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A alternativa é a independência de classe


A crise do sistema capitalista aprofunda-se de uma maneira impressionante sem precedentes, alastrando-se para todo o planeta, combinando a crise econômica com as crises sanitária e ambiental, chegando ao limiar de colocar em risco a própria existência do homem na Terra.

Nos Estados Unidos, a maior potência imperialista do mundo, sequer consegue manter a democracia formal burguesa (que, como sabemos, não passa da ditadura do capital), como demonstrou o assalto ao Capitólio das ordas nazistas de Donald Trump. Além disso, os yankees foram incapazes, como de resto a burguesia mundial, de combater a Pandemia, com quase 500 mil mortes.

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Isso inviabilizou a permanência do fascista Trump, sendo substituído pela outra ala do imperialismo, a dos Democratas, liderados por Joe Biden, que deverá da seguimento à  tradição de intervenções armadas e opressão dos povos.

Na Europa, o quadro é bastante semelhante. Cumpre salientar, o caso da França, que mesmo com longa tradição de seus laboratórios, foi incapaz de produzir uma vacina contra o Coronavírus, em razão de seus investimentos hoje serem direcionados para produção de armamentos.

Enquanto isso, no Brasil, a crise adquire proporções gigantescas. No País, hoje, estamos chegando a  16% de desempregados, ou seja, 33 milhões de desempregados, mas provavelmente, se considerarmos o sub-emprego, trabalho “intermitente”, os “bicos”, etc., esse número ultrapassa os 40 milhões de desempregados. Além disso, a Covid-19 matou mais de 231 mil brasil, sendo que mais de 1.000 pessoas estão morrendo diariamente. 

A economia recuou 5% (“mercado financeiro” fala em 5,95%),  enquanto a inflação está voltando com toda força.  A gasolina e o gás de cozinha sobem praticamente todo dia.

Paralelamente, há o genocídio da população pobre e negra da periferia das cidades, notabilizando-se a cidade do Rio de Janeiro, combinado com o encarceramento em massa da população.

O desmatamento e queimada do Pantanal, Cerrado e da Floresta Amazônica seguem implementados pelo governo golpista, sendo que tais ecossistemas correm o risco de se tornarem desertos.

Por outro lado, o movimento dos trabalhadores encontra-se com enorme dificuldade de desenvolver e generalizar as suas lutas devido à maioria das direções burocráticas e pelegas dos sindicatos e centrais sindicais e dos partidos operários e populares, como PT, PSOL, PCdoB, etc., os quais impõem a sua política de conciliação e colaboração de classes, apesar da luta empírica das próprias massas e da combatividade das frações e tendências classistas bastante minoritárias no seio do movimento de massas, como, por exemplo, ocorreu recentemente com a heroica greve dos Correios que durou 35 dias.

Assim, tem preponderado a política de conciliação e colaboração de classes da maioria das direções burocráticas e pelegas, as quais sistematicamente boicotam a luta dos trabalhadores, como, por exemplo, acontece com a bandeira da greve geral, que sempre é substituída por “paralisação de 1 dia”, para servir apenas de válvula de escape do descontentamento dos trabalhadores e como manobra para conter o movimento. Ou boicotam de outras formas, como agora, na luta dos trabalhadores da Ford, recusam-se a ocupar as fábricas para lutar pelos empregos e pelos direitos dos trabalhadores.

Essa política é ditada pelo programa de conciliação e colaboração de classes da maioria das direções do PT, PSOL, PCdoB, os quais estão fazendo frente com os golpistas no Congresso Nacional, subordinando a luta dos trabalhadores aos interesses da burguesia, dando sustentação ao fascista Bolsonaro, a troco de cargos no parlamento, como ficou claro nas últimas eleições das Mesas no Congresso Nacional (Senado Federal e Câmara dos Deputados).

A experiência do movimento dos trabalhadores coloca a necessidade da luta pela independência de classe, como ocorreu na luta contra o golpe de 64, quando o movimento dos trabalhadores passou por cima do regime militar, estruturado por meio da ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e MDB (Movimento Democrático Brasileiro), os quais davam sustentação ao regime dos generais.

Somente após o movimento dos trabalhadores trilhar o caminho classista, de independência de classe (independente da burguesia, sem conciliação e sem colaboração de classes) através das lutas das Oposições Sindicais, como a luta da Oposição Metalúrgica de São Paulo e muitas outras, varrendo a pelegada dos sindicatos, a luta dos metalúrgicos do ABC paulista, onde protagonizaram greves gigantescas, que se espalharam pelo Brasil inteiro, abalando a ditadura militar e proporcionando a sua superação.

Essa experiência acima precisa ser retomada de forma urgente, para que sejam superadas as direções burocráticas e pelegas do movimento dos trabalhadores, havendo a necessidade de ser forjada uma frente única dos trabalhadores, sendo esta a nossa principal bandeira para essa superação, para que o conjunto dos trabalhadores tenha condições de impor na prática a unidade da classe de forma independente da burguesia e de seus colaboradores e conciliadores, para expulsar esses pelegos e burocratas da direção do movimento de massas.

Assim sendo, a TML defende, de forma intransigente, a frente única dos trabalhadores, dirigindo-se diretamente aos dirigentes minoritários e às bases classistas e revolucionárias dos partidos operários e das organizações de massas, como o PT, PCdoB, PCO, PSTU, PCB, CUT, CTB, INTERSINDICAL, Força Sindical, CSP-Conlutas, UNE, UEEs, MST, MTST, etc, pelas bandeiras da escala móvel de salários, de acordo com os índices do DIEESE; redução da jornada de trabalho, sem redução de salários; anulação das “Reformas Trabalhista e Previdenciária”; contra a “Reforma Administrativa”; fim do desmatamento e queimadas do Pantanal, Cerrado e da Floresta Amazônica; desmantelamento do aparato repressivo; fim do encarceramento em massa da população; Fora Bolsonaro e todos os golpistas!;  na perspectiva de um governo operário e camponês, rumo ao Socialismo.

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