começam a sacudir o regime golpista, isto é, a resistência das massas ameaça fugir do controle, podendo levá-lo ao colapso.

Além disso tudo, outro ingrediente explosivo que está por trás da crise política superestrutural é o agravamento da crise econômica, com a “Reforma da Previdência” patinando, até o momento os golpistas não conseguiram aprová-la (apesar de continuarem com esse objetivo), o que motivou a pressão do imperialismo através de suas “agências de risco” S&P e Fitch, que rebaixaram a nota do Brasil.

A alternativa operária: convocar um Congresso de base da classe trabalhadora

A classe operária precisa impulsionar a convocação de um Congresso de base da classe trabalhadora em São Paulo, com delegados eleitos nos Estados da federação, para organizar a luta da resistência contra o golpe militar, contra o desemprego, pela anulação da “Reforma Trabalhista” e contra a “Reforma da Previdência” e pelas liberdades democráticas.

Simultaneamente, é fundamental que o movimento operário e popular organize comitês de autodefesa, as milícias operárias e populares, a partir dos sindicatos operários, de trabalhadores, de camponeses pobres e das organizações estudantis.

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