Pular para o conteúdo principal

O papel dos trabalhadores na desnazificação Ucrânia e Europa

*Por Leonardo Silva

Iniciado o conflito entre as duas potências EUA/OTAN e Rússia que desencadeou a ofensiva na Ucrânia, sente-se um abalo nas bases que podem direcionar os rumos da crise imperialista que se aprofunda no último período.

A escalada da crise se iniciou, não por coincidência, após o colapso da ocupação dos EUA no Afeganistão, o que evidencia que essa guerra para o Imperialismo é questão de vida ou morte mesmo com altos custos tanto econômicos quanto políticos para os norte-americanos e para europeus.

Leia mais:
Socialismo ou barbárie: o inimigo está em casa
Chile: construir o partido operário revolucionário
Servidores federais: preparar a greve geral dia 18 de janeiro
Revolução Cubana completa 63 anos sob enorme ataque imperialista
ITA: retrato do Brasil de Bolsonaro à deriva

Desde o golpe de estado fascista na Ucrânia em 2014, dirigido diretamente de Washington no governo Obama, os EUA promovem o armamento de milícias declaradamente nazistas.

Esses grupos que se reivindicam herdeiros da ocupação alemã da segunda guerra mundial tem como alvo não só a Rússia enquanto estado mas em primeiro plano a classe operária ucraniana de origem russa aos quais sempre foram considerados como “sub-raça”, vítimas da tradicional política de extermínio nazista logo no início levando a morte de mais de 30 operários que resistiam ao golpe no ataque à sede sindical de Odessa.

Essa é mais uma evidência de que o Imperialismo é o principal fomentador da extrema-direita é que o crescimento do fascismo evidência a crise do capitalismo mundial. Nessa luta as direções proletárias não só não podem se omitir como tem o dever de organizar a classe operária de forma independente, direcionando as forças e as armas no combate ao nazi-fascismo na Ucrânia e na Europa.

Gravíssimo erro comete os que compram a lebre do imperialismo sobre a “defesa da liberdade” na Ucrânia ocupada pelos golpistas mas também se equivoca quem coloca todas as fichas no estado capitalista Russo que embora esteja em pleno conflito, no fim chegará ao mesmo acordo (ou semelhante) a que teve lugar o fim da União Soviética no fim da guerra fria ao sacrifício dos trabalhadores.

O acordo vergonhoso não só pôs fim ao já subvertido estado operário mas mostrou que não teve valor nenhum, levando o imperialismo a expandir a OTAN ameaçando seriamente o oriente, o que obrigou a burguesia emergente na Rússia a posições nacionalistas defensivas desde então.

A tarefa da classe operária é provar que não há saída da crise nem derrota definitiva do imperialismo no capitalismo. A Rússia mesmo que pretendesse a tomar as vezes de uma nova ordem imperialista mundial não poderia, porque como relata Lenin em sua obra “Imperialismo fase superior do Capitalismo”, a fase superior com a formação do Bloco monopolista capitaneado pelos EUA e é a própria decadência do capitalismo e não comporta mais a formação de novos blocos, é isso fica evidente de que a crise atinge todos os países capitalistas não encontrando absolutamente nenhum em situação de ascensão.

A tarefa dos Trabalhadores é apoiar a Rússia em luta contra o Imperialismo como deixa descrito Leon Trotsky ao exemplificar um suposto conflito entre Brasil no regime semifascista do Estado Novo contra a Inglaterra “democrática” onde tal como nesse exemplo, o conflito real não é uma questão de “democracia versus ditadura” e sim uma guerra onde se o imperialismo triunfa não haverá ditadura pior para a classe operária Russa ou Ucraniana do que a que poderia se seguir.

Mas como coloca claramente Trotsky, não se trata de um apoio expectante, mas de ação independente e internacionalista, em aliança com os trabalhadores da Ucrânia e das novas repúblicas de Donetsk e Lugansk pela derrubada imediata dos golpistas.

A derrota do nazismo na segunda guerra mundial não foi obra senão da classe operária soviética, não sem antes quase sucumbir diante do stalinismo contrarrevolucionário.

O efeito da desnazificação da Ucrânia pela aliança da luta socialista anti-imperialista não será outra coisa se não a derrota da extrema-direita em toda Europa e América, constituindo elemento fundamental do levante dos povos oprimidos rumo a revolução proletária mundial.

Leonardo Silva é professor.

Goiânia, 25 de fevereiro de 2020.

*Este espaço é aberto à manifestação democrática do movimento operário e popular.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Brasil, os imperialismos e a guerra na Ucrânia

O presente texto é uma resposta à contribuição do simpatizante de nossa tendência, Leonardo Silva, para a I Conferência da Tendência Marxista-Leninista. Abordaremos alguns aspectos da conjuntura nacional e da internacional, sobretudo os relativos ao governo Lula e guerra na Ucrânia. Leia mais: Contribuição do camarada Leonardo Silva I Conferência da Tendência Marxista-Leninista Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Revolução Russa completa 105 anos O governo Lula Como havíamos previsto desde as eleições, o governo Lula é um governo democratizante de conciliação e colaboração de classes, apoiado por uma frente ampla burguesa, ou seja, uma frente popular, uma frente populista. Além disso, previmos que a política econômica do governo Lula daria continuidade à política econômica de Paulo Guedes, ou seja, à política de Bolsonaro. Como prova disse, basta ver o salário-mínimo de fome anunciado pelo governo Lula: R$ 1.320,

II Encontro Internacional Leon Trótski

Transcrevemos abaixo a Comunicação “Os imperialismos”, aprovada e apresentada pelo camarada João Batista Aragão Neto, membro de nossa tendência, no Simpósio Temático 4 – Posições sobre a guerra na Ucrânia e o imperialismo hoje, do II Encontro Leon Trótski, realizado em São Paulo, no Brasil,  na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), de 21 a 25 de agosto de 2023, dando continuidade ao I Encontro, realizado em Havana, Cuba, em 2019, em comemoração aos 100 anos da Internacional Comunista, onde também o camarada esteve presente. Leia mais: I Conferência da Tendência Marxista-Leninista Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Revolução Russa completa 105 anos Reformismo eleitoreiro só leva à derrota O III Encontro está previsto para o ano que vem na Argentina. Fornecemos, mediante contribuição solidária, o Livro com as comunicações do I Encontro, em Cuba, em 201

Todo apoio à luta pela libertação da Palestina!

O grupo Hamas da Palestina, no dia 7 de outubro, lançou um ataque ao enclave sionista e terrorista de Israel. O ataque matou 250 israelenses, sendo que Israel revidou matando 232 palestinos. Agora as notícias dão conta de que no conflito já morreram aproximadamente 1.100 pessoas dos dois lados. Leia mais: II Encontro Internacional Leon Trótski O Brasil, os imperialismos e a guerra na Ucrânia Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Ministério da Frente Ampla e a anulação do programa do governo Lula Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Israel é uma enclave sionista e terrorista criado, em 1947, pela ONU (Organização das Nações Unidas), um covil de bandidos como Lênin disse de sua antecessora, a Sociedade das Nações. Ou seja, os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a Alemanha, os países imperialistas é que criaram artificialmente Israel, para servir de ponta de lança e polícia política no Oriente Médio.  O enclave terrorista e sionista deve ser desmante