Os Estados Unidos além das escaramuças com a China em razão do mar do Sul da China, agora, com certeza, estão por trás da “forte desvalorização nos preços” e da “suspensão dos negócios de mais da metade dos papéis das empresas negociadas nas Bolsas de Xangai e de Shezen.” (Tonni Sciarretta e Raquel Landim, Folha de S. Paulo, 9/7), provocando pânico e falando em “estouro de Bolha”, fazendo com que “O índice CSI 300, que mede os papéis mais negociados em Xangai e Shezen, teve baixa de 6,8%, enquanto o índice geral de Xangai recuou 5,9%.” (Idem), como fizera recentemente com as sanções à Rússia, provocando a queda do rublo em 20%, em um só dia.
Prosseguindo, a matéria da Folha, informa que:
“A queda reforçou dúvidas sobre o rumo da segunda maior economia do mundo e principal destino das exportações brasileiras, fazendo o dólar fechar nesta quarta (8) em alta sobre o real, para o maior valor desde março.
DÓLAR SOBE
O avanço, porém, foi amenizado pela ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos).
O documento indicou que a autoridade americana precisa ver mais sinais de fortalecimento da economia antes de elevar os juros naquele país. Hoje a taxa está entre zero e 0,25%. Inicialmente, previa-se uma elevação da taxa em junho, mas o crescimento menos vigoroso da economia americana tem adiado a decisão.
O Fed mostrou preocupação com a crise na Grécia e com a derrocada nos mercados de ações na China na ata de sua última reunião.
O dólar à vista, referência no mercado no mercado financeiro, fechou em R$ 3,229 na venda – o maior valor desde 30 de março, quando a moeda americana valia R$ 3,246.”
Informa ainda o artigo que: “Para conter a desvalorização, a China acelerou o programa de compra de ações, ampliando US$ 19 bilhões para US$ 42 bilhões o capital de um fundo de emergência.
Também suspendeu as ofertas iniciais de ações e limitou operações especulativas que apostam na queda dos ativos.
O Banco Central criou linhas adicionais para que os investidores cumpram as exigências de garantia pedidas pela Bolsa. Na semana passada, alguns bancos limitaram esse crédito, o que também abalou a Bolsa.”
De certo modo, os especialistas confessam expressamente a ação política, o caráter político do ataque dos Estados Unidos ao dizerem que “a crise independe do desempenho da economia(...).”: “Para especialistas, a crise no mercado independe do desempenho da economia, que vem desacelerando nos últimos anos – o PIB de 2014 foi o mais fraco em 24 anos.”
Hoje, dia 10 de julho, no Sítio da Folha de S. Paulo, há a informação de que: “As bolsas chinesas fecharam em alta pelo segundo dia seguido nesta sexta-feira (10), após enfrentarem os principais mercados mundiais.
Contribuiu para um maior otimismo nos mercados asiáticos a apresentação da proposta grega com novo plano de reformas, aumentando as esperanças de um acordo no fim de semana, durante encontro dos líderes europeus.”
Também hoje foi noticiado que foram propostas “ações coletivas” nos Estados Unidos contra a Petrobrás. É mais um ataque dos EUA ao Brasil, agora utilizando também o judiciário yankee, fazendo parte da estratégia golpista do imperialismo americano, do falcão Obama, que já vem utilizando o poder judiciário brasileiro e o Tribunal de Contas da União, o PSDB, PMDB, DEM, etc., visando um “impeachment” ou preparando um terreno para um golpe militar contra Dilma e Partido dos Trabalhadores (a “administração” do falcão Obama tem patrocinado um média de 1 golpe por ano: Honduras, Paraguai, Líbia, Egito, Síria, Ucránia, Argentina, Venezuela e Brasil). O objetivo é o mesmo que no Iraque e na Líbia: apoderar-se da Petrobrás e dos poços de petróleos brasileiros e escravizar o nosso povo. É mole ou quer mais!
Do monstro imperialista yankee só notícia ruim, a única exceção foi o fato do Estado da Carolina do Sul ter retirado a bandeira confederada do parlamento, por ser um símbolo da escravidão do povo negro norte-americano. Exceção que confirma a regra.
