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Do levante popular do dia 15 ao fiasco bolsonarista

*Por Leonardo Silva

O governo Bolsonaro, resultado do golpe de estado de 2016 seguido da maior fraude eleitoral do país após a queda da ditadura militar, sofreu um duro golpe com a mobilização protagonizada pelos trabalhadores da educação no último dia 15 de Maio. 

Em Goiânia, onde representando a TML estive presente ladeando os companheiros professores, servidores administrativos e estudantes, somamos à massa que formou uma das maiores mobilizações que a capital viu no último período. Os professores e servidores públicos também gritavam palavras de ordem contra o governo do latifundiário ex-dirigente da antiga UDR Ronaldo Caiado, que em uma dobradinha com o governo tucano anterior, executaram uma operação de calote nos salários de Dezembro de 2018 encontrando-se muitos funcionários ainda sem receber. 

Algumas direções sindicais antes mergulhadas em quase completa paralisia, percebendo a dimensão da pressão popular gritavam a palavra de ordem de "Fora Bolsonaro" estampada na nossa bandeira. Somando à nossa, vários manifestantes ostentavam cartazes pela liberdade do ex-presidente Lula mostrando que a medida que se aprofunda a crise do governo Bolsonaro e o povo reage, a situação da burguesia e do imperialismo ao manter Lula preso político vai ficando mais delicada. 
                 
Em escala nacional a mobilização do dia 15 pode ter levado no mínimo em torno de 1,5 milhão de pessoas, sendo o marco importante para impulsionar um período de ofensiva popular contra o governo que se caracteriza como uma verdadeira metralhadora giratória contra o povo, e uma séria ameaça para o país. Isso se mostra claramente com as declarações do presidente da república que, sempre que se vê ameaçado pela população busca mobilizar a sua matilha ultra-direitista, chamando os estudantes de "idiotas úteis".

Ao convocar os direitistas às ruas como reação ao movimento, Bolsonaro atirou contra o próprio pé e se mostrou mais enfraquecido do que supunha a princípio, sendo as manifestações do ultimo dia 26 um verdadeiro fracasso em termos correlação de forças. Na capital goianiense não se pode contar sequer um quarteirão de pessoas, levando em conta que o estado de Goiás e a região centro-oeste, apesar de ter sido palco de importantes mobilizações históricas de trabalhadores, se vê como tradicional curral eleitoral da direita e um dos pilares bolsonaristas importantes.

Pelo Brasil havia mais trios-elétricos por metro quadrado do que pessoas, raleadas em meio a bonecos gigantescos como o do Sérgio Moro, o "Super Conje", e caros guindastes hasteando bandeiras do Brasil, somando-se às parafernálias tradicionais do falso nacionalismo estelionatário de extrema-direita. Tudo mostrou finalmente que setores da burguesia como a FIESP, gastaram muito dinheiro em material e aliciamento sem resultado efetivo com a "mobilização espontânea".

 A pauta pela defesa da educação e contra os cortes que buscam destruir as universidades públicas são apenas a gota d'água que levou o povo às ruas, portanto não é um movimento isolado de todos os fatores políticos que se somam de maneira ascendente desde o golpe que derrubou o governo do PT. 

O povo já mostra desde as manifestações do carnaval que quer o fim do governo Bolsonaro e é preciso que as direções da esquerda (que parecem ter sido surpreendidas) se sintonizem com a tendência combativa das massas que neste momento vêem todos os seus direitos profundamente ameaçados. Por tanto não é factível que as reivindicações se limitem ao corte de verbas na educação, pois este é só um dos aspectos que fazem intolerável a permanência deste governo.

Neste dia 30 os estudantes convocados pela UNE novamente foram às ruas contra Bolsonaro, dando curso às mobilizações e é preciso reforçar o chamado à greve geral do dia 14, para que se leve às ruas o máximo de categorias de trabalhadores possível, organizadas e compacta, que coloque o movimento operário em plena ofensiva. As pautas vão desde a aposentadoria contra a destruição da previdência, pela liberdade do presidente Lula, defesa da educação pública e contra a entrega do país ao imperialismo se afunilando nas palavras de ordem "Fora Bolsonaro", por eleições gerais com Lula candidato já!

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