© foto: Nelson Almeida | *Por Leonardo Silva
Apenas 4 dias de governo Lula já foram suficientes para
analisar que, muito ao contrário do que imagina a maior parte da esquerda, não
indica a "volta à normalidade" seja lá o que significa isso. As
contradições no ministério indicado e (ou) nomeado pelo presidente revelam
aquilo que a TML avaliou no primeiro semestre do findado ano, desde a indicação
de Alckmin como vice até os prognósticos após primeiro turno, ou seja, a
desidratação do programa popular contra os principais ataques perpetrados pelo
golpe de 2016 e a consequente anulação deste programa promovida pela
"Frente Ampla" com os golpistas.
O quadro se materializou na indicação dos ministérios e nas primeiras ações e
declarações de alguns desses nomes que passam desde partidos burgueses como
PSB, PDT, União Brasil (antigo PFL/DEM) e MDB, passando pela ala direita do PT
até a esquerda pequeno-burguesa no PSOL. As organizações populares lotaram a
posse de Lula, apesar de toda ausência do esforço das direções e a tentativa de
desmobilização sob pretexto da segurança, mil obstáculos de acesso à esplanada
com revista e tapumes no percurso do cortejo. Nada impediu o recado das ruas de
um país polarizado na expectativa de ver derrotado a agenda do golpe de estado
de 2016, golpe esse muito bem mencionado pelo presidente Lula no parlatório do
Planalto.
Leia mais:
Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin
Revolução Russa completa 105 anos
Reformismo eleitoreiro só leva à derrota
Lula, sem Alckmin, por uma Frente Única dos Trabalhadores
Capitalismo indo a pique
Contudo as maiores contradições para os objetivos populares e para os compromissos assumidos pelo presidente estão na formação dos ministérios, segundo a perspectiva da “Frente Ampla” e pela "governabilidade" e quando se questiona a governabilidade em um dos congressos mais direitistas que esse país já presenciou, a esquerda média culpa o povo e não questiona o sistema eleitoral que privilegia os currais eleitorais loteados pelas burguesias regionais bolsonarizadas.
O discurso de Lula em sua posse reafirmando os compromissos de campanha, bem como os decretos de interrupção às privarias anexo ao “revogaço” causou profunda contrariedade expressa pela imprensa capitalista, mas seguiu-se nas últimas horas por uma série de "respostas" vindas do ministério em posse. O ministro da justiça Flávio Dino (PSB-BA), que sempre foi um braço externo do PSDB, já tinha fechado o ano tentando nomear um lavajatista para a direção da PRF e um carniceiro do Carandiru para as políticas penais. O novo presidente da Petrobrás Jean Paul Prates, um burguês tradicional serviçal das 7 irmãs petroleiras do imperialismo cuja indicação é direcionada aos acionistas saqueadores do país e totalmente contrária ao programa de governo eleito, declarou que o governo não alterará a Política de Paridade Internacional (PPI).
Prates tem o apoio da direção pelega da Federação Única dos Petroleiros (FUP), e a única oposição veio da Associação de Engenheiros da Petrobras que denunciou a ficha entreguista do novo presidente da estatal repudiando sua nomeação. Ao mesmo tempo, o ministro da Casa Civil Rui Costa (PT-BA), declarou que não haverá alteração da Reforma/destruição da Previdência, e a ruralista golpista Simone Tebet (MDB-MS), loteada no Ministério do Planejamento, fez um longo discurso sobre "responsabilidade fiscal".
Na ala pseudo-esquerdista do ministério está PSOL é REDE com o identitarismo cuja função é a distração, a perfumaria que tira o foco das lutas objetivas pelo interesse do povo, todas com relações com o Imperialismo como Marina Silva, apoiadora de Aécio Neves e o Golpe de 2016 e o novo ministério dos Povos Originários dirigido por Sônia Bone de Sousa Santos (Sônia Guajajara), uma das figuras mais promovidas pela imprensa capitalista internacional.
Sob o comando das ONGs financiada pelos instrumentos da CIA, essa ala que também atuou no Golpe de 2016 travará toda possibilidade de um programa soberano de desenvolvimento nacional a pretexto da ecologia nos moldes impostos pelo imperialismo de olho dos recursos naturais da Amazônia.
Diante desse quadro, o bolsonarismo seguirá atuando não somente através da matilha de rua que se acampa nos QGs, mas na economia sob influência do baixo-clero da burguesia a começar pelos postos de combustíveis que já aplicam um tarifaço sob os produtos buscando agravar a inflação.
Não há perspectiva de mudança sob esse quadro enquanto as bases que elegeram Lula não estiverem mobilizadas num programa que proponha a Ruptura com a Frente Ampla com os golpistas e construção de uma Frente Única dos Trabalhadores. O quadro ministerial como se encontra não poderá se manter sem crises e Lula não poderá contar com o congresso em nada que altere minimamente o regime e a manutenção institucionalizada do Golpe de 2016.
