As eleições municipais de 2020 formaram um prognóstico geral que, embora ainda confuso sobre o próximo período, dão as coordenadas da situação política diante do golpe de estado que vigora desde 2016.
A burguesia deslocada para a extrema-direita elegeu Bolsonaro com Lula preso, mas com o fracasso na tentativa de estabilizar o golpe ante a reação popular não encontrou ambiente político para a demanda imperialista de colocar o principal partido da classe operária da América Latina na ilegalidade. Nesse sentido a tática de ensaio usada pela burguesia nas eleições municipais foi a de uma ampla campanha para o isolamento do Partido dos Trabalhadores, seja investindo pesado nas oligarquias locais pelos candidatos da direita tradicional (vulgo centrão), seja estimulando difusão das candidaturas de esquerda, e em casos mais importantes como em São Paulo, pressionar para que o PT abandonasse sua candidatura na maior metrópole operária da América do Sul.
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Mas em todos esses casos, o que mais ficou patente nas eleições, foi a ampla rejeição geral aos candidatos bolsonaristas, o que deixa mais claro o caráter artificial da onda bolsonarista nas eleições de 2018, revelando que a natureza fraudulenta dessa onda era o trunfo da própria burguesia contra o PT, que sem nenhuma condição de emplacar um candidato neoliberal tradicional, investiu no Bolsonaro.
As eleições norte-americanas também deram o norte da política da burguesia nacional, onde a bem sucedida campanha de isolamento do candidato da esquerda do Partido Democrata Bernie Sanders obrigou a população a escolher entre a extrema-direita de Trump, e o candidato imperialista oficial Joe Biden. Essa eleição extremamente apertada ao contrário do quer dizem a maior parte dos analistas de esquerda revela não só a rejeição a Trump, mas principalmente a rejeição a Biden, cujo governo neoliberal empobreceu a classe operária norte-americana e foi responsável pela onde de Golpes de Estado na América Latina.
A eleição de Biden assanhou a burguesia nacional, que saiu a campo pra lançar seus candidatos "menos piores" que o bolsonarismo, velha tática antidemocrática de todo regime capitalista, mas que não tem muito voo durante a crise atual do capitalismo.
Mas todo esse investimento massivo, que custou muito caro em termos econômicos, e a médio prazo também em termos políticos, foi muito aquém do que a burguesia esperava.
A tentativa de isolar o PT como a principal ferramenta de intervenção política da classe operária não foi bem sucedida e o PT segue sendo o maior partido de esquerda nas eleições e o que mais colocou candidatos no segundo turno. O caso que merece uma análise especial é São Paulo, onde estimulando a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) entre o eleitorado de classe média a imprensa capitalista tentou liquidar a candidatura do PT. Para concorrer com seu candidato oficial Bruno Covas (PSDB), a burguesia se viu dividida entre levar Márcio França (PSB) e o candidato bolsonarista Celso Russomano (Republicanos) para o segundo turno. Mas o PT ao acertadamente manter a candidatura de Jilmar Tatto, trabalhou em duas frentes, uma na periferia, esvaziando os votos a Russomano de setores mais atrasados da classe operária desmascarando como candidato de Bolsonaro, do outro estimulando os votos da classe média em Boulos. O porta-voz da rede Globo Merval Pereira se mostrou "surpreso" com a ida de Boulos para o segundo turno, e a Folha de S. Paulo, que tanto pressionou que o PT abandonasse a candidatura e apoiasse Boulos agora fala na necessidade de "independência" do candidato do PSOL do Partido dos Trabalhadores.
O tiro aparentemente saiu pela culatra e mostra quão brilhante foi a estratégia de Lula durante esse processo, pois a burguesia ao estimular Boulos apostava em uma figura sem amplas bases populares e muito maleável aos seus interesses como um dos defensores da Frente Ampla com os golpistas.
Agora a Burguesia se encontra com um problema, pois ao invés de um ensaio da "operação Biden Brasileiro" para as eleições de 2022, ela vê o seu principal talismã da classe média no segundo turno sob a sombra popular do Lula.
Em Goiânia, o bolsonarismo viu o seu candidato Major Araújo (PSL) em um dos seus principais redutos eleitorais não ter mais que 3%, e o PT com Adriana Accorsi sair do 5º lugar em 2016 para o 3º com 13%.
O resultado geral do PT nas eleições, embora não tenha avanços numéricos em relação a candidatos eleitos, avançou nas câmaras municipais, como é o caso do PT do Rio de Janeiro que viu sua bancada de vereadores mais que dobrar e ao mesmo tempo Carlos Bolsonaro ser eleito o segundo mais votado sob o cabresto dos milicianos, mostrando o alto grau de polarização.
