A presidente Dilma fez acordo com o PSDB para aprovação no Senado da lei entreguista de Serra do pré-sal, demonstrando, assim, que a direção majoritária do Partido dos Trabalhadores parece que perdeu totalmente o rumo, levando ao extremo a política de colaboração de classes, agravando a situação de encruzilhada em que vive o partido.
Como noticiou a Folha de S. Paulo de ontem, 25/2:
“Com o aval do governo, o Senado aprovou, nesta quarta-feira (24), o fim da obrigatoriedade da Petrobras de manter uma participação mínima de 30% nos consórcios de exploração do pré-sal.
O texto, que agora segue para a Câmara, retira a condição da Petrobras de ser a operadora única do pré-sal. Na prática, ele cria condições para que empresas estrangeiras participem sozinhas dos próximos leilões.”
Embora a lei aprovada tenha constado que: “Diferentemente do texto inicial, a Petrobras vai precisar fazer uma defesa técnica no CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), que submeterá a decisão final à presidente Dilma.” (Idem). Isso não é garantia de nada, tendo em vista política de concessões de Dilma e da direção majoritária do Partido dos Trabalhadores.
O Senador Lindemberg Farias do PT ficou revoltado, dizendo que foi traído, assim como parte da bancada petista no Senado demonstrou descontentamento.
A própria presidenta Dilma havia se pronunciado contra o projeto anteriormente, “Em conversas recentes, a petista classificou o projeto como “absurdo” e considerou que não era hora de alterar as regras de exploração de campos do pré-sal diante da volatilidade do mercado internacional do petróleo.” (Idem).
A Folha de S. Paulo demonstrou parte das desvantagens da lei aprovada:
“DESVANTAGENS
- A Petrobras pode deixar de apostar em áreas que depois se mostrem altamente produtivas. Caso o preço do barril volte a subir, seria uma oportunidade perdida de aumentar seus lucros
- A mudança pode inviabilizar o desenvolvimento de tecnologia nacional para a extração de petróleo em águas profundas”
O problema é agravado ainda pelo fato de que a direção majoritária do Partido dos Trabalhadores, a CNB (Construindo um Novo Brasil), sob pressão da burguesia e imperialismo norte-americano, perdeu completamente o rumo neste período, inclusive além de aprovar a lei entreguista do pré-sal de José Serra, aprovou também a “lei antiterrorismo”, que criminaliza os movimentos sociais e populares.
A direção majoritária do PT está levando ao extremo a política de colaboração de classes, que poderá liquidar com o partido.
Assim sendo, para combater essa política liquidacionista, as demais tendências internas do PT e os militantes de base, neste momento dramático para a existência da nossa agremiação partidária, é necessário que façamos a convocação de um Congresso Extraordinário do Partido dos Trabalhadores o mais rápido possível, com a seguinte pauta mínima (podendo logicamente ser acrescida de outros pontos): 1) Conjuntura Nacional e Internacional; 2) Elaboração de um novo programa para o partido, rompendo com a política de colaboração de classes; 3) Organização da Luta contra o Golpe e 4) Eleição uma nova direção para o partidária.
Ignácio Reis
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