A General Motors, por meio de comunicado de seu presidente Carlos Zarlenga, anunciou a possibilidade do fechamento das fábricas na América do Sul, isto é, na Argentina e no Brasil, na cidade de São Caetano do Sul, no ABC paulista, e São José dos Campos, em razão do anúncio dos resultados de 2018 aos acionistas, pela presidente global da empresa, Mary Barra, a qual disse que “Não vamos continuar investindo para perder dinheiro.”
Contraditoriamente, os operários metalúrgicos da GM de São Caetano dizem que:
“mais um jeito de nos pressionar. Acabaram de investir R$ 1,2 bilhão, há projetos garantidos até 2021. Eles querem dar desculpas antecipadas do facão que terá neste ano. Acreditamos que nem na crise ela não teve prejuízo. Pelo contrário.” (Diário do Grande ABC, 19/1/19).
Ainda segundo o referido jornal:
“O cenário se dá em momento em que a fábrica está prestes a receber novo modelo na linha de produção, de onde saem hoje Onix Joy, Montana, Cobalt e Spin. O mercado especula a produção do SUV compacto Tracker, hoje importado do México. A novidade é fruto do processo de ampliação e modernização da fábrica, para a qual está sendo investido R$ 1,2 bilhão. O aporte faz parte do pacote de R$ 13 bilhões injetados no País entre 2014 e 2020, conforme anunciado em 2017.”
Vê-se claramente que trata-se de uma estratégia da GM com o objetivo de explorar ainda mais aos operários e preparar demissões. Tanto é verdade que o burocrata e pelego presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, confessou que fez acordo traidor:
“No acordo coletivo de dois anos atrás já flexibilizamos o adicional noturno e o banco de horas, então é difícil saber o que temos ainda para contribuir. Agora, vamos esperar a primeira reunião com eles (GM), que deve acontecer na terça-feira em São José dos Campos.” (idem).
Infelizmente, as diretorias dos Sindicatos dos Metalúrgicos tanto de São Caetano, como de São José dos Campos, costumam fazer acordos traidores com a GM, prejudicando aos trabalhadores.
Assim, é fundamental que os metalúrgicos rompam com a política de conciliação e de colaboração de classes das direções dos respectivos sindicatos.
O que está colocado é a luta de classes contra os patrões, contra a burguesia nacional e imperialista das montadoras imperialistas. A burguesia nacional e o imperialismo não querem nem saber: tentam jogar o ônus da crise nas costas dos trabalhadores e camponeses, jovens e estudantes e da maioria oprimida nacional. Elevam os juros bancários lá em cima, arrocham os salários, despedem os trabalhadores, praticam o genocídio da população jovem, pobre e negra das periferias das cidades, dos camponeses, dos povos quilombolas, dos povos indígenas, por meio da Polícia Militar, das Forças Armadas e dos seus jagunços. Derrubaram uma presidenta eleita democraticamente, instalando um estado de exceção, fraudaram as eleições e colocaram no poder o fascista Jair Bolsonaro.
É necessário ter ousadia e resolução no sentido de impulsionar a luta dos trabalhadores, organizando um oposição sindical classista na categoria metalúrgica de todo o ABC e em São José dos Campos, exigindo a convocação de uma Assembleia dos operários da GM, tanto em São Caetano, como em São José dos Campos, para que seja deliberada a greve com ocupação das fábricas da GM contra a chantagem do fechamento da empresa e das demissões.
“As greves, com ocupação de fábricas, escapam aos limites do regime capitalista normal. Independentemente das reivindicações dos grevistas, a ocupação temporária das empresas golpeia no cerne a propriedade capitalista. Toda greve com ocupação coloca na prática a questão de saber quem é o dono da fábrica: o capitalista ou os operários.” (Leon Trotsky).
- Por uma Assembleia dos metalúrgicos da GM em São Caetano do Sul e São José dos Campos!
- Não às demissões!
- Greve com ocupação das fábricas da GM!
- Abaixo o fascismo!
- Fora todos os golpistas!
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