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Resenha de livro: O Anjo da guerra

“O anjo da guerra”, com subtítulo de “Uma história de amor nos anos de chumbo”, do jovem escritor e militante socialista, David Zamory, foi lançado este ano pela Editora Livro Novo, com 600 páginas.

Já é a terceira obra de David, pois anteriormente ele publicou, em 2011, o livro “Entre o Sonho e a Realidade”, também pela Editora Livro Novo, e, em 2016, o conto “Dias de Junho,  Dias de Luta, Dias de Glória”, na Coletânea “Escritor Profissional", vol. I, pela Editora Oito e Meio.

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“O anjo da guerra” é uma obra de fôlego, não apenas pelo número de páginas (600), mas pelo fato que é abordada parte significativa da história contemporânea da era imperialista, a fase de decadência do capitalismo, no mundo e no Brasil, a partir da I Guerra Mundial até o fim da ditadura militar brasileira.

Assim, a obra aborda desde a I Guerra Mundial, o pós-guerra, com a Alemanha sendo explorada e extorquida pela França, passando pela II Guerra Mundial, o pós-guerra, com novamente a derrota da Alemanha nazista, a perseguição aos judeus, o holocausto (por outro lado, embora as personagens façam poucas menções a Israel, não há um questionamento da ocupação da Palestina), a questão negra, e boa parte das vicissitudes por que passou a humanidade nesse período, chegando até o fim da ditadura militar brasileira de 1964/1985.

O ponto alto do livro é a luta dos trabalhadores do ABC paulista contra a ditadura militar, retratada pela luta do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema e a vitória da oposição sindical no Sindicato dos Rodoviários do ABC, inserida na enorme luta dos operários brasileiros no sentido de sua independência de classe, luta essa liderada por sua vanguarda, a Oposição Metalúrgica de São Paulo.

David é filho de Josias Adão, que liderou a retomada do Sindicato dos Rodoviários do ABC pelos trabalhadores, expulsando os pelegos da ditadura militar. Josias Adão, hoje aposentado, foi um dos mais importantes líderes do sindicalismo combativo da época, no ABC. A mãe de David, a advogada Clara Cukierman, já falecida, foi advogada do Coletivo Jurídico (um organismo independente, classista, formado por advogados, liderados pela lendária advogada Gilda Graciano), que dava apoio às oposições sindicais para expulsar a pelegada dos sindicatos, depois, tornou-se advogada do Sindicato dos Rodoviários dos Rodoviários do ABC; durante alguns anos, antes de falecer, foi procuradora do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo.

Fazemos uma crítica construtiva à revisão, pois ela foi feita às pressas, em razão das dificuldades financeiras porque passava a Editora Livro Novo, aliás como todas as editoras brasileiras, com o agravamento da crise econômica provocada pelos golpistas e usurpadores, liderados por Temer, Cunha, Maia, Alcolumbre, Bolsonaro e os militares.     

O livro demonstra o enorme talento de David, sobretudo a riqueza e o requinte de seu vocabulário. Com certeza, a trajetória literária de David já é brilhante e promissora.

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