A esquerda pequeno-burguesa realiza Ato pela democracia burguesa, sem coragem de combater de fato o golpe.
O Ato aconteceu no bairro de Pinheiros, na capital paulista, sendo que, de acordo com os organizadores, compareceram aproximadamente trinta mil pessoas, o que demonstra a vontade das massas de lutar contra o golpe em andamento.
Dentre os organizadores estiveram o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), liderado por Guilherme Boulos, a Esquerda Marxista (ex-PT, agora PSOL), e a Liga Bolchevique Internacionalista (LBI).
Essas forças pequeno-burguesas, como não poderia deixar de ser, fizeram um Ato pela democracia burguesa, sem coragem de lutar concretamente contra o golpe em marcha no País.
Guilherme Boulos, líder do MTST, um dos agrupamentos mais importante, é o retrato da pequena-burguesia, oscilando ora em boicotar o movimento anti-golpista, ora, sob pressão das massas, flertar com o mesmo (ou seja, ora boicota, ora participa da luta contra o golpe), parece um barco à vela, segue de acordo com o vento.
Outro agrupamento importante é o Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL), que abriga diversos grupelhos.
Uma parte desse setor já passou de malas e bagagem para o movimento golpista, como Movimento Revolucionário dos Trabalhadores (MRT/LER-QI), que já está participando em Atos dos coxinhas com camisas roxas e cartazes amarelos (nada de vermelho – o que demonstra que não são loucos e nem bobos, são sem-vergonha mesmo). E como o Movimento Negação da Negação (MNN), que defende a derrubada de Dilma e a prisão de Lula.
A Liga Bolchevique Internacionalista (LBI) está evoluindo para a luta contra o golpe, tanto que participou da manifestação do dia 18/3, mas parece que tem um “tabu”, ou seja, não pode admitir o golpe contra Dilma e o PT, que até Luiz Almagro, o Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), tipo de organismo que é correia de transmissão dos interesses do imperialismo, que sendo verdadeiro covil de bandidos, como Lênin disse da Sociedade das Nações, a antecessora da Organização das Nações Unidas (ONU). Talvez a razão seja a política de seguidismo ao Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU).
Não temos notícia da participação do PSTU, mas este recentemente fez passeata em São José dos Campos, defendendo o “Fora Todos”, quer dizer “Fora Dilma”, o que não surpreende, porque dirige o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, onde faz os conhecidos acordos traidores com a General Motors (GM) e na Embraer, sem falar que, sendo a diretoria do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, permitiu que o governo do Estado de São Paulo obrigasse os metroviários a fazer horas extras no domingo, dia 13/3, por ocasião da manifestação da direita coxinha.
Apesar da boa participação no Ato, conforme a avaliação dos organizadores, trata-se de uma liderança sem perspectiva, que tende ao isolamento, em razão do aumento da polarização e do enfrentamento, em breve, do movimento antigolpista e anti-imperialista, que vem mobilizando cada vez mais operários, trabalhadores, camponeses, jovens, estudantes, movimentos populares e sociais, que demonstra enorme disposição de lutar contra a burguesia entreguista e o imperialismo norte-americano.
Erwin Wolf
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