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Equador, Chile, Haiti e Catalunha: os povos se levantam

© foto: Aton Chile

Ocorreram protestos no Equador contra o governo burguês de Lenín Moreno, da Alianza País, em razão da eliminação dos subsídios aos combustíveis, com o objetivo de conter o déficit fiscal equatoriano, visando um empréstimo de US$ de 4,2 bilhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o que na verdade se traduziu num brutal ataque às condições de vida dos trabalhadores e dos povos indígenas equatorianos, com o aumento em mais de 130% nos preços dos combustíveis,  os quais se sublevaram obrigando o presidente a abandonar Quito, a capital, e fugir para a cidade de Guaiaquil.

As marchas indígenas reuniram inicialmente, desde Catopachi, 30 mil pessoas, e chegaram a Quito aproximadamente 100 mil trabalhadores e indígenas.

A mobilização do povo equatoriano provocou a divisão no Exército e criou uma situação de duplo poder, com os trabalhadores e indígenas invadindo a Assembleia Nacional (o Congresso equatoriano) e exigindo a libertação de 350 detidos pelo governo burguês de Lenín Moreno, fato esse que provocou a fuga do presidente.

Embora não haja um partido operário revolucionário no Equador, é fundamental que a FUT (Central Sindical Equatoriana), dirigida por José Villancencio, e a CONAIE (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador), dirigida por Jaime Vargas, preparem-se para a tomada do poder, realizando as tarefas democráticas, instaurando um governo associado de trabalhadores, um governo revolucionário de operários e camponeses pobres, expropriando a burguesia equatoriana, as fábricas, as empresas, os bancos, as universidades, as escolas, o campo, o latifúndio, realizando a reforma e a revolução agrária, expulsando o imperialismo, instituindo o monopólio do comércio e estabelecendo uma economia planificada, rumo ao Socialismo.

O governo de Lenin Moreno revogou o Decreto 883, o chamado “Paquetazo”, que havia aumentado em mais de 130% os preços dos combustíveis no país, porém formou uma Comissão com as organizações populares, aproveitando-se da política de conciliação e colaboração de classes das mesmas, tentando cooptar referidas organizações.

Todavia, é necessário que a FUT e a CONAIE rompam com a burguesia e saiam da Comissão formada com o governo do presidente Lenín Moreno, superando a política de conciliação e colaboração de classes.

A situação revolucionária equatoriana poderá se constituir no início da Revolução proletária sul-americana: Romper com a burguesia! Todo poder à FUT e a CONAIE! Todo poder aos trabalhadores e camponeses pobres do Equador!

Chile
Apesar do toque de recolher e do Estado de exceção, o governo do pinochetista Sebastián Piñera foi obrigado a revogar o aumento das passagens de metrô, em razão da mobilização a caminho da greve geral dos trabalhadores chilenos.

Embora os líderes do Partido Socialista, Ricardo Lagos, e o do Partido Comunista, Guillermo Teillier, e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) apelem para o “diálogo”, levando a política de “Concertación” , de “pacto de transición” e “Frente Ampla”, ou seja, de conciliação e colaboração de classes, o movimento operário e popular deve defender a greve geral por prazo indeterminado e a formação de uma frente única das organizações operárias, camponesas e estudantis, na perspectiva de um governo revolucionário operário e camponês, rumo ao socialismo.

Haiti
Passados 15 anos da missão da ONU (que, como bem disse Lênin de sua antecessora, a Sociedade das Nações, “não passava de um covil de bandidos”.)  no Haiti, com os exércitos deixando o país, as manifestações tomaram as ruas da capital Porto Príncipe, exigindo a renúncia do presidente Jovenel Moïse.

Ao que tudo indica, a América Latina está entrando num período pré-revolucionário.

Catalunha
A Catalunha, que faz parte do Estado Espanhol, desde o dia 14 de outubro vem realizando mobilizações populares gigantescas, sendo que no dia 18 de outubro estourou um greve geral contra a condenação dos 9 líderes do movimento de independência de 2017, os quais foram condenados a 13 anos de prisão. O Estado Espanhol reprimiu duramente ao movimento, com 110 prisões.

A Tendência Marxista-Leninista defende que, pelo fato da Catalunha se constituir na região mais rica da Espanha, os marxistas revolucionários catalães devem defender a unidade, e não a separação do Estado Espanhol, todavia respeitamos o entendimento e a posição contrária à nossa, daqueles que defendem a separação, a independência, porque dialeticamente defendemos também o direito à autodeterminação dos povos.

Essas gigantescas mobilizações apontam para o aprofundamento da crise do regime capitalista e colocam na ordem do dia a bandeira da Revolução proletária e da Internacional comunista.

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