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Coronavírus: capitalismo na UTI

O capitalismo vive hoje uma crise sem precedentes em termos de abrangência, pois tende a se espalhar para todos os países. Acreditamos que ela não seja comparável nem à II Guerra Mundial, pois esta, embora tenha sido uma crise profunda e terrível, não chegou a todas as partes do globo.
A crise do capitalismo de hoje combina problemas econômicos, sanitários e ambientais, colocando em risco a própria existência da espécie humana.
Lênin, em sua obra, “Imperialismo, fase superior do capitalismo” de 1916, caracterizou a nossa época como a época dos monopólios, da decadência do capitalismo, da reação em toda linha, do armamentismo, de guerras e revoluções. Junius (codinome de Rosa Luxemburgo), na mesma linha, apontou para a disjuntiva Socialismo ou Barbárie.
Noam Chomsky, neurolinguista e importante intelectual norte-americano, denunciou que EUA necessitou instalar o Covid-19 para não perder supremacia mundial ante a China. Se isso for provado não ficaremos surpresos, porque a disputa atual dos EUA, imperialismo preponderante, com a China, imperialismo em ascensão, é diferente do que ocorreu anteriormente com a Inglaterra, imperialismo preponderante,  e os EUA, na época, o imperialismo em ascensão. Nesse caso, no Século passado, a Inglaterra cedeu a sua posição de imperialismo preponderante aos EUA de forma quase pacífica, enquanto agora os EUA não cedem à China e fazem a guerra contra a China, inicialmente na forma de guerra comercial e com escaramuças no Mar do Sul da China.
A diferença daquela época é que os EUA eram um capitalismo mais jovem e promissor, enquanto agora a China é um ex-Estado operário, ainda em processo de restauração capitalista, mas que ainda mantém algumas conquistas da época de transição socialista, como, por exemplo, economia planificada ainda em luta contra a lei do valor (conforme os ensinamentos do maior economista soviético, Eugênio Preobrajensky),  que é a lei das sociedades capitalistas, constituindo-se hoje uma espécie de capitalismo de Estado, motivo pelo qual o Vale do Silício e o Complexo Militar Industrial dos EUA, o coração do monstro imperialista norte-americano, mantêm uma certa desconfiança com relação ao Partido Comunista Chinês.
As metrópoles imperialistas e os países coloniais e semicoloniais empreenderam as chamadas “reformas da previdência”, aumentando a idade para a aposentadoria e suprimiram a quase totalidade dos direitos previdenciários, sendo que, em muitos casos, praticamente suprimiram a aposentadoria, como no caso do Brasil. É intrigante que agora os aposentados que sobreviveram às “reformas previdenciárias” estejam sob os ataques do vírus novo corona (Covid-19), apesar que ele não está matando apenas os idosos.
E muito importante:  não duvidamos que a indústria armamentista e a CIA sejam capazes de fazer qualquer coisa, principalmente ações terroristas, atrocidades, como assassinatos em massa, etc. etc.
Não queremos polemizar com os defensores da chamada  “Teoria da Conspiração”, mas sugerimos e recomendamos a leitura do artigo da Liga Bolchevique Internacionalista (LBI) em seu blog sobre a referida denúncia de Noam Chomsky.
Na II Guerra Mundial, os EUA emergiram como o imperialismo preponderante  e pujante e tiveram condições de reconstruir parte da Europa por meio do Plano Marshall (nome do Secretário de Estado, Georg Marshall, na época do presidente Franklin Delano Roosevelt; anteriormente os EUA tiveram a experiência do New Deal – Novo Acordo-, durante a Grande Depressão, em 1933/1937), principalmente por causa da traição do estalinismo, com os acordos de Teerã, Ialta, Potsdan, com a política de coexistência pacífica, de aliança com “imperialismos democráticos”, etc., que impediram que o Exército Vermelho e os trabalhadores da Europa ocidental, a exemplo do que fizeram os países do Leste Europeu, derrubassem e expropriassem suas burguesias na Alemanha inteira, França, Itália, Grécia, Turquia,  Holanda, Espanha, Portugal, etc.
Na atual crise, há uma combinação de três gravíssimos problemas do capitalismo: a crise econômica, a crise sanitária e a crise ambiental.
A crise ambiental faz com que o homem chegue ao limiar da sua existência na Terra, ou seja, a degradação do meio ambiente, com o derretimento das geleiras, destruição da Floresta Amazônica,  os bombardeios em massa, as experiências atômicas, etc. etc., colocam em risco a existência da espécie humana.
Por outro lado, o imperialismo chinês em ascensão não parece ter condições de jogar o papel que os EUA jogaram após a II Guerra Mundial, isto é, não parece ter condições de impulsionar a reconstrução capitalista do mundo, o que dá razão a Rosa Luxemburgo: Soacialismo ou Barbárie.
No Brasil
O governo golpista, representado pelo nazi-fascista Jair Bolsonaro, está boicotando os trabalhadores e o conjunto da população oprimida, colocando-se contra as medidas sanitárias defendidas pelos médicos e cientistas, atacando os governadores dos Estados da Federação brasileira e aos prefeitos que tentam enfrentar a pandemia.
O Congresso Nacional aprovou, por unanimidade, lei de amparo aos necessitados, concedendo pouco mais de meio salário mínimo e o nazista Bolsonaro demorou para sancionar a  referida lei e boicota sua implantação e execução. Já as medidas para socorrer os bancos são adotadas num piscar de olhos pelos golpistas. As medidas adotadas pelos golpistas, se implementadas, chegarão a 2% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto nos demais países as medidas giram em torno de 6% a 13% do PIB. Os próprios EUA estão injetando 2 trilhões de dólares na economia e fazendo pirataria com EPIs (equipamento de uso individual), como dizem os europeus, ou seja, os EUA estão roubando esses equipamentos nos portos e aeroportos. 
Parece que os golpistas brasileiros buscam aumentar ao máximo as mortes pelo Covid-19, impulsionando forças centrífugas no sentido da desintegração do Estado brasileiro, o qual, a exemplo, da ex-URSS, da ex-Iugoslávia, ex-Tchecoslováquia, poderá se partir em dois ou mais Estados: Norte/Nordeste e Centro-Oeste/Sudeste/Sul; ou ainda Norte/Nordeste/Centro-Oeste e Sudeste/Sul.

