No último dia 23 os Estados Unidos tentaram malogradamente impor à Venezuela uma falsa "ajuda humanitária" como pretexto para intervir militarmente no país e derrubar o governo chavista. O presidente Nicolás Maduro ordenou fechasse todas as fronteiras e o povo saiu às ruas para se somar à resistência bolivariana contra a tentativa de invasão imperialista disfarçada de ação benemérita, decididos a defender o país contra a tentativa de golpe. Juan Guaidó que se auto-proclamou "presidente interino" da Venezuela sob costas quentes do imperialismo, encabeçou a operação buscando fazer com que as tropas das Forças Armadas Bolivarianas desertassem e passassem para o lado golpista, no que fracassou retumbantemente.
Os acontecimentos do sábado ultimo mostram que o imperialismo não pode deixar a Venezuela de fora de sua grande operação de golpe continental e tentará faze-lo mesmo que com alto custo político. O que vemos na Venezuela é uma clara tentativa de assalto ao país maior produtor de petróleo do mundo, com a colaboração da direita venezuelana cujas ações violentas contra o chavismo foram sempre notórias, embora todas muito bem ocultadas pela imprensa capitalista que busca propagar o governo Maduro como uma "ditadura". Atribuição esta tão ridícula quão cínica sobretudo no fato de que um indivíduo que se auto-declara presidente da república sem absolutamente nenhum voto, e que colabora diretamente com forças que querem invadir o país, inacreditavelmente transite livremente em território nacional sem ser preso.
Importante notar também a imobilidade das forças golpistas brasileiras, que apesar de propagar o capachismo aos norte-americanos e a disponibilidade do governo de servir como bucha de canhão na operação pró-imperialista, fizeram uma legítima operação "para norte-americano ver", mostrando que não podem assumir maiores riscos entrando em confronto com o país vizinho principalmente com um governo de crise, ilegítimo e imposto na fraude, como é o governo Bolsonaro. Outro fator que chama a atenção é a inação dos bolsonaristas que a um tempo atrás expulsaram venezuelanos que entraram em Roraima, e que ao contrário da extrema-direita colombiana, não mobilizou ninguém na fronteira. Isso mostra o recuo dos golpistas diante da resistência popular e que provoca um certo isolamento das ações do imperialismo, provando que só a resistência popular pode impor uma derrota a escalada golpista que busca envolver a America Latina numa grande operação de miséria e fome com vistas à pilhagem dos recursos naturais para a sobrevivência dos grandes monopólios.
O "dia D" proclamado pelo golpista venezuelano Guaidó, foi na verdade dia de derrota para as forças entreguistas e para a extrema-direita dos países que colaboram com o assalto ao povo. O desespero do imperialismo em derrubar o governo chavista mostra que a investida não tem volta, e que se forem derrotados, diante da crise, tendem a perder todos os demais governos golpistas da América Latina incluindo o Brasil, o que mostra a importância desta vitória para as forças populares da América do sul. Foi a vitória popular de apenas mais uma batalha das próximas que virão, e é imprescindível que os movimentos sociais do Brasil, a esquerda e o movimento operário se somem à defender a Venezuela ao lado de seu povo contra a intervenção militar norte-americana. Fora da Venezuela imperialismo!
Leonardo Silva
Goiânia
26/02/2019
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