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A questão dos desempregados

© foto: Marcello Casal Jr


A Tendência Marxista-Leninista publica abaixo um trecho das “Teses sobre a tática” do III Congresso da Internacional Comunista, o qual aborda a questão dos desempregados do ponto de vista marxista. O texto é muito atual, pois hoje temos no Brasil uma taxa de 14,7% de desempregados, significando 14 milhões e 800 mil desempregados, que com os desalentados chegamos a 19,5%, sem falar os subempregados/precarizados.

“A natureza revolucionária da época atual consiste precisamente em que as condições de existência mais modestas das massas operárias são incompatíveis com a existência da sociedade capitalista, e que por esta razão a própria luta pelas reivindicações mais modestas adquire as proporções de uma luta pelo comunismo.

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Enquanto os capitalistas aproveitam o exército cada vez mais numeroso dos desocupados para exercer uma pressão sobre o trabalho organizado tendente a uma redução dos salários e os socialdemocratas, os independentes e os chefes oficiais dos sindicatos se distanciam covardemente deles, considerando-os simplesmente como sujeitos à beneficência governamental e sindical os caracterizam politicamente como lumpem-proletariado,  os comunistas devem tomar consciência claramente de que nas condições atuais o exército dos desempregados constitui um fator revolucionário de grande valor.

A direção deste exército deve ser tomada pelos comunistas. Mediante a pressão exercida pelos desempregados sobre os sindicatos, os comunistas devem apressar a renovação destes últimos e em primeiro lugar sua liberação da influência dos chefes traidores.

O partido comunista, ao unir os desempregados à vanguarda do proletariado na luta pela revolução socialista, distanciará aos elementos mais revolucionários e impacientes dos desempregados de atos desesperados e isolados e capacitará a toda a massa para apoiar em condições favoráveis o ataque começado por um grupo de proletários, para desenvolver este conflito mais além dos limites dados, e convertê-lo no ponto de partida de uma decidida ofensiva. Em uma palavra, transformará a toda esta massa, e de um exército de reserva da indústria fará um exército ativo da revolução.

Ao tomar com a maior energia a defesa desta categoria de operários, ao descer nas profundezas da classe operária, os partidos comunistas não representam os interesses de um setor operário contra outro senão os interesses comuns da classe operária, traídos pelos chefes contrarrevolucionários em benefício dos interesses momentâneos da aristocracia operária.

Quanto mais amplo é o setor dos desempregados e dos trabalhadores semi-desempregados, em maior medida seus interesses se convertem nos interesses comuns da classe operária, em maior medida os interesses momentâneos da aristocracia operária devem ser subordinados àqueles. O critério que se apoia nos interesses da aristocracia operária para voltar como uma arma contra os desempregados ou para abandonar a estes últimos a sua sorte, destroem a classe operária e é, nos fatos, contrarrevolucionário.

O partido comunista, enquanto representante dos interesses gerais da classe operária, não pode limitar-se a reconhecer e destacar, mediante a propaganda, esses interesses comuns. Só pode representa-los eficazmente se conduz em determinadas circunstância ao grosso das massas operárias mais oprimidas e mais pobres ao combate contra a resistência da aristocracia operária.”

Los Cuatro Primeros Congresos de la Internacional Comunista, segunda parte, págs. 47/48, Cuadernos de Pasado y Presente, n° 47,  2ª Edição, México, 1977. (Tradução da TML).

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