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O capital deve pagar pela crise econômica

*Texto encaminhado pelo companheiro PAUL BALARD DA SILVA da tendência quarta – internacionalista, SOCIALISMO REVOLUCIONÁRIO, que rompeu com  a Liga Comunista. Esta tendência defende a Teoria da Revolução Permanente de Leon Trotski; defende a frente única anti-imperialista- FUA (Teses do Oriente do IV Congresso da III Internacional) nos estados atrasados,  nas colônias e semi-colônias; coloca-se pela defesa dos Estados Operários ainda existentes, Cuba e Coréia do Norte (contra o Shachtmanismo, “nem imperialismo, nem Estados operários”); defendemos que os ex-estados operários, Rússia e China, forma o Bloco capitalista eurásico, mas ainda não são países imperialista, principalmente porque neles não prepondera a exportação de capitais, como nos países imperialistas; coloca-se contra o ataque imperialista à Líbia de Kadafi, a Síria de Assad, e contra ataque  imperialista nazi-fascista na Ucrânia, na República Popular de Donest e Donbass; defende a independência da Criméia, da Catalúnia , da Irlanda da Escócia; defente a frente única operária nos estados avançados, como a Inglaterra, França e Alemanha;  defende a causa de emancipação palestina, pela destruição do Estado sionista terrorista de Israel, pela formação de um único Estado, o Estado palestino socialista, para o povo palestino e judeu; e ainda a reconstrução da Quarta-Internacional.  A ruptura com a LC se deveu à indiferença “à luta que se desenvolve no seio das organizações reformistas como se pudéssemos conquistar as massas sem intervir na sua luta diária!, ou seja, à indiferença com relação ao Partido dos Trabalhadores (PT). Dada a gravidade da situação política nacional e o ritmo acelerado da luta de classe, com a ameaça de golpismo, como numa situação de guerra civil, não havia tempo para levarmos uma luta de tendência na LC, a qual manteve os prejuízos de sua origem, ou seja, a Liga Bolchevique Internacionalista – LBI, isto é, a sua incapacidade de se inserir no seio do movimento operário e popular, por isso julgamos que não havia tempo a perder nesta conjuntura de ameaça de golpismo e de supressão das conquistas históricas da classe trabalhadora brasileira (se a conjuntura fosse outra, haveria tempo para a discussão), mas neste momento as questões táticas se aproximam das estratégicas, cobram e adquirem relevância estratégica. Quem não procurar o caminho das massas ficará que nem a LBI, em franca extinção.  A ruptura implicou em duas tendências. Uma defendida pelo companheiro Erwin Wolf, por ser militante do PT, prefere desenvolver um trabalho do interior desse partido, e lutar pela formação de uma Tendência Socialista Operária. A outra posição é a defendida por mim, que defendo a frente única com o PT, sem no entanto integrar os seus quadros, e a CUT (nesta Central atuamos normalmente, pela sua vocação de ser uma central única). Independente das diferenças políticas, Socialismo Revolucionário mantém relações fraternais com o companheiro Erwin Wolf e o PT.  O nome de nossa corrente, Socialismo Revolucionário, é uma homenagem ao camarada Nicolás, uruguaio, militante da organização homônima Oriental, que militou conosco na época da ditadura, no PT da Lapa, da Rua Catão, fazendo pafletagem nas fábricas da região. Na época, convivíamos com diversos camaradas estrangeiros, a maioria argentinos, e somente Nicolás insistia, colocando em risco sua própria vida, em fazer panfletagem, pois caso fosse preso, seria deportado imediatamente para o Uruguai e provavelmente seria executado pela ditadura militar uruguaia. Em breve lançaremos nosso Boletim mensal “No caminho das massas”.


O CAPITAL DEVE PAGAR PELA CRISE ECONÔMICA

O capitalismo vive uma crise, que ameaça até deflagração da III Guerra Mundial, com o choque entre o imperialismo do EUA e da União Europeia contra o Bloco eurásico, Rússia e China. Esta colocada mais do que nunca a questão do socialismo ou barbárie.

No Brasil, a burguesia ataca a classe trabalhadora, por meio do pacote do ministro Levy, ou seja, terceirização, redução do seguro-desemprego, redução de pensão, fim do FIES, desindustrialização, etc, visando obter superávit primário para pagamento dos banqueiros internacional, o capital financeiro, em razão da queda da taxa de lucro, pois a crise capitalista é de super-produção, como vemos no ABC, os pátios estão abarrotados de carros, que não são vendidos. Daí o “lay-out”, suspensão do contrato de trabalho com pagamento de parte dos salários com os recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), PDVs (Programa de Demissão Voluntária) e demissões.

Nesse tipo de conjuntura, o capital financeiro, ao contrário, obtém lucros astronômicos. Na Alemanha, derrotada na I Guerra Mundial, durante a crise do Ruhr, o capitalismo alemão, com a desvalorização do marco, pagava os impostos de guerra para França com marco desvalorizado, enquanto isso aproveitava para obter grandes lucros e comprar cada vez mais empresas, aumentando a concentração de capital, que propiciou a acumulação para o desenvolvimento do retardatário imperialismo germânico, assentando as base para o surgimento do nazismo, que deu origem à II Guerra Mundial.

A mesma coisa esta acontecendo hoje com o Brasil, conforme dados econômicos objtidos na imprensa burguesa:

“Como sempre, a conta é espetada no lombo dos trabalhadores.

Coincidência ou não, na época somos informados dos resultados dos principais bancos do país. O Itaú Unibanco registrou lucro líquido de R$ 5,733 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O ganho é recorde para o período levando em conta o resultado dos bancos brasileiros, segundo a consultoria Economática. Um pouco ante, o Bradesco anunciou ter fechado o primeiro trimestre de 2015 com lucro líquido de R$ 4,244 bilhões, 6,3% acima do resultado do quarto trimestre de 2014 e 23,3% maior que o mesmo período do ano passado.

Os trabalhadores penam, a indústria resmunga, o comércio reclama. Já o capital financeiro comemora. Será que é tão difícil saber de onde tirar ?  (“Onde mora o perigo”, Ricardo Melo, Folha de S. Paulo (12/5/2015)”

O pacote de maldades do ministro Levy objetiva conseguir 18 bilhões de reais em cima dos trabalhadores e da maioria oprimida nacional. Todavia, o Brasil não tributa dividendos e não tem imposto sobre grandes fortunas (esta na Constituição Federal, mas não foi regulamentado). Nos Estados Unidos, este imposto é de 20% a 40%; na Inglaterra de Margareth Tchatcher era de 38%. O imposto sobre herança no Brasil é de 3%, enquanto no Chile, paraíso neo-liberal, é de 12%. Economistas fazem cálculos de que se o Brasil tivesse imposto sobre grandes fortunas, taxando apenas 5%, conseguiria 90 bilhões de reais, quantia bem superior aos 18 bilhões que Levy quer retirar do sangue e suor dos trabalhadores.

Assim, nesta cojuntura, o PT , a CUT, as demais centrais, o MST, MTST e demais movimentos populares devem lutar contra a terceirização; por estabilidade no emprego; escala móvel de salários, ou seja, reajuste salarial de acordo com  inflação; redução da jornada de trabalho, sem redução de salário; organizar comissão de fábrica e deflagrar  greve com ocupação, nas empresas que demitirem; tudo isso combinado com a luta contra a direito, o golpismo, o fascismo e o marcatismo.

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