O movimento pela formação de uma tendência socialista operária do PT publica recente e interessante editorial do Jornal Causada Operária do PCO sobre o golpe da direita e do imperialismo em marcha:
"A abertura de inquérito contra Eduardo Cunha e o contraste entre a decadência da manifestação coxinha e o ascenso da manifestação da esquerda fez muitos decretarem (novamente) o fim do “terceiro turno”, o fim do golpe. Até mesmo o presidente venezuelano Nicolás Maduro declarou que o povo impediu o golpe contra Dilma.
Outro motivo é o suposto apoio de empresários e banqueiros, como o dono do Itaú e do Bradesco, à presidenta, com declarações contra o impeachment.
Tudo isso seria prova de que a operação golpista foi desmontada.
Setores da direita e da esquerda tem anunciado o fim do golpe com base nessas poucas evidências.
O ato contra o golpe no dia 20 de agosto foi sem dúvida um passo importante, fundamental, mas foi apenas o primeiro, não o último.
As declarações dos industriais e banqueiros também não dizem muito. Não são de apoio ao governo, mas ao contrário deixam entender que a queda de Dilma seria desejável, mas que talvez esse não seja o momento mais adequado para derruba-la. Indica apenas que a burguesia ainda não está unificada em torno do golpe.
A própria imprensa capitalista dá notícias contraditórias, que são também um meio de criar confusão e despistar os mais incautos. O aparente ziguezague também é comum nessas situações.
Mas a realidade é mais complexa do que simplesmente analisar declarações. O golpe não é um improviso, coisa de momento, mas sim uma política de conjunto do imperialismo, que precisa impor severos ataques aos trabalhadores dos países pobres para sobreviver à crise.
Por isso, não pode ser analisado com base em acontecimentos circunstanciais. É preciso ver concretamente, com base nas ações e no rumo geral da situação. No Brasil, particularmente, é bem claro que os golpistas não recuaram. Continuam as articulações e a preparação de novas acusações e processos contra o PT.
Uma vez colocada em movimento a engrenagem do golpe, ela dificilmente volta atrás. O caso da Venezuela é típico. Embora tenha fracassado em 2002, o golpe é uma ameaça permanente ao povo venezuelano.
O maior erro da esquerda brasileira seria comemorar antes da hora e abandonar assim a luta contra o golpe de direita."
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