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Dilma se defende no Senado e denuncia o golpe

A presidenta Dilma Rousseff do Partido dos Trabalhadores (PT) compareceu ao Senado Federal para fazer sua defesa no processo de “impeachment”/golpe, patrocinado pela burguesia entreguista e o imperialismo norte-americano.

Inicialmente, chamou a atenção a abertura profundamente reacionária do presidente do golpista Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandovski, que preside as sessões do processo de “impeachment”/golpe no Senado Federal, ameaçando aos presentes com aplicação do reacionário Regimento Interno do Senado caso se manifestassem, o que demonstra o tamanho da farsa ditatorial de todo esse processo!!!

Dilma defendeu-se dizendo que não cometeu crime de responsabilidade, que as pedaladas fiscais, na época, não eram proibidas pelo Tribunal de Contas da União, e que o golpe é uma trama, com ardis, capitaneado pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

A presidenta falou do boicote da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ao seu governo, às suas propostas políticas, como também do boicote e sabotagem dos empresários e banqueiros à economia.

Dilma mencionou o seu passado, quando foi torturada e presa durante anos pela ditadura militar de 1964, tendo assistido ao assassinato de companheiros.  

Além disso, referiu-se ao golpe da burguesia entreguista e imperialismo norte-americano contra Getúlio, em 1954, das tentativas de golpe contra a Jucelino Kubitschec, do golpe contra João Goulart, primeiro com a “Emenda do parlamentarismo”, em 1961, que foi um golpe, revertido por Jango, e depois com o golpe militar de 1964 que o derrubou.

A defesa de Dilma mais uma vez demonstra o golpe de estado, apesar da limitação de sua política democratizante, ou seja, apesar de defender o do estado de direito, de defender a democracia, que concretamente é a defesa da democracia burguesa, que é a ditadura do capital.

Por outro lado, é importante frisar que a direção majoritária do PT, por sua política de conciliação e colaboração de classes (frente populista), confusamente, restringiu a luta contra o golpe ao terreno “parlamentar”, à defesa no processo de “impeachment”/golpe, isto é, reduziu a luta contra o golpe apenas à defesa de Dilma no Senado Federal, abandonou a luta contra o golpe nas ruas, abandonou as mobilizações contra o golpe, sem preparar e organizar a greve geral.   

O governo golpista, a partir de agora, deverá tentar aplicar as medidas impopulares do plano “Uma ponte para o futuro” e outras já aprovadas pelo covil de bandidos do Congresso Nacional, como o congelamento das despesas com saúde, educação e saneamento básico por 20 anos, fim da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aposentadoria aos 70 anos, jornada semanal de 80 horas, fim dos programas sociais (Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida,  Pró-uni, Pronatec, Ciência sem fronteiras, etc.), além do que já entregaram o Pré-Sal, um prejuízo de trilhões de reais para o Brasil.

O plano dos golpistas, que significará o fim da soberania nacional, a escravização e recolonização do Brasil, não tem condições de ser aplicado pacificamente, o que explica a necessidade do golpe para a burguesia entreguista e imperialismo norte-americano. 

Então, para atacar a população brasileira, principalmente a maioria oprimida nacional, os golpistas estão preparando uma verdadeira guerra civil contra o povo, sendo certo que estão apoiados nas Forças Armadas, na Polícia Militar, na Força Nacional, nas guardas civis e metropolitanas, nas “empresas de segurança”, verdadeiras organizações paramilitares. Ou seja, todo esse aparato repressivo deverá ser jogado contra a população, sobretudo pobre e negra das periferias das cidades, o que poderá aumentar ainda mais o genocídio que assistimos hoje.

Assim, neste momento cumpre superar a política de conciliação e colaboração de classes (frente populista) do PT, e imprimir uma enorme resistência aos golpistas, visando derrotar e esmagar o golpe, a exemplo do que fez o povo turco recentemente, ou seja, baseada na ação direta das massas, indo para as ruas, e preparando uma greve geral, com comandos eleitos, nas fábricas, nas empresas, nos bancos, no campo, nos latifúndios, nas empresas agrícolas, nas escolas e nas universidades, forjando comitês de autodefesa, as milícias operárias e populares, a partir dos sindicatos.

Para tanto, precisamos construir um partido operário marxista e revolucionário, com o objetivo de organizar a classe operária de forma independente, para realizar as tarefas democráticas, expulsar o imperialismo e realizar a reforma e revolução agrária, com a perspectiva de instauração de um governo operário e camponês, rumo ao socialismo.

Tendência Marxista-Leninista, por um partido operário marxista revolucionário

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