Há notícias da imprensa independente de que o General Braga Neto, ex-interventor do Rio de Janeiro e ministro da Casa Civil, num "acordão" com os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), tomou o poder, torando-se o "presidente operacional" do Brasil, "escanteando" o presidente Jair Bolsonaro, que, segundo dizem, tornou-se uma espécie de rainha da Inglaterra.

Com essa possibilidade de golpe militar (um golpe dentro do golpe) não podemos perder de vista a lição do falecido médico, historiador e dirigente do Partido Comunista Brasileiro, Leôncio Basbaum, em sua obra “História Sincera da República, de 1961 a 1967”, pág. 121, Editora Alfa-Omega, 1977, que continua atual:
 “Até há poucos anos, a segurança nacional era antes de tudo a segurança da pátria contra um possível inimigo externo. As manobras militares imaginam um inimigo vindo do exterior, por mar ou por terra e toda a estratégia de defesa era então revista, pelo menos teoricamente. Era uma estratégia defensiva. Mas nestes últimos anos, sobretudo depois que as personalidades civis e militares norte-americanas começaram a fazer conferência na ESG (Escola Superior de Guerra – Nota da TML), o conceito de “segurança nacional” se refere sobretudo a um inimigo interno”.

Essa é a doutrina da “Segurança Nacional”, elaborada pelo General Golbery do Couto e Silva, do “Grupo da Sorbonne” a dita “inteligentsia” do Exército, teoria essa baseada no nazista Hermann Goering, que trata o povo brasileiro como inimigo interno.
Assim sendo, é fundamental que seja formada uma frente única de luta dos partidos e das organizações operárias e do conjunto dos trabalhadores, como o PT, PCdoB, PSOL, PCO, PSTU, ´PCB,  CUT, INTERSINDICAL, CTB, CST-Conlutas, MST, MTST, UNE, UBES, etc. pela anulação das “Reformas Trabalhista e Previdenciária”; contra as “Reformas Administrativa e Tributária”; pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salário; escala movél de salário de acordo com os índices do DIEESE; Fora Bolsonaro e todos os golpistas!
Construir a Internacional comunista e operária
A realidade do mundo atual dá razão a Vladimir Lênin em sua polêmica com Karl Kautsky relativamente à questão do imperialismo. O alemão dizia que vivemos o super-imperialismo, semeando a ilusão de que poderíamos chegar ao socialismo de forma pacífica (como se o capitalismo pudesse cair de maduro ou de podre). O russo, ao contrário, como dissemos acima, caracterizava a nossa época como a época dos monopólios, da decadência do capitalismo, da reação em toda linha, do armamentismo, de guerras e revoluções, o que aponta para a construção do partido operário marxista revolucionário no Brasil e da Internacional comunista e operária, uma vez que o capitalismo não pode ser derrubado senão pela ação e associação revolucionária dos trabalhadores, para que seja instaurado o socialismo em nível mundial.

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