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O PT e a história

A política econômica do PT vigente até 2014 deve ser superada, porque na verdade tal política assistencialista (bolsa família, FIES, PRONATEC, Minha Casa Minha Vida, etc.) embora seja importante para a população empobrecida, é bastante limitada em termos econômicos para a classe trabalhadora.

Tal política, como o próprio Lula disse, beneficiou como nunca os banqueiros e os empresários (isenção do IPI para a indústria automobilística – montadoras estrangeiras, e linha branca, indústria paulista), os quais, agora como “gratidão”, juntamente com o imperialismo, colocaram em marcha um golpe para derrubar a presidente Dilma (via “impeachmant” ou golpe militar). Porém, neste momento de crise, de queda na taxa de lucros, essa política é inviável, não havendo base material para sustentá-la. 

Agora não há outra alternativa, não há como “eliminar os males sociais sem causar nenhum prejuízo ao capital e ao lucro.” (Friedrich Engels, PREFÁCIO À EDIÇÃO ALEMÃ DE 1890 do Manifesto Comunista). 

Não dá para conciliar mais. A burguesia e o imperialismo devem pagar pela crise. Não se pode perder de vista nunca que a “A história de toda sociedade até nossos dias é a história da luta de classses”; que “A emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores.” E que essa “luta sem trégua, ora velada, ora aberta, luta que a cada etapa conduziu a uma transformação revolucionária de toda sociedade (hoje o socialismo – nota de Ignácio Reis) ou ao aniquilamento das duas classes em confronto (a barbárie – nota de Ignácio Reis)” (Karl Marx e Friedrich Engels, no Manifesto Comunista).

A queda dos preços das chamadas “commodities”, produtos primários (carne, soja, minério de ferro, etc), provocou a queda da taxa de lucros dos bancos e das empresas, fazendo com que o imperialismo e a burguesia adotassem uma política de “austeridade”, ou seja, de ataque brutal às condições de vida dos trabalhadores e da maioria oprimida nacional, com o pacote de maldades do ministro Levy, bem como colocaram em marcha um golpe de direita.

Na Revolução Russa, após as Jornadas Julho de 1917, houve a Conferência de Estado do Governo Provisório de Kerenski, sendo que:

“A ala burguesa da Conferência compreendia, perfeitamente, o efeito salutar dos serviços prestados pelos conciliadores. A gratidão, porém, não é um sentimento político. A burguesia apressava-se em tirar conclusões dos bons ofícios que devia à democracia: o capítulo referente aos socialistas-revolucionários (partido camponês reformista – Ignácio Reis) e aos mencheviques  (partido operário reformista – Ignácio Reis) estava em vias de ser concluído; colocava-se, na ordem do dia, o capítulo dos cossacos e dos junkers (ou seja, o capítulo da reação – Ignácio Reis). Leon Trotsky, “A História da Revolução Russa”, II vol. (“A TENTATIVA DE CONTRA-REVOLUÇÃO”), pág. 556, Editora Paz e Terra.

Assim, constatamos que embora digam que a gratidão seja a primeira das virtudes, não é um sentimento político. Tanto que apesar da política do PT ter beneficiado como nunca a burguesia, ela não tá nem aí nesse momento de crise, ou seja, está só preocupada em reverter a queda da taxa de lucro e para isso prepara-se para remover o PT do governo para escravizar os trabalhadores e a maioria oprimida da nação com terceirização, fim das aposentorias e pensões, etc..

Mas a história ensina também que a contra-revolução na Rússia foi derrotada, porque os bolcheviques (partido operário revolucionário marxista-leninista), juntamente com os militantes da Organização Inter-bairros (organização também marxista-revolucionária) de Leon Trotsky, Adolph Ioffe e Anatole Lunacharski, organização essa que estava num processo de fusão com os bolcheviques, acabaram sendo libertados das prisões (Trotsky foi libertado da prisão de Kresty) e fizeram um frente única com Kerenski e derrotaram o golpe do General Kornilov. Esse é o exemplo.

Portanto, frente única anti-golpista e anti-imperialista do PT,  PCdoB, PSOL, PCB, PCO, CUT, CTB e demais centrais e MTST e MST e demais movimentos sociais e populares.

Ignácio Reis

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