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A TML não tem nenhuma ilusão com relação ao programa reformista, democrático-burguês, democratizante do PSOL e de sua prática pequeno-burguesa, de conciliação e colaboração de classes.
Sabemos das vacilações e ziguezague de Boulos na luta contra o golpe de 2016.
Sabemos que Erundina, a candidata a vice-prefeita, tem uma trajetória oportunista, tendo sido ministra da administração federal no governo Itamar Franco (1992/1994) e coordenadora-geral da coligação unidos pelo Brasil, lançando a candidatura de Marina Silva à Presidência da República em 2014, com apoio de Neca Setubal, dona do Banto Itaú-Unibanco.
Além disso, condenamos a política de apoio às UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) por parte do deputado federal Marcelo Freixo, do PSOL, no Estado do Rio de Janeiro.
Ainda, condenamos a política reacionária da deputada estadual Luciana Genro, do PSOL, de apoio à Operação Lava Jato, orquestrada pela CIA e o Departamento de Estado norte-americano para impulsionar o golpe de 2016 contra a Presidenta Dilma Rousseff, do PT, combinada com a perseguição política policial e judicial (“lawfare” ) contra os políticos do PT, o Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, o pai do programa nuclear brasileiro, contra a Petrobrás, destruindo a nossas indústrias nuclear, naval, de construção civil e a nossa petroleira, com o objetivo de entregar o nosso o patrimônio nacional a preço de banana aos países imperialistas, como Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, e suas empresas, como a Shell, a Chevron, etc., como fizeram anteriormente com a Vale, que destruiu o Rio Doce e o Rio Paraopeba, causando um desastre ambiental sem precedentes nas cidades de Mariana e Brumadinho, no Estado de Minas Gerais. Agora ocorre outro desastre sem precedentes, no Estado do Amapá, provocado pela empresa privada de energia elétrica que está produzindo um apagão de quase um mês, a qual manteve energia elétrica apenas nos condomínios de luxo.
O apoio ao golpe resultou na “Reforma Trabalhista e Previdenciária”, onde foram suprimidos os direitos trabalhistas e previdenciários da população trabalhadora, dentre eles o direito à aposentadoria (agora, na prática, o trabalhador terá de trabalhar até morrer), significando uma brutal recolonização, escravização e precarização das condições de vida e trabalho dos cidadãos brasileiros.
O PSOL não tem nada novo. É um partido reformista, como o Partido Anticapitalista, da França, o Siriza, da Grécia, e o Podemos, do Estado Espanhol, não tendo nada de revolucionário. O PSOL, como já dissemos, é um partido pequeno-burguês democratizante, reformista, sem a inserção no movimento de massas que tem o PT (CUT, MST, etc.). Ou seja, tem os mesmos defeitos e problemas do PT, agravados pela ausência de inserção no movimento de massas. O PSOL não luta por uma estratégia revolucionária, por um governo operário e camponês. Seu programa tem por objetivo apenas gerir o Estado burguês, conforme as posições de Boulos na campanha do primeiro turno.
Então, por que apoiamos o voto em Boulos? Entendemos que é uma experiência necessária. Há necessidade de acelerarmos a experiência dos trabalhadores com Boulos e o PSOL, para que haja a superação do programa reformista pelas massas, para que elas o ultrapassem e se orientem para o caminho da revolução proletária e do comunismo.
Essa é a tática ensinada por Lênin, em sua obra “Esquerdismo, Doença Infantil do Comunismo”, quando diz que:
“É necessário unir a mais absoluta fidelidade às ideias comunistas à arte de admitir todos os compromissos práticos necessários, manobras, acordos, ziguezagues, retiradas, etc, para precipitar a ascensão ao Poder dos políticos dos Henderson (dos heróis da II Internacional, para não citar nomes da democracia pequeno-burguesa que se chamam de socialistas) (...) para acelerar as rusgas, as disputas, os conflitos e a superação total inevitáveis entre os Henderson, os Lloyd George e os Churchill (entre os mencheviques e os social-revolucionários, os democratas constitucionalistas e os monárquicos; entre os Scheidemann, a burguesia, e os partidários de Kapp, etc).”
A TML tem claro que as eleições brasileiras têm um caráter profundamente antidemocrático, sendo muito violentas, com vários assassinatos de pessoas e candidatos durante a campanha eleitoral e até mesmo no dias das eleições, como ocorre este ano. Praticamente não há tempo para se fazer campanha, pois seu prazo é exíguo, muito curto, além de que há várias restrições legais para lançamento de candidaturas, privilegiando o poder econômico dos partidos da burguesia.
Todavia, apesar de tudo, os revolucionários têm o dever de aproveitar ao máximo e denunciar o caráter antidemocrático das eleições e agitar e propagandear o programa revolucionário, visando fazer política para milhões de pessoas.
Nesse sentido, defendemos o apoio crítico a Guilherme Boulos, do PSOL, no 2º Turno das eleições municipais, na cidade de São Paulo, através de uma frente única dos trabalhadores, operários, camponeses, estudantes e de seus partidos e organizações de massas, , como o PT, PCdoB, PCB, PCO, PSTU, CUT, CTB, INTERSINDICAL, CSP-Conlutas, MST, UNE, UEE e demais organizações populares, com o objetivo de que essa frente única se consolide como um instrumento de luta e unidade dos trabalhadores pela anulação da “Reforma Trabalhista” e da “Reforma Previdenciária”; contra a “Reforma Tributária” e a “Reforma Administrativa”; pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salário; pela escala móvel de salários, com aumentos e reajustes de acordo com os índices do DIEESE; pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas!; na perspectiva de um governo operário e camponês, rumo ao Socialismo.
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