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Veríssimo comemora 80 anos, denunciando o golpe e defendendo o socialismo

O grande escritor brasileiro Luís Fernando Veríssimo completa amanhã, dia 26 de setembro, 80 anos de idade, denunciando o golpe e defendendo o socialismo.

“Nascido em Porto Alegre, Luis Fernando viveu parte de sua infância e adolescência nos Estados Unidos, com a família, em função de compromissos profissionais assumidos por seu pai - professor na Universidade da Califórnia em Berkeley (1943-1945) e diretor cultural da União Pan-americana em Washington, D.C. (1953-1956). Como consequência disso, cursou parte do primário em San Francisco e Los Angeles, e concluiu o secundário naRoosevelt High School, de Washington.”   (Wikipédia).

(...)

Popularidade nacional 

Em 1981, o livro "O Analista de Bagé", lançado na Feira do Livro de Porto Alegre, esgotou sua primeira edição em dois dias, tornando-se fenômeno de vendas em todo o país. O personagem, criado (mas não aproveitado) para um programa humorístico de televisão com Jô Soares, é um psicanalista de formação freudianaortodoxa, mas com o sotaque, o linguajar e os costumes típicos da fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e a Argentina. A contradição entre a sofisticação da psicanálise e a "grossura" caricatural do gaúcho da fronteira gerou situações engraçadíssimas, que Veríssimo soube explorar com talento em dois livros de contos, um de quadrinhos (com desenhos de Edgar Vasques) e uma antologia.

Em 1982 passou a publicar uma página semanal de humor na revista Veja, que manteria até 1989.

Em 1983, em seu décimo volume de crônicas inéditas, lançou um novo personagem que também faria grande sucesso, a Velhinha de Taubaté, definida como "a única pessoa que ainda acredita no governo". O ingênuo personagem, que dera a seu gato de estimação o nome do porta-voz do Presidente-General Figueiredo, marcava a decadência do governo militar brasileiro, que já estava quase completando 20 anos. Mas, anos depois, em plena democracia, Veríssimo faria reviver a Velhinha de Taubaté, ironizando a credibilidade dos presidentes civis, especialmente Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso.

Em toda a década de 1980, Veríssimo consolidou-se como um fenômeno de popularidade raro entre escritores brasileiros, mantendo colunas semanais em vários jornais e lançando pelo menos um livro por ano, sempre nas listas dos mais vendidos, além de escrever para programas de humor da TV Globo.

Em 1986, morou seis meses com a família em Roma, e cobriu a Copa do Mundo para a revista Playboy. Em 1988, sob encomenda da MPM Propaganda, escreveu seu primeiro romance, "O Jardim do Diabo".” (Idem).

(...)

“Fatos recentes

Em 2006, Veríssimo chegou aos 70 anos de idade consagrado como um dos maiores escritores brasileiros contemporâneos, tendo vendido ao todo mais de 5 milhões de exemplares de seus livros. Em 2008, sua filha Fernanda deu-lhe a primeira neta, Lucinda, nascida no dia do aniversário do Sport Club Internacional, 4 de abril.

Em 21 de novembro de 2012, Luis Fernando foi internado em estado grave na UTI do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, devido a um quadro grave degripe. Ele teve alta no dia 14 de dezembro.[2]

Em 2014 foi homenageado pela escola de samba de Porto Alegre Imperadores do Samba com o enredo A Imperadores do Samba faz a justa homenagem aos personagens de Luis Fernando Veríssimo

Participou em 2015 em uma faixa do último CD da dupla gaúcha Kleiton & Kledir (Com Todas as Letras) como compositor e saxofonista.”  (Idem).

Escritor, contista, cronista, romancista, cartunista, dramaturgo, músico, tradutor e humorista, sendo que:

“Ele ganha, em outubro, uma antologia com suas frases mais memoráveis, selecionadas pelo publicitário e jornalista Marcelo Dunlop.

Leitor do cronista, Dunlop partiu de uma pasta de recortes de jornais que guardava desde a infância para montar o livro que reúne cerca de 800 verbetes, além de cartuns raros.” (Amanda Nogueira, na Ilustrada, Folha de S. Paulo, sábado, 24/9).

O escritor denuncia o golpe e defende o socialismo:

“Mesmo sem deixar o humor de lado, Veríssimo fala de coisa séria. Algo que vem treinando desde o início da carreira; afinal, ele passou a assinar sua primeira coluna no auge da ditadura militar.

Lamentando um retrocesso e alinhando-se entre os (que – nota de Ignácio Reis) creem que houve no Brasil um golpe, ele se diz “desiludido” porque o socialismo não está exatamente em alta.

Penso que cedo ou tarde as pessoas se darão conta de que a escolha continua sendo entre socialismo e barbárie”. (Idem).

Além disso, esgrime a sua arma: a sátira, assim como jornalismo:

“Enquanto esse dia não chega, Veríssimo lapida sua melhor arma. “A sátira tem força política porque, geralmente, os regimes repressivos têm medo do ridículo”.

Ele cita “O Pasquim” como um exemplo de publicação que manteve viva a ideia de irreverência e, com isso, ajudou a acabar com a ditadura. “A sátira e o jornalismo de opinião devem cultivar essa recusa de reverenciar o que quer que seja, salvo a liberdade.”  (Idem).

A Tendência Marxista-Leninista dá os parabéns e deseja feliz aniversário, muita saúde e mais sucesso para Veríssimo.

Ignácio Reis

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