A manutenção institucionalizada do Golpe de 2016 é não somente um risco para o novo governo como é a desmoralização que causará o fortalecimento da extrema-direita, como vem ocorrendo nos países onde a esquerda tem fracassado, como Chile, Bolívia e Argentina. A extrema-direita não será contida pela repressão estatal, porque ela é um fenômeno que está entranhado no próprio regime com o qual é preciso romper: O golpe, e isso só é possível através da mobilização das massas por um governo dos Trabalhadores.
Leonardo Silva é professor.
Goiânia, 5 de janeiro de 2023
*Este espaço é aberto à manifestação democrática dos movimentos operário e popular.
Leia mais:
Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin
Revolução Russa completa 105 anos
Reformismo eleitoreiro só leva à derrota
Lula, sem Alckmin, por uma Frente Única dos Trabalhadores
Capitalismo indo a pique
Contudo as maiores contradições para os objetivos populares e para os compromissos assumidos pelo presidente estão na formação dos ministérios, segundo a perspectiva da “Frente Ampla” e pela "governabilidade" e quando se questiona a governabilidade em um dos congressos mais direitistas que esse país já presenciou, a esquerda média culpa o povo e não questiona o sistema eleitoral que privilegia os currais eleitorais loteados pelas burguesias regionais bolsonarizadas.
O discurso de Lula em sua posse reafirmando os compromissos de campanha, bem como os decretos de interrupção às privarias anexo ao “revogaço” causou profunda contrariedade expressa pela imprensa capitalista, mas seguiu-se nas últimas horas por uma série de "respostas" vindas do ministério em posse. O ministro da justiça Flávio Dino (PSB-BA), que sempre foi um braço externo do PSDB, já tinha fechado o ano tentando nomear um lavajatista para a direção da PRF e um carniceiro do Carandiru para as políticas penais. O novo presidente da Petrobrás Jean Paul Prates, um burguês tradicional serviçal das 7 irmãs petroleiras do imperialismo cuja indicação é direcionada aos acionistas saqueadores do país e totalmente contrária ao programa de governo eleito, declarou que o governo não alterará a Política de Paridade Internacional (PPI).
Prates tem o apoio da direção pelega da Federação Única dos Petroleiros (FUP), e a única oposição veio da Associação de Engenheiros da Petrobras que denunciou a ficha entreguista do novo presidente da estatal repudiando sua nomeação. Ao mesmo tempo, o ministro da Casa Civil Rui Costa (PT-BA), declarou que não haverá alteração da Reforma/destruição da Previdência, e a ruralista golpista Simone Tebet (MDB-MS), loteada no Ministério do Planejamento, fez um longo discurso sobre "responsabilidade fiscal".
Na ala pseudo-esquerdista do ministério está PSOL é REDE com o identitarismo cuja função é a distração, a perfumaria que tira o foco das lutas objetivas pelo interesse do povo, todas com relações com o Imperialismo como Marina Silva, apoiadora de Aécio Neves e o Golpe de 2016 e o novo ministério dos Povos Originários dirigido por Sônia Bone de Sousa Santos (Sônia Guajajara), uma das figuras mais promovidas pela imprensa capitalista internacional.
Sob o comando das ONGs financiada pelos instrumentos da CIA, essa ala que também atuou no Golpe de 2016 travará toda possibilidade de um programa soberano de desenvolvimento nacional a pretexto da ecologia nos moldes impostos pelo imperialismo de olho dos recursos naturais da Amazônia.
Diante desse quadro, o bolsonarismo seguirá atuando não somente através da matilha de rua que se acampa nos QGs, mas na economia sob influência do baixo-clero da burguesia a começar pelos postos de combustíveis que já aplicam um tarifaço sob os produtos buscando agravar a inflação.
Não há perspectiva de mudança sob esse quadro enquanto as bases que elegeram Lula não estiverem mobilizadas num programa que proponha a Ruptura com a Frente Ampla com os golpistas e construção de uma Frente Única dos Trabalhadores. O quadro ministerial como se encontra não poderá se manter sem crises e Lula não poderá contar com o congresso em nada que altere minimamente o regime e a manutenção institucionalizada do Golpe de 2016.
A manutenção institucionalizada do Golpe de 2016 é não somente um risco para o novo governo como é a desmoralização que causará o fortalecimento da extrema-direita, como vem ocorrendo nos países onde a esquerda tem fracassado, como Chile, Bolívia e Argentina. A extrema-direita não será contida pela repressão estatal, porque ela é um fenômeno que está entranhado no próprio regime com o qual é preciso romper: O golpe, e isso só é possível através da mobilização das massas por um governo dos Trabalhadores.
Leonardo Silva é professor.
Goiânia, 5 de janeiro de 2023
*Este espaço é aberto à manifestação democrática dos movimentos operário e popular.
Comentários
Postar um comentário