Embora o crescimento do "Centrão" pela mão da burguesia nas oligarquias locais seja evidente, a operação de isolar o fracassou.
O PT resiste, malgrado toda tentativa do golpe de estado em vigor desde 2016 neutraliza-lo, por isso a conclusão geral para a política popular e operária do próximo período é a luta contra a "operação Biden Brasil" da Frente Ampla golpista, desmascarando-os como base de sustentação de Bolsonaro e lutando por uma Frente Única de esquerda com todas as organizações populares pela devolução dos direitos políticos de Lula, por Fora Bolsonaro e Lula presidente.
Leonardo Silva, Goiânia. 18 de novembro de 2020.
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Tendência Marxista-Leninista defende a formação de um partido operário marxista revolucionário e a luta por um governo operário e camponês, como também por uma Internacional operária e revolucionária, visando a implantação do Socialismo no Brasil, em toda América Latina e no mundo.
Este espaço está aberto para a manifestação democrática dos movimentos operário e popular. Contato por meio dos militantes da TML que distribuem o boletim Luta de Classes e o jornal Revolução Permanente. Junte-se a nós!
A burguesia deslocada para a extrema-direita elegeu Bolsonaro com Lula preso, mas com o fracasso na tentativa de estabilizar o golpe ante a reação popular não encontrou ambiente político para a demanda imperialista de colocar o principal partido da classe operária da América Latina na ilegalidade. Nesse sentido a tática de ensaio usada pela burguesia nas eleições municipais foi a de uma ampla campanha para o isolamento do Partido dos Trabalhadores, seja investindo pesado nas oligarquias locais pelos candidatos da direita tradicional (vulgo centrão), seja estimulando difusão das candidaturas de esquerda, e em casos mais importantes como em São Paulo, pressionar para que o PT abandonasse sua candidatura na maior metrópole operária da América do Sul.
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A eleição de Biden assanhou a burguesia nacional, que saiu a campo pra lançar seus candidatos "menos piores" que o bolsonarismo, velha tática antidemocrática de todo regime capitalista, mas que não tem muito voo durante a crise atual do capitalismo.
Mas todo esse investimento massivo, que custou muito caro em termos econômicos, e a médio prazo também em termos políticos, foi muito aquém do que a burguesia esperava.
A tentativa de isolar o PT como a principal ferramenta de intervenção política da classe operária não foi bem sucedida e o PT segue sendo o maior partido de esquerda nas eleições e o que mais colocou candidatos no segundo turno. O caso que merece uma análise especial é São Paulo, onde estimulando a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) entre o eleitorado de classe média a imprensa capitalista tentou liquidar a candidatura do PT. Para concorrer com seu candidato oficial Bruno Covas (PSDB), a burguesia se viu dividida entre levar Márcio França (PSB) e o candidato bolsonarista Celso Russomano (Republicanos) para o segundo turno. Mas o PT ao acertadamente manter a candidatura de Jilmar Tatto, trabalhou em duas frentes, uma na periferia, esvaziando os votos a Russomano de setores mais atrasados da classe operária desmascarando como candidato de Bolsonaro, do outro estimulando os votos da classe média em Boulos. O porta-voz da rede Globo Merval Pereira se mostrou "surpreso" com a ida de Boulos para o segundo turno, e a Folha de S. Paulo, que tanto pressionou que o PT abandonasse a candidatura e apoiasse Boulos agora fala na necessidade de "independência" do candidato do PSOL do Partido dos Trabalhadores.
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Agora a Burguesia se encontra com um problema, pois ao invés de um ensaio da "operação Biden Brasileiro" para as eleições de 2022, ela vê o seu principal talismã da classe média no segundo turno sob a sombra popular do Lula.
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Embora o crescimento do "Centrão" pela mão da burguesia nas oligarquias locais seja evidente, a operação de isolar o fracassou.
O PT resiste, malgrado toda tentativa do golpe de estado em vigor desde 2016 neutraliza-lo, por isso a conclusão geral para a política popular e operária do próximo período é a luta contra a "operação Biden Brasil" da Frente Ampla golpista, desmascarando-os como base de sustentação de Bolsonaro e lutando por uma Frente Única de esquerda com todas as organizações populares pela devolução dos direitos políticos de Lula, por Fora Bolsonaro e Lula presidente.
Leonardo Silva, Goiânia. 18 de novembro de 2020.
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