Está para ser celebrado o “Acordo” entre as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), representada por Rodrigo Lodoño, o Timoleón Jiménez, e o governo colombiano do sanguinário e facínora Juan Manoel Santos, o que importará em verdadeira capitulação da guerrilha.
O “Acordo” está sendo intermediado pelo arqui-reacionário Vaticano e pelo governo da burocracia cubana, por intermédio de Raul Castro, sendo que uma das principais cláusulas do mesmo é a criação de uma farsa de “tribunal” que julgará a guerrilha, que terá de entregar as armas. Ou seja, praticamente é a capitulação da guerrilha, porque as condições são draconianas, por exemplo:
“TRIBUNAL ESPECIAL
Serão criados tribunais com juízes colombianos e estrangeiros (nota: com certeza com a participação de norte-americanos - I.R.) para julgar os crimes graves cometidos durante o conflito armado
(...)
DESARME
As Farc deverão deixar as armas em até 60 dias após o acordo final, que deve ser concluído até março, para vigorar o tribunal especial
(...)
CONFISSÃO
Terá pena reduzida quem reconhecer os crimes, após o processo ser avaliado por promotores, vítimas e juízes.
NÃO ARREPENDIDOS
Quem não se arrepender dos crimes ou confessá-los depois irá a julgamento comum” (Folha de S. Paulo, 25/9/2015).
Anteriormente as Farc celebraram acordos com os governos colombianos, sendo que estes não os cumpriram e aproveitaram para perseguir e matar os guerrilheiros. Um desses “Acordos” foi em 1998, com o presidente Andrés Pastrana. Posteriormente, tomou posse o presidente facínora, sanguinário e narco-traficante Álvaro Uribe, o mentor do atual presidente Juan Manuel Santos.
O problema das Farc é a sua limitação programática: “As FARC propõe 4 reformas nas negociações de paz das quais:
1. criação da assembleia nacional constituinte na Colômbia aprovada por referendo.
2. Reforma fiscal.
3. Reforma Agrária.
4. Desprivatizar instituições públicas que foram concedidas a iniciativa privada.” (Wikipédia).
As Farc chegaram a ter aproximadamente 25.000 guerrilheiros e dominar boa parte do território colombiano (hoje os seus efetivos estão estimados entre 8.000/6.000 guerrilheiros), todavia a sua limitação programática salta aos olhos, por defender um programa minimamente democratizante, pequeno-burguês, sem ter uma estratégia marxista-leninista no sentido da defesa de um governo operário e camponês. Para tanto é imprescindível o trabalho junto ao proletariado colombiano, junto aos sindicatos e às principais centrais sindicais colombianas, ou seja, a Central Unitária dos Trabalhadores da Colômbia (CUT) e na Confederação de Trabalhadores da Colômbia (CTC), por que somente a classe operária, apoiada pelos camponeses, por meio do partido operário marxista-revolucionário pode liderar e levar até o final a revolução socialista, com a expropriação da burguesia colombiana e da expulsão do imperialismo norte-americano (que detém bases militares na Colômbia, sob pretexto de combate ao narcotráfico), expropriando os meios de produção, as fábricas, dos bancos, realizando a reforma e a revolução agrária, com a expropriação das empresas agrícolas, das terras, dos latifúndios, adotando a economia planificada, com o monopólio do comércio exterior.
Devemos salientar o papel contrarrevolucionário do arqui-reacionário Vaticano e da burocracia cubana em intermediar esse “processo de paz”. Com certeza a burocracia cubana está se submetendo às pressões da política dos Estados Unidos para restauração do capitalismo na Ilha, sendo que esta como o “processo de paz” na Colômbia se inserem na política da Nova Guerra Fria entre os EUA e União Europeia contra os imperialismos emergentes da Rússia e da China.
Apesar das limitações programáticas das Farc apontadas acima, o movimento pró-formação de uma Tendência Marxista-Leninista (TML) do PT sai em defesa das mesmas contra qualquer ataque do governo colombiano e do imperialismo norte-americano aos guerrilheiros, colocando a necessidade da construção de uma Internacional Operária Revolucionária e de um partido operário marxista-revolucionária como seção desta na Colômbia.
Ignácio Reis
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