*Por Leonardo Silva
O último período de refluxo da luta contra Bolsonaro tem sido palco de um debate pra dizer o mínimo pitoresco, ascendido por uma discussão envolvendo Caetano Veloso e o militante do PCB Jones Manoel em torno do intelectual italiano Domenico Losurdo. O debate gira em torno dos elogios à figura de Stalin mas não para por aí, pois logo surgiram às críticas e os estalinistas "saíram do armário" para travar ataques de verdadeiro cunho bolsonarista contra o trotskismo.
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O último período de refluxo da luta contra Bolsonaro tem sido palco de um debate pra dizer o mínimo pitoresco, ascendido por uma discussão envolvendo Caetano Veloso e o militante do PCB Jones Manoel em torno do intelectual italiano Domenico Losurdo. O debate gira em torno dos elogios à figura de Stalin mas não para por aí, pois logo surgiram às críticas e os estalinistas "saíram do armário" para travar ataques de verdadeiro cunho bolsonarista contra o trotskismo.
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Antes de mais nada é preciso repaginar a história e mostrar como Stalin e a burocracia da qual ele se rodeou após a morte de Lenin foram responsáveis pela destruição do partido operário mais revolucionário que o mundo conheceu, o partido Bolchevique.
É preciso lembrar que, enquanto o fascismo se encontrava em plena ascensão com Mussolini na Itália, Hitler na Alemanha e Franco na Espanha, Stalin se ocupava de matar todos os dirigentes da revolução de outubro de 1917 em processos farsa encobertos pelo imperialismo, enquanto ao mesmo tempo cuidava de estrangular as revoluções operárias na Espanha e França após permitir que Hitler subisse ao poder e esmagasse o partido comunista alemão, o maior e mais bem organizado do mundo e com todas as condições de liquidar os nazistas e chegar ao poder.
No Brasil o stalinismo foi responsável por jogar a classe operária no covil dos leões da ditadura do Estado Novo ao fomentar o levante de 1936 sabendo não se encontrar as mínimas condições de vitória, mas era essa a intenção de Moscou. Posteriormente, já em governo democrático colocaram o PCB em uma frente com golpistas da pior espécie, capachos do imperialismo contra o governo Vargas em 54, golpe que abriu caminho para ditadura em 64.
Por fim Stalin quase pôs a pique a própria União Soviética quando, após enfraquecer e desmoralizar o Exército Vermelho com sua matança durante os expurgos, deixou o caminho aberto para a invasão nazista que já se encontrava a 5 mil quilômetros fronteira soviética à dentro, se negando agir e escondido do povo até finalmente autorizar as primeiras ações. Durante a guerra Stalin foi responsável por decisões desastrosas que custou a vida de milhares de combatentes soviéticos, dependendo a vitória única e exclusivamente da união, bravura e resiliência dos trabalhadores, bem como as condições climáticas extremas que sempre foram uma arma natural da Rússia contra os invasores, como ocorreu com Napoleão.
Após o fim da II guerra, Stalin fez a maior proeza contrarrevolucionária jamais vista, quando se sentou a mesa para rachar o mundo com o imperialismo em um acordo pornográfico onde prostituiu as revoluções do pós-guerra. Ante o ímpeto revolucionário da classe operária, temendo a crise Stalin foi obrigado a permitir a expropriação da burguesia no leste europeu, rompendo parte do acordo, mas não sem antes trabalhar ativamente para o violento esmagamento da revolução proletária grega, estrategíssima para o movimento operário mundial. Stalin só não conseguiu esmagar a revolução Chinesa dado a experiência negativa anterior na derrota de 1927, onde o PC chinês, particularmente Mao Tse Tung, passa a agir de forma independente de Moscou.
A violência da burocracia stalinista contra os trabalhadores fez com que ela própria deserdasse seu nome diante de tamanha desmoralização ante o povo soviético, mantendo porém todas as suas características contrarrevolucionárias que por fim colapsaram estado operário.
Os admiradores de Stalin falam dos avanços históricos da Rússia durante o período soviético esquecendo que são obras da revolução de 1917, e que a burocracia soviética mais fez por obstaculizar do que fomentar. A selvageria do mundo capitalista em um país atrasado não pode ser parâmetro de comparação para atribuir a Stalin os frutos de um estado operário sem o peso morto e parasitário da burguesia. Stalin não representava avanço em sentido algum, representava violência, poder pela força, e o último fio condutor da opressão imperialista.
A exumação do cadáver de Stalin, um fóssil político a essa altura, não pode ser outra coisa senão obra da Frente Ampla com os golpistas. Não por acaso, a Folha de São Paulo, jornal patrocinador numero 1 do golpe de 2016, já lançou diversas matérias sobre o debate neo-estalinista. O nome de Stalin para a imprensa capitalista é tão útil para fazer campanha contra o comunismo usando seus crimes quanto para promover derrotas usando sua política contrarrevolucionária.
Aos estalinistas que saíram nas redes assanhados por essa imprensa golpista para atacar os trotskystas, deixamos claro que seus rompantes bolsonaristas não nos intimidarão, já os teóricos, propomos guardar essas lições históricas para usar na luta contra o governo Bolsonaro, pois se alguém vai impedir a ditadura que avança sobre o país, nao será Stalin se levantando da sua cova, mas a mobilização do trabalhadores! Fora Bolsonaro, Lula presidente!
*Leonardo Silva, professor e colunista aqui no blog da Tendência Marxista-Leninista
Goiânia, 30 de setembro de 2020
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Tendência Marxista-Leninista defende a formação de um partido operário marxista revolucionário e a luta por um governo operário e camponês, como também por uma Internacional operária e revolucionária, visando a implantação do Socialismo no Brasil, em toda América Latina e no mundo.
Este espaço está aberto para a manifestação democrática dos movimentos operário e popular. Contato por meio dos militantes da TML que distribuem o boletim Luta de Classes e o jornal Revolução Permanente. Junte-se a nós!
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