A crise econômica, sanitária e ambiental do governo golpista de Bolsonaro agrava-se a cada dia, apontando para o que os analistas burgueses chamam de crise de governabilidade.
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O anunciado programa “Renda Brasil” para substituir o “Bolsa Família”, virou “Renda Cidadã”, com a proposta de usar os recursos do Fundeb (Fundo de Educação Básica) e dos precatórios (títulos em razão de sentenças judiciais que a União deve aos cidadãos), o que foi execrado pela maioria dos setores da sociedade, sendo, inclusive, objeto de entreveros entre o ministro da economia Paulo Guedes, segundo consta o autor da proposta, e o ministro do desenvolvimento social, Rogério Marinho, aumentando ainda mais o impasse em que vive o governo golpista de Bolsonaro.
Nesta conjuntura, o movimento dos trabalhadores protagonizou a greve dos funcionários dos Correios, a qual durou 35 dias contra privatização da empresa, dirigida pelo General Floriano.
As direções majoritárias das Federações dos trabalhadores (FENTECH da CUT) e FINDCT (CTB) semearam ilusões na Justiça burguesa (Tribunal Superior do Trabalho – TST), com uma falsa expectativa no julgamento do dissídio, implementando a sua política de conciliação e colaboração de classes.
Além das ilusões na Justiça burguesa, houve ainda, neste período, as ilusões eleitoreiras, onde as direções burocráticas, conciliadores e pelegas da classe trabalhadora colocam o pleito eleitoral como uma panaceia para todos os males, ainda que se trate de eleições municipais.
A TML não é contra a participação em eleições, não é esquerdista. Todavia, entende que a participação nas eleições deve estar subordinada à luta concreta dos trabalhadores. Ou seja, a participação nas eleições deve servir para as denúncias da opressão capitalista e para a defesa, agitação e propaganda de um programa operário, o programa da classe trabalhadora na luta diária, visando a mobilização revolucionária.
A TML, tendo em vista as suas forças limitadas, não poderá lançar candidatos nas eleições, mas se posiciona no sentido de que os trabalhadores votem, nestas eleições municipais, nos candidatos operários e populares, do PCO, PSOL, PT e demais partidos operários e populares.
No entanto, a derrota nesta greve não se deve apenas às direções majoritárias burocráticas e pelegas da FENTECH (CUT) e da FINDECT (CTB), mas também à política de conciliação e colaboração de classes da maioria dos partidos operários e populares, os quais não se propuseram a realizar uma frente única dos trabalhadores.
A luta contra a privatização dos Correios não é uma luta apenas dos carteiros, mas de toda a classe trabalhadora. É uma luta de milhões de trabalhadores brasileiros. Daí a necessidade da frente única dos trabalhadores, para romper o isolamento da categoria dos trabalhadores dos Correios e desmascarar as direções burocráticas e pelegas, com a unidade e pressão da mobilização dos trabalhadores.
A frente única dos trabalhadores tem de se materializar na mobilização dos partidos operários e organizações de massas da classe trabalhadora, como PT, PSOL, PCdoB, PCB, PSTU, PCO, CUT, CTB, INTERSINDICAL, MST, MTST, UNE, UEEs, etc.
Para tanto, há necessidade da preparação e organização de uma greve geral por tempo indeterminado (e não paralisação de só 1 dia, que serve apenas de válvula de escape, para boicotar e controlar o movimento dos trabalhadores), com comandos eleitos pela base em Assembleia das categorias, em defesa das reivindicações transitórias, como escala móvel de salários, com reajustes de acordo com os índices do DIEESE; redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; anulação da “Reforma Trabalhista”; contra as “Reformas Tributária e Administrativa”; Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
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