Os peronistas Alberto Fernandez e Cristina Kirchner venceram as eleições na Argentina com quase 12 milhões e 500 mil voltos (48,1% do total), derrotando o direitista Maurício Macri, aliado dos Estados Unidos e do Estado sionista e terrorista de Israel.
A derrota de Macri era esperada em razão das prévias das eleições, mas sobretudo pelo estado falimentar da economia argentina, a qual não tem perspectiva nos marcos do capitalismo.
A inflação da Argentina esteve em 22% no primeiro semestre do ano. O peso, sua moeda, perdeu 33,5% de seu valor. As reservas em dólar se deterioraram, vigorando a política do “dólar azul”, ou seja, o dólar paralelo. A economia argentina se contraiu 5,8% do primeiro trimestre de 2019, sendo 2,5% no ano passado, caracterizando-se hoje por falências e o temido calote por parte da banca internacional. Em 2018, 3 milhões de pessoas entraram na pobreza.
É uma tristeza muito grande, pois a Argentina, no começo da Século passado era a 10ª economia mais rica do mundo. O Metrô da Argentina foi inaugurado em 1º de dezembro de 1913, enquanto o de São Paulo em 1974, apenas para se ter a noção da avanço da economia argentina na época.
Mas isso tudo tem a ver com a fase da economia mundial hoje, a fase de decadência imperialista, dos monopólios, da reação em toda linha de nossa época de guerras e revoluções, ou mesmo situações pré-revolucionárias, como estamos assistindo hoje no Equador, Chile, Haiti, Catalunha, etc.
Mais do que nunca, o que está colocado é socialismo ou barbárie.
É necessário fazer um balanço do peronismo e do reformismo, para que a classe operária argentina tenha condições de superá-los, no seu caminho rumo ao poder operário, revolucionário e socialista.
O peronismo já governou várias vezes a Argentina, sem que tenha proporcionado aos trabalhadores uma perspectiva de emancipação, pelo contrário, o peronismo é uma tendência do nacionalismo burguês que semeia ilusões nos trabalhadores com a democracia burguesa (que mesmo nos países mais democráticos e avançados, não deixa de ser a ditadura do capital) e no reformismo, para melhor explorar. Os trabalhadores não podem em nenhum momento misturar suas bandeiras, suas palavras de ordem, com as bandeiras do peronismo, do nacionalismo burguês (ainda que tenham de empreender ações comuns, lutas com o mesmo, mas específicas e temporárias – golpear juntos, mas caminhar separados). Não podemos cometer os mesmos erros cometidos na Bolívia, em 1952, apoiando a ala esquerda no MNR (Movimento Nacionalista Revolucionário), na Nicarágua em 1979/1990, quando os sandinistas, liderados por Daniel Ortega, tomaram o poder e o dividiram com os empresários, liderados por Alfonso Robelo Callejas, apenas para exemplificar com exemplos mais próximos, e mesmo ao longo da história argentina, formando esse tipo de governo de frente popular, frente populista, ou seja, fazendo aliança com o nacionalismo burguês, porque tais frentes adquirem caráter estratégico, de longo prazo (e não tático e temporário), subordinando a classe operária à política capituladora do nacionalismo burguês ao imperialismo.
Os trabalhadores argentinos necessitam forjar uma frente única operária e revolucionária, delimitando-se do peronismo e do reformismo, superando o nacionalismo burguês com um combate sem tréguas contra o mesmo, denunciando suas limitações, principalmente a sua tendência a se submeter, capitular e a se aliar ao imperialismo.
Além disso, a classe trabalhadora argentina precisa superar a política reformista e eleitoreira da FIT (Frente de Esquerda dos Trabalhadores), duramente penalizada por causa do seu cretinismo parlamentar com pouco mais de 2% dos votos (2,16%).
Assim, está colocado para os trabalhadores argentinos a realização das tarefas democráticas, a expulsão do imperialismo, e a expropriação das fábricas, empresas, bancos, das universidades, escolas, empresas agrícolas, monopólio do comércio exterior, economia planificada, na perspectiva de um governo revolucionário dos trabalhadores, rumo ao socialismo, apontando para a formação de uma Federação de Estados Socialistas Sul-americanos, o que dará impulso à construção da Internacional operária e comunista e à Revolução proletária mundial.
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