O presidente Nicolás Maduro, na quinta-feira, dia 18 de agosto, em pronunciamento na televisão disse que enfrentará o golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano:
“Vocês viram o que aconteceu na Turquia? Erdogan vai parecer um bebê de colo comparado com o que a Revolução Bolivariana fará caso a direita ultrapasse a linha com um golpe” (Folha de S. Paulo, 20/8).
Ainda segundo a Folha de S.Paulo, Maduro referia-se à tentativa de golpe frustrado na Turquia:
“Após a tentativa de golpe de 15 de julho, o presidente turco ordenou a detenção de mais de 20 mil pessoas, afastou cerca de 80 mil servidores e fechou 131 meios de comunicação. Erdogan ainda ampliou seu controle nas Forças Armadas e no Judiciário.
O principais alvos da ofensiva foram os simpatizantes do movimento Hizmet, ligado ao líder religioso Fetullah Gülen e que é considerado uma organização terrorista pelo governo.
As autoridades ainda pediram aos Estados Unidos a extradição do clérigo, que vive desde 1999 no país. Um dos principais opositores de Erdogan, ele nega envolvimento com o golpe frustrado.”
Inclusive, na Turquia, o governo foi obrigado a anistiar os presos comuns, que cometeram pequenos delitos, para conseguir vagas nas prisões para prender aos golpistas.
Na verdade, como no Brasil, na Venezuela há um golpe em marcha, onde a burguesia entreguista e o imperialismo norte-americano buscam depor o governo bolivariano de Nicolás Maduro, com objetivo semelhante ao do Brasil, porque a Venezuela é rica em petróleo, sendo uma dos principais países exportadores. Ou seja, o imperialismo, através da americana Chevron e da britância Shell, quer se apoderar do petróleo e das riquezas venezuelanas, como fizeram aqui com o Pré-sal e a Petrobrás.
Como noticiado, o golpe em andamento na Venezuela é bem parecido com o do “impeachment”/golpe brasileiro, só que lá se chama “referendo revogatório", isto é, o mesmo modus operandi do Departamento de Estado, da CIA e do FBI:
“Nicolás Maduro é alvo de um pedido de referendo revogatório feito pela coalização opositora, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), para retirá-lo do poder.(...)” (Folha de S. Paulo, 18/8).
Além disso, igual está acontecendo no Brasil, a Venezuela sofre os reflexos da crise capitalista mundial de 2008, que também de forma retardatária chegou aos nossos vizinhos e a toda América do Sul.
Ainda, a Venezuela está sendo atacada no Mercosul pelo governo autoritário pró-imperialista de Mauricio Macri, da Argentina, e pelo governo golpista de Michel Temer, do Brasil, por meio do tucano usurpador e golpista pró-imperialista José Serra.
A Tendência Marxista-Leninista apoia o pronunciamento de Maduro, fazendo frente única com o governo bolivariano contra os ataques da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano, porém adverte que os governos nacionalista burgueses costumam capitular perante o imperialismo, como o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), da Bolívia; o APRA, no Peru; e o peronismo na Argentina.
A própria estratégia de Nicolás Maduro aponta nesse sentido, quando diz buscar “paz, diálogo e prosperidade.”, ou seja, uma política de conciliação.
A Tendência Marxista-Lenista entende que o que está colocado na Venezuela é o armamento do proletariado e dos camponeses para esmagar o golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano:
“De acordo com a magnífica expressão do teórico militar Clausewitz, a guerra é a continuação da política por outros meios. Esta definição também se aplica plenamente à guerra civil. A luta física não é senão um dos "outros meios" da luta política. É impossível opor uma à outra, porque é impossível deter arbitrariamente a luta política quando se transforma, pela força de suas necessidades internas, em luta física. O dever de um partido revolucionário é prever a inevitabilidade da transformação da luta política em conflito armado declarado e preparar-se com todas as suas forças para esse momento, como para ele se preparam as classes dominantes.
Os destacamentos da milícia para a defesa contra o fascismo são os primeiros passos no caminho do armamento do proletariado, e não o último. Nossa palavra de ordem é: "Armamento do proletariado e dos camponeses revolucionários". A milícia do povo, no fim das contas, deve abarcar todos os trabalhadores. Não será possível cumprir esse programa completamente, a não ser no Estado operário, para cujas mãos passarão todos os meios de produção e, conseqüentemente, também os meios de destruição, isto é, os armamentos e todas as fábricas que os produzem.
No entanto, é impossível chegar ao Estado operário com as mãos vazias. Somente os políticos inválidos, do tipo de Renaudel, podem falar de uma via pacífica, constitucional, para o socialismo. A via constitucional está cortada por trincheiras ocupadas pelos grupos fascistas. Há muitas dessas trincheiras diante de nós. A burguesia não vacilará em provocar uma dúzia de golpes de Estado para impedir a chegada do proletariado ao poder. Um Estado operário socialista não pode ser criado senão por uma revolução vitoriosa. Toda revolução é preparada pela marcha do desenvolvimento econômico e político, mas é decidida sempre por conflitos armados declarados entre as classes hostis. Uma vitória revolucionária não é possível a não ser graças a uma ampla agitação política, a um amplo trabalho de educação, uma ampla tarefa de organização das massas. Mas o próprio conflito armado também deve ser preparado com muita antecedência. Os operários devem saber que terão de bater-se numa luta de morte. Devem querer armar-se, como garantia de sua liberação. Em uma época tão crítica quanto a atual, o partido da revolução deve pregar aos operários, incansavelmente, a necessidade de armar-se e de fazer tudo o que possam para assegurar, pelo menos, o armamento da vanguarda proletária. Sem isso, a vitória é impossível.” (Leon Trotsky, “Aonde vai a França?).
Inclusive, antes da declaração acima, sobre as filas nas padarias e a suposta falta de trigo, “O superintendente de Defesa dos Direitos Socioeconômicos, Willian Contreras, disse que há matéria-prima suficiente, motivo pelo qual não se justifica a espera.” Maduro havia anunciado multar padarias com fila na porta. Todavia, tal medida é branda e insuficiente. No caso, o que o proletariado deve fazer é expropriar as padarias que estão sabotando a economia e prejudicando a população.
Assim, cumpre aos marxistas revolucionários venezuelanos organizar imediatamente um partido operário, que busque organizar de forma independente e armar o proletariado e os camponeses venezuelanos para esmagar o golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano.
Tendência Marxista-Leninista, por um partido operário marxista revolucionário
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