Nota de conjuntura da Frente Resistência
29 de fevereiro de 2016
A oposição de direita continua sua investida golpista contra o governo de Dilma Rousseff. A imprensa burguesa planta com alarde e estrondo manchetes envolvendo o PT nas investigações da midiática e tucana Operação Lava Jato, enquanto as instituições da República vão sendo manipuladas para garantir o êxito do golpe. Seja na Câmara do reacionário Eduardo Cunha, com o rito de impeachment em curso, seja no TSE de Gilmar Mendes e a transformação da prestação de contas da campanha de 2014 em um julgamento inquisitorial, o bloco de direita (alinhado à direita internacional) está coeso, firme e forte no intuito de retomar o poder perdido com a primeira eleição de Lula em 2002.
Nesse cenário, o governo Dilma Rousseff deveria se voltar para a única força capaz de ainda lhe servir de apoio: os movimentos sociais de massa, herança das lutas históricas do PT desde sua fundação. Todavia, prefere o caminho inverso, e vai cedendo mais e mais à pressão da direita, na tentativa de prolongar o mandato.
O capítulo mais recente da vergonhosa capitulação do governo Dilma aos bandidos da pequena política burguesa está na aprovação, no Senado, do projeto de lei que retira a exclusividade da Petrobras na exploração do pré-sal. Tal projeto, aprovado mediante um "acordão" entre o governo e a direita reacionária (atropelando a posição dos próprios senadores petistas), é feito sob medida para atender aos interesses das multinacionais do petróleo, cuja sanha vampiresca pelo "ouro negro" tem levado a guerras e invasões imperialistas pelo mundo. É verdade que se pode dizer que o texto anterior ao acordo era ainda mais entreguista; todavia, um governo verdadeiramente progressista e popular jamais recorreria a acordos rebaixados, sujeitando-se servilmente às chantagens dos canalhas do parlamento. Ao contrário, colocaria as massas nas ruas e barraria quaisquer projetos entreguistas desse tipo.
Outro exemplo de degeneração política do governo Dilma Rousseff foi a aprovação na Câmara, nessa mesma semana, de seu projeto de "lei antiterrorismo". Supostamente uma medida necessária haja vista a realização das Olimpiadas, em verdade é uma forma de criminalizar os movimentos sociais. Mesmo que seja dito que os mesmos não serão incluídos na tipificação do crime de "terrorismo", abre-se uma base legal para que reacionários delegados, promotores e magistrados pelo país movam uma perseguição ainda mais implacável contra militantes e organizações operárias.
Nós da Frente Resistência nos colocamos no campo da oposição de esquerda antigolpista, e temos convocado à frente única com os governistas contra as investidas da direita. Contudo, denunciamos resolutamente a série de capitulações realizadas por Dilma Rousseff e fazemos um apelo às bases sociais e de massa do PT para que reajam e tragam o governo para o campo popular.
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