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Abaixo o “Acordão Nacional”: PT e PCdoB rompam com os golpistas

A eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do DEM, marcou o apoio e capitulação total do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) aos golpistas.

Talvez o objetivo do PT e do PCdoB seja evitar prisões ou meramente eleitoreiro. Mas isso é mera ilusão, os golpistas na medida em que se sentirem senhores da situação não pouparão ninguém. Haverá, sim, o efeito Orloff: seremos Zé Dirceu amanhã! 

E quanto às eleições elas, no Brasil, sempre foram profundamente antidemocráticas, privilegiando os grandes partidos da burguesia, com urnas eletrônicas sem comprovação do voto físico, que permite manipulação, como a eleição do “Senador” Aloísio Nunes, que não aparecia com as mínimas condições de vitória na véspera, mas foi eleito no dia seguinte, colocando sob suspeita o Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo (inclusive, apenas 6 países adotaram as urnas eletrônicas  brasileiras, por não permitir a comprovação dos votos, ou seja, a recontagem). 

Agora, com a ditadura Temer/Cunha (o último continua comandando o golpe e atuando livremente, apenas foi dispensado de comparecer à Câmara dos Deputados e segue firme e forte), a “propaganda eleitoral” será de apenas 45 dias. Antes, o candidato somente tinha tempo de dizer o seu nome, agora não vai dar tempo nem para abrir a boca!

Como observou André Singer, em sua coluna da Folha de S. Paulo de 16/7:

“É sintomático que o velho Partido da Frente Liberal (PFL), atual DEM, tenha voltado ao centro do jogo. Herdeiro da antiga Arena de 1965, e, por sua via, da UDN e do PSD DE 1945(...).”

O DEM é o herdeiro em linha direta da União Democrática Nacional (UDN), de Carlos Lacerda, do Partido Social Democrático (PSD) e do próprio Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) (o MDB  e a Arena foram os partidos da ditadura militar),  que ao longo da história sempre defenderam os interesses norte-americanos contra as riquezas brasileiras, como as do petróleo, das empresas e bancos estatais, do minério de ferro, da Amazônia, das florestas, das águas, etc., defendendo um programa entreguista, que coloca em risco até a soberania nacional, tanto que muitos dos seus membros são acusados de serem informantes dos Estados Unidos, do Departamento de Estado, da CIA. e FBI, o que capitula crime de lesa-pátria, de alta traição, inclusive o próprio golpista Michel Temer (inclusive isso não deve ser esquecido e deve ser levado a um Tribunal Popular Revolucionário, na primeira oportunidade!).

Golpistas querem impor a escravidão e a recolonização do Brasil

Hoje, os golpistas de 2016, após a consumação do golpe/“impeachment” em agosto, farão uma enorme ofensiva contra os trabalhadores e o conjunto da população oprimida para impor uma verdadeira recolonização e escravidão, as chamadas “medidas impopulares” de Temer: fim da Consolidação da Leis do Trabalho (CLT), jornada de 80 horas, aposentadoria aos 75 anos, fim do seguro-desemprego, fim da estabilidade do funcionário público, fim dos Sistema Único de Saúde, fim dos programas sociais, como Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Fies, Pronatec, entrega da Petrobrás à Shell e a Chevron, extinção do BNDES, privatização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, etc. 

André, muito educado, é até bastante elegante com as direções do PT e o PCdoB ao dizer que: 

“De uma lado, estariam os que rejeitam o golpe parlamentar, de outro, os que insistem em consumá-lo. Dividida, a oposição a Temer permitiu que a luta decisiva ocorresse entre duas alas golpistas. Ao apoiar uma delas, confunde a mobilização das ruas contra a deposição injusta da presidente legal.”

Na verdade, as direções do PT e do PCdoB traíram a luta do povo contra o golpe. Os revolucionários marxistas têm o dever de dizer isso com todas as letras, por mais amarga que seja essa verdade. E não é de hoje. Os marxistas desde 2013 vêm advertiram sobre o golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano e essas direções não se empenharam como deviam em mobilizar os operários e o conjunto dos trabalhadores e camponeses para esmagar o golpe.

Como pequeno-burguês que é, André Singer manifesta todo o seu desalento e prostração:

“O novo presidente da Câmara, cujo perfil sociológico tucano tem a cara dos tempos vigentes, está agora livre para consumar a liberalização. A sua escolha amalgama o bloco sócio-político que deverá dirigir o país nos próximos anos. As chances de reverter o impedimento no Senado emaeceram, junto com a presença institucional da esquerda.”

Golpe se derrota com a greve geral e o povo nas ruas

Todavia, uma coisa está certa na conclusão de André Singer: não há nenhuma perspectiva de reversão do “impeachment” no Senado. É jogo de cartas marcadas!

Não há possibilidade de reverter o golpe no Senado Federal. Trata-se de um covil de bandidos. Sem chance!

Não acreditem numa história que está circulando que Lula teria 6 votos...Isso é conversa!

A Tendência Marxista-Leninista sempre advertiu sobre as ilusões legalistas, parlamentaristas e constitucionalistas, dizendo que apenas a greve geral e a mobilização das ruas podem esmagar o golpe. 

O exemplo a ser seguido é o das massas turcas que saíram às ruas e esmagaram os golpistas no dia 15 de julho, independentemente do fato de que o presidente turco Erdogan seja o capeta e os militares o coisa ruim. No Brasil, tivemos algumas experiências, como a de 1954, o golpe contra Getúlio, quando o povo esmagou aos golpistas, fazendo Carlos Lacerda, o ídolo histórico dos golpistas brasileiros, fugir e se esconder. E o própria mobilização das diretas que acabou com a ditadura militar, em 1985.

Assim, devemos exigir que o PT e o PCdoB rompam com os golpistas e mobilizem o conjunto dos operários, trabalhadores, camponeses e estudantes para derrotar o golpe, no dia 31 de julho próximo.

Tendência Marxista-Leninista, por um partido operário marxista revolucionário

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