Por outro lado, a União Europeia parceira dos Estados Unidos, ataca a Grécia com a política de “austeridade”, por meio de Ângela Merkel, da Alemanha, e François Holland, da França, sendo que o povo grego votou contra essa política no plebiscito recentemente realizado. O Syriza, do primeiro ministro Alexis Tsipras, é um partido pequeno-burguês, que suscita muita admiração da esquerda pequeno-burguesa brasileira, mas que não tem uma política de independência de classe, sendo certo que não existe um terceira via. Tanto a Coligação da Esquerda Radical (Syriza), como o Partido Comunista grego (KKE), levam um política de colaboração de classes. Prova disso é o noticiado acima sobre a “apresentação da proposta grega com novo plano de reformas, aumentando as esperanças de um acordo no fim de semana, durante encontro dos líderes europeus.” Nós, internacionalistas, não devemos ter ilusões nesses partidos (inclusive o similar espanhol, o Podemos). É preciso deixar claro que não há saída para Grécia e nem para a Europa sob o capitalismo. Não há que se temer a ruptura com a União Europeia. Foda-se o capitalismo grego, europeu e mundial. Somente a formação de um partido operário marxista revolucionário grego, dotado de um programa que defenda a expropriação dos bancos, das fábricas e do campo, o monopólio do comércio exterior, economia planificada, poderá implantar um governo operário e dos trabalhadores, transformando a Grécia em socialista e impulsionando a reconstrução da IV Internacional e a revolução europeia no sentido da formação dos Estados Unidos da Socialistas da Europa. Essa é a única saída, ou seja, socialismo ou barbárie.
Além disso tudo, agravando ainda mais a conjuntura internacional e o confronto entre o Blocos dos EUA/EU e o Bloco eurásico (Rússia e China), os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) criaram o seu Banco, com aproximadamente 100 bilhões de dólares, em reunião que está sendo realizada na Rússia, que passará a funcionar no ano que vem, para se protegerem dos ataques dos Estados Unidos e União Europeia. Esse fato coloca em xeque a hegemonia do dólar, abrindo a possibilidade dos falcões da Casa Branca, apoiados pela indústria armamentista americana, sejam capazes de deflagrar a III Guerra Mundial, ampliando os conflitos na Ucrânia, Síria e todo o Oriente Médio.
Ainda, a situação é tão dramática, que a Alemanha de Ângela Merkel não sabe bem que lado ficar, pois ao mesmo tempo que pressiona a Grécia, juntamente com o francês François Holland, flerta com a China e a Rússia, sugerindo que os Brics ajudem/socorram a Grécia. De certo modo a indecisão de Merkel tem a ver com o fato de que a Alemanha, embora seja imperialista, está ocupada pelas tropas da OTAN, baseadas em seu território desde a sua derrota na II Guerra Mundial.
A Nova Guerra Fria a cada dia que passa pega mais fogo, isto é, a luta entre o imperialismo dos EUA e da União Europeia e o Bloco Eurásico, Rússia e China, formado por ex-estados operários, que ainda não são país imperialistas, por não terem como atividade preponderante a exportação de capitais, mas que em todo caso adquiriram melhores condições materiais e militares de concorrerem com os países imperialistas, em razão de terem realizados as chamadas tarefas democráticas, ou seja, reforma e revolução agrária e independência nacional, expulsão do imperialismo, tarefas essas que se faz somente por meio de revolução, como a inglesa, americana (Guerra de Secessão), francesa, russa, chinesa, etc.
O capitalismo vive uma crise, que ameaça até deflagração da III Guerra Mundial, com o choque entre o imperialismo do EUA e da União Europeia contra o Bloco eurásico, Rússia e China. É uma Nova Guerra Fria.
Neste momento o Bloco Eurásico joga um papel progressivo, devendo ser apoiado pelos marxistas revolucionários quando entrarem em conflito com os imperialismos americanos e europeus. Esta colocada mais do que nunca a questão do socialismo ou barbárie.
Erwin Wolf
Ignácio Reis
Ignácio Reis
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