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CUT contra o PMDB: uma ruptura mais do que necessária

A TML publica abaixo mais um importante artigo do Diário Causa Operária on line do PCO, com o qual temos concordância.

“CUT contra o PMDB: uma ruptura mais do que necessária

Um dia após o PMDB ter divulgado seu manifesto, intitulado “Uma Ponte para o futuro”, a CUT, em artigo assinado por Vagner Freitas, tratou de atacar os pontos fundamentais do documento pemedebista. O presidente da Central chama o documento de retrocesso e afirma que os trabalhadores devem sair às ruas contra a política direitista proposta pelo PMDB.

Na prática, a reação da CUT é um passo no sentido de uma ruptura, com todas as limitações que se possa apontar, com a política de colaboração de classes do governo do PT. Essa política de conciliação, que é a base do governo do PT, se expressa de maneira mais acabada no terreno político-partidário na aliança com o PMDB.

O aprofundamento da crise no País leva necessariamente a um conflito cada vez maior entre as classes e frações de classes dentro da própria burguesia. O documento do PMDB, levantando um plano político conservador para o governo, inclusive considerando a questão do poder político após um possível golpe, revela que o acordo político dentro da burguesia é cada vez mais difícil.

Ao mesmo tempo em que setores da burguesia começam a se deslocar para uma posição contrária ao governo, setores ligados à classe operária também são obrigados a romperem o acordo que há muito tempo sustentava o regime político.

A reação da CUT contra o documento do PMDB representa essa ruptura – parcial ou não – de uma parte do PT, justamente a mais ligada aos trabalhadores, com essa política de colaboração.

Essa política de conciliação, levada adiante pelo PT, só pode se sustentar em uma situação de estabilidade política e econômica. Os capitalistas continuam ganhando muito dinheiro e mantêm o controle do regime, mas permitem que pequenas concessões sejam feitas aos trabalhadores.

A partir do momento em que essa relativa estabilidade se rompe, rompe-se inevitavelmente o acordo entre as classes que sustentava o regime.

Em última instância, a crise política está revelando que a política de colaboração não só é instável e passageira, como é impossível e ilusória. Parte do PT, mais especificamente a ala ligada à CUT, está chegando a essa importante conclusão política. É isso o que demonstra a crítica de Vagner Freitas ao manifesto do PMDB.

É mais um importante passo da maior central sindical da América Latina no sentido da luta contra a direita e a burguesia. Esse já não é o primeiro passo, o que significa que a experiência política está empurrando setores importantes para a esquerda. Sabemos que é necessário evoluir ainda mais, romper completamente com a política de capitulação e conciliação e mobilizar os trabalhadores nas fábricas e nas ruas contra o golpe e a direita. Como já dissemos em outras oportunidades, pode ser só mais um passo, mas é um passo de gigante